Aylton Gomes e Roney Nemer são acusados de improbidade administrativa.
O TJDF condenou nesta sexta-feira (21) os deputados distritais Roney
Tanios Nemer e Aylton Gomes Martins a devolverem dinheiro aos cofres
públicos. Os dois foram acusados de improbidade administrativa pelo
envolvimento no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão
do DEM. Roney Nemer foi condenado a devolver R$ 276 mil, mais correção
monetária e multa de R$ 828 mil; Aylton Gomes foi condenado a devolver R$ 480
mil, mais correção e multa de R$ 1.440 mil. As multas equivalem a três
vezes os valores recebidos. Cabe recurso nos dois casos.
O G1 procurou os deputados para comentar a decisão, mas não obteve
retorno até a publicação desta reportagem. De acordo com o processo do
TJ, Roney Nemer alega que as acusações “são de uma vagueza incomensurável e
contraditórias”, que a captação de som do vídeo apontado como prova
mostrou um diálogo fragmentado e ininteligível e que não há outro tipo
de prova.
Martins alega, segundo o processo do TJ, que a atribuição de
recebimento do dinheiro é “mera criação mental de seus subscritores”,
que inexistem vídeos que comprovem o recebimento de “vantagens
indevidas” e que o MP não descreve como, quando e de que forma houve o
recebimento.
Para o juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública, no entanto, as provas nos
dois casos, que incluem documentos, gravações de áudio e depoimentos
colhidos ao longo das investigações, reforçam a participação dos
ex-parlamentares no esquema.
De acordo com a ação do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas
(NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Nemer
recebeu 24 pagamentos de R$ 11.500, entre janeiro de 2007 e dezembro de
2008. Pela denúncia contra Martins, também de autoria do NCOC, o
parlamentar recebeu 12 pagamentos de R$ 40 mil, entre janeiro e dezembro
de 2007. Segundo a ação, os dois recebiam o dinheiro para fazer parte
da base aliada do governo.
Além das devoluções e multas, o tribunal condenou os deputados a pagar
R$ 1 milhão por danos morais. Eles também foram condenados à perda de
direitos políticos por dez anos e estão proibidos de ocupar cargo
público e de realizar contratos com o poder público pelo mesmo período.
A operação Caixa de Pandora, que revelou o mensalão do DEM, foi
deflagrada em novembro de 2009 pela Polícia Federal e investigou o
suposto esquema de pagamento de propina no governo do Distrito Federal
(GDF) que envolveu servidores públicos, empresários e diversos
políticos. A denúncia foi feita pelo Núcleo de Combate às Organizações
Criminosas (NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal e
Terristórios.
Desmembramento
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça decidiu no último dia 5
desmembrar e enviar para o Tribunal de Justiça o processo contra o
ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e outras 35
pessoas pelo envolvimento com o mensalão do DEM. Com o desmembramento, o
STJ vai julgar apenas a denúncia contra o conselheiro afastado do
Tribunal de Contas do Distrito Federal Domingos Lamoglia.
Fonte: G1/DF
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