A
desconfiança nos políticos e a forma como eles tratam o
eleitor-contribuinte tem sido o assunto recorrente em todos os estratos
sociais. Não importa lugar e ambiente.
Tanto faz ser num cafezinho,
trabalho, festa de aniversário ou quermesse. O tema é um só: não podemos
parar de protestar contra as mazelas dos governos e dos políticos.
Diante deste quadro tão confuso para a elite do andar de cima, poucos
pretendentes a um posto eletivo, quer no executivo estadual, federal ou
no legislativo, se arriscam a apresentar-se ao eleitor como alternativa
ao status quo.
No Distrito Federal, entre as dezenas de pretendentes a uma vaga na
constelação de estrelas política do executivo e legislativo, encontra-se
o ex-deputado federal e presidente do DEM, Alberto Fraga. Ele é um dos
primeiros a abrir uma ofensiva pública contra a reeleição do governador
Agnelo Queiroz (PT).
Logo após as manifestações das ruas, Fraga
intensificou seus contatos nos bastidores, ouvindo lideranças nos mais
variados segmentos sociais. Na quinta-feira, 24, em conversa com o
Jornal Opção, Fraga disse que vem se dedicando em tempo integral ao
projeto de união das oposições. “Busco o entendimento, sem arrogância ou
vaidade, a um projeto que resgate a confiança do brasiliense em seu
governante.”
Dentro desta perspectiva, Fraga garante que não vai
embarcar em canoa furada, numa referência clara de que busca gente
comprometida com o desenvolvimento econômico e social do DF. “Não vou
embarcar numa candidatura suicida”.
E repete uma frase que ele aprendeu com o ex-governador Joaquim
Roriz: “Você caminha com seu amigo até a beira do abismo, mas não cai
junto com ele no precipício”, definindo antecipadamente que não vai
endossar ou se aliar a um candidato fragilizado tanto no aspecto
jurídico quanto político. Ou seja, todo apoio será bem-vindo, desde que
isso não provoque desgastes junto à opinião pública.
Esta cautela de Fraga tem sentido pois ele pretende, a partir de
agora, questionar nos órgãos fiscalizadores e na Justiça, todas as
denúncias de desvios na gestão de Agnelo Queiroz. Literalmente será um
prego na sola do sapato do governador e do PT.
Diferente dos demais pretendentes ao posto de Agnelo que por diversas
razões ainda não vieram a público revelar suas pretensões, Fraga se
posiciona como oposição e pretende ampliar este bloco, saindo das
especulações para a ação. De acordo com a entrevista, “o PSDB, DEM e PPS
precisam começar a ter mais vínculo com os discursos, o que acaba sendo
uma espécie de agenda positiva”. Ele sinalizou que a deputada distrital
Eliana Pedrosa (PSD) e o deputado federal Izalci Lucas (PSDB) precisam
afinar a conversa.
Esta talvez seja a senha de que Eliana pode migrar para o lado dos
tucanos. Izalci tem dito que não será empecilho, desde que a conversa
seja franca e calcada num projeto macro e não em propostas pessoais,
quer por vaidade ou por agasalhar interesses políticos.
Nesta equação, não está descartada a participação do deputado federal
Luiz Pitiman (ainda no PMDB). Na pior das hipóteses, Pitiman pode
migrar para um partido dentro desta base de oposição ao governo de
Agnelo.
Fraga busca aglutinar lideranças do grupo de Joaquim Roriz e José
Roberto Arruda que estão à deriva, sem um norte para navegar rumo ao
projeto de reconquistar o Palácio do Buriti. “Vou conversar com todo
mundo e acredito que podemos unir as forças de oposição. Ai sim, seremos
imbatíveis. As manifestações das ruas já apontaram este caminho e vamos
seguí-lo.”
Fonte: Jornal Opção – Coluna Brasília – Wilson Silvestre
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