A
disputa pela cadeira do Palácio do Buriti está tão embolada que no
momento não se consegue identificar ninguém com chances de vitória. Depois que o vice-governador e presidente do PMDB, Tadeu Filippelli,
jogou gasolina na fogueira de São João do Doutor Agnelo, todos têm
chances.
A mais remota é de Agnelo Queiroz. Se perder o PMDB, seguramente uma
penca de partidos de sua base pula fora do barco e nada para outra
margem de segurança.
O que os petistas não levaram em conta, quando
começaram a negociar a reeleição de Agnelo, foi a força do PMDB.
Praticamente, selaram o fim da aliança e jogaram o “monge beneditino”
Filippelli para fora do Palácio.
Então, não deu outra: o monge foi
pregar em outro lugar usando sua força de persuasão com outros grupos
que não confiam no PT.
Partindo do princípio de que a aliança PMDB/PT no âmbito nacional
está trincada, imagine no Distrito Federal onde os companheiros da
estrela vermelha tratam seus aliados como vassalos. Este é o ponto e nem
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fiador e padrinho político
de Agnelo Queiroz, consegue juntar os cacos da aliança.
Esta equação tem
preocupado a cúpula do partido, principalmente os apoiadores da
reeleição de Dilma Rousseff. Se Agnelo estiver na lona, pouco vai ajudar
a presidente no quintal de sua casa oficial.
Muita gente não acredita que a divisão das esquerdas no DF prospere.
Por isso, o senador Cristovam Buarque (PDT) não é hostilizado pelos
petistas. Eles imaginam que a partir do próximo ano, o senador deve se
aliar ao PT, isolando a pré-candidatura do socialista Rodrigo
Rollemberg. Sobraria no tabuleiro do xadrez Tadeu Filippelli.
Esta é a
grande incógnica. Seu grupo político articula com deputados uma
candidatura de centro-direita que abrigaria arrudistas e rorizistas.
Mesmo numa possibilidade remota em que Arruda ou Roriz saiam candidatos,
a elite política e empresarial que gira nas cercanias do poder não
teria segurança jurídica no investimento político num dos dois.
Podem
até ser eleitos, mas teriam a chance de serem afastados durante o
mandato. O PT e aliados não deixariam barato. Esta é a vantagem da
terceira via que anima muita gente, principalmente o vice-governador
Tadeu Filippelli.
Fonte: Jornal Opção – Coluna Brasília – Wilson Silvestre
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