Medida é para garantir a restituição de R$ 20 milhões por irregularidades no Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem
A Advocacia-Geral da União (AGU) foi à Justiça pedir o bloqueio de 
bens de três ex-governadores do Distrito Federal por irregularidades no 
desenvolvimento de ações do Programa Nacional de Inclusão de Jovens 
(ProJovem). Joaquim Roriz, Maria Abadia e José Roberto Arruda terão que 
devolver aos cofres públicos solidariamente, caso condenados, a quantia 
de R$ 19.923.130,33. 
Na ação ajuizada pela Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região 
(PRF1), os ex-governadores são acusados de descumprir o convênio firmado
 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a 
realização do ProJovem. O programa tinha como objetivo formar 10 mil 
jovens com idade entre 18 e 24 anos que não concluíram o ensino 
fundamental e oferecer cursos profissionalizantes. No entanto, ao final 
do projeto menos de dois mil jovens haviam participado da formação e não
 receberam certificação. 
Além disso, os procuradores apontaram outras irregularidades que 
justificaram o pedido de restituição dos valores, como a contratação da 
prestadora de serviços apenas a oito meses da assinatura do Convênio por
 pregão presencial sem concorrentes, movimentação irregular dos recursos
 transferidos, realização de pagamentos em duplicidade, além da formação
 de turmas com quantidade de alunos superior a estabelecida no Programa. 
Segundo a ação ajuizada pela AGU, os ex-governadores atentaram contra
 os princípios da Administração Pública, violando os deveres da 
honestidade, legalidade e lealdade à instituição federal a qual estavam 
vinculados. Além disso, a peça afirma que a ausência de comprovação da 
devida utilização de verbas públicas pode “acarretar um mascaramento de 
desvios perpetrados”. 
A cobrança da quantia é feita com base na legislação que dispõe sobre
 as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento 
ilícito (Lei nº 8.429/92). O artigo 17 determina que os recursos 
indevidamente utilizados devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Os 
procuradores alertaram, ainda, que o pedido de restituição, em caso de 
improbidade administrativa, não está sujeito a prescrição e pode ser 
feito em qualquer época. 
A AGU também está pedindo a condenação de José Roberto Arruda por 
improbidade administrativa com suspensão dos direitos políticos, 
proibição de contratação com o poder público ou de recebimento de 
incentivos fiscais pelo prazo de cinco anos, e multa civil em até duas 
vezes ao valor da irregularidade (cerca de R$ 40 milhões). Os outros 
dois ex-governadores ficam livres das penalidades por causa do prazo de 
prescrição do processo das irregularidades que é de cinco anos. 
Para conseguir a restituição dos valores, a AGU solicitou o bloqueio 
das contas bancárias, veículos, quebra de sigilo fiscal, notificação dos
 cartórios de registro de imóveis em Brasília e em São Paulo. 
A PRF1 é uma unidade da Procuradoria-Geral Federal, órgão da AGU.
Fonte: Da Assessoria de Comunicação Social da Advocacia-Geral da União (AGU)
 

 
 
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