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domingo, 26 de maio de 2013

Blefes e carta na manga


O pior parceiro de truco é aquele que blefa tão bem que costuma enganar até o próprio parceiro. A tática dele é extremamente arriscada. Dá muito certo, quando o blefe é acreditado pela dupla adversária. E, por outro lado, é a derrocada total, quando quem blefa é chamado a apresentar suas cartas. Pior ainda acontece quando o parceiro do blefador acredita e vai para a mesa fechado, apostando que seu aliado é capaz de segurar o jogo sozinho.

Esse período pré-eleitoral é muito parecido com um jogo de truco entre parceiros que não se conhecem muito. É o momento de cada um estudar a forma de jogar o outro. PT e PSDB já estão fazendo isso. Embora um não seja desconhecido do outro, há fatores novos nesse pleito que sugerem um jogo cauteloso, apesar da grande antecipação do debate eleitoral de 2014.

O fato de o PSDB ter, pela primeira vez, o senador Aécio Neves como candidato a presidente é um dos diferenciais. A candidatura dele, de certa forma, coloca Minas em uma situação de evidência. O que fica ainda mais acentuado, considerando-se que a candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, também é mineira. Pela primeira vez, o PSDB poderá ter um candidato que não seja paulista.

O deslocamento do eixo de poder de São Paulo para Minas Gerais implica táticas, no mínimo, diferenciadas. Os dois partidos precisam ter palanques muito fortes no Estado. E, não há dúvida, que os dois candidatos ao governo de Minas terão fortes relações com os presidenciáveis. No caso petista, não há muita dúvida, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deve ser o candidato ao governo de Minas. Ele é muito próximo de Dilma e não deverá sofrer, ao contrário do que ocorreu em outras eleições, nenhuma resistência interna do seu partido.

SITUAÇÃO NEBULOSA

Pelo lado do PSDB, a situação anda mais nebulosa. Além de nomes tucanos, como o do presidente da Assembleia de Minas, Dinis Pinheiro, o presidente do partido em Minas, Marcus Pestana, e deputado federal e secretário de Ciência e Tecnologia, Narcio Rodrigues, é possível que o vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, também concorra à condição de candidato ao Palácio Tiradentes.

Outro ponto importante relativo à Minas, não é recomendável que haja palanques duplos. Em outras palavras, partidos que são da base do PT em âmbito nacional e do PSDB em Minas terão que escolher o lado. É uma espécie de verticalização forçada.

Fonte: Carla Kreefft/ Tribuna da Imprensa

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