Não
é à toa que o ex-governador Joaquim Roriz (sem partido) é conhecido
como a velha raposa do DF. Prova recente foi esses dias.
Estrategicamente, o político confirmou para a filha mais velha, a
deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), que compareceria a uma sessão
proposta por ela no Congresso Nacional para homenagear os líderes
comunitários. A notícia se propagou durante dias na mídia local.
Na hora “H”, no entanto, Roriz não apareceu. Sem fazer alarde, enviou
apenas uma carta para justificar a ausência. Alegou que sua presença
poderia dar munição para adversários complicarem ainda mais a sua
turbulenta vida política. Roriz tenta na Justiça garantir sua
candidatura a algum cargo em 2014. No entanto, juristas acham difícil a
conquista.
Na avaliação do ex-governador, sua presença na Câmara dos Deputados
poderia dar uma conotação estranha, já que seria a primeira visita de
Roriz no Congresso Nacional, de onde ele saiu pela porta dos fundos
quando, em 2007, renunciou ao mandato de senador. Além disso, poderia
ser mal interpretado por compor a Mesa apenas como um ex-governador, um
ex-senador.
Rapidamente, então, no dia do evento, Roriz tomou uma decisão. Deixou
de prestigiar a filha, com risco até de constrangê-la, mas sem
desmotivar as centenas de admiradores que esperavam pelo político no
plenário da Câmara Federal. Deu a entender que não queria outros
problemas jurídicos, mas na verdade pareceu uma grande estratégia para
que ele fosse ovacionado no evento em cada citação de seu nome por
aliados e políticos do Congresso Nacional.
Um momento que marcou a sessão foi no discurso de sua outra filha, a
deputada distrital Liliane Roriz (PSD), que, emocionada, reforçou a
justificativa do pai não ter participado do momento especial. “É muito
difícil testemunhar um homem do povo ser impedido de visitar a Casa do
Povo para encontrar o seu povo”, esbravejou a parlamentar. Foi o
suficiente para que o plenário e a galeria, lotados, entoassem em coro
em repetidas vezes o nome do ex-governador: “Roriz, Roriz, Roriz...”.
A avaliação final foi que nem mesmo a presença do líder maior da
oposição no DF seria tão positiva como foi sua ausência. Coincidência ou
não, estratégia ou não, a falta de Roriz foi, sem dúvida, mais um
acerto e valeu mais que sua possível ida que não daria o resultado que
deu: deixou o povo com ainda mais vontade de reencontrar a “velha
raposa”.
Fonte: Edson Sombra
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