A
exatidão da matemática não tem conseguido uma boa morada nas análises
políticas que focam as eleições do Distrito Federal para 2014. É fato
que a disputa eleitoral já começou e já se avista a plumagem dos cocares
dos principais caciques políticos locais. Entretanto, os apressados
pintores de cenários futuros, ao buscarem nos números a mistura de
tintas ideal para os seus quadros, tropeçam no cavalete da razão.
No
contexto local não há como não reconhecer que Agnelo Queiroz, Magela,
Roriz, Arruda, Cristovam, Reguffe, Rolemberg, Toninho, Fraga, Izalci,
Pitiman e Eliana Pedrosa já se movimentam em direção a disputa
majoritária, o que de pronto inviabiliza a construção de um modelo
matemático capaz de amparar a antecipação de vitória de quem quer que
seja. O percentual de votos obtidos nas últimas eleições não pode ser
parâmetro suficiente para determinar quem pode ou não pode vencer o
pleito, levada em consideração a devastação do cenário político do
Distrito Federal. Tudo deve ser entendido somente como “recall”. A
partir daí, é razoável prever, apenas, que tudo ainda pode acontecer.
Improvável
mesmo só a tese de que Agnelo poderia ser reeleito por W.O., ou seja,
pela ausência de concorrentes. Em que pese à força da “caneta” de
governador, o robusto leque de partidos que o apoiaram na sua eleição já
não conta com a potência de partidos importantes, tanto no cenário
local quanto nacional, como no caso do PSB, que certamente construirá
candidatura própria respaldado nas pretensões presidenciais do
governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ademais, recentes pesquisas de
opinião apontam Agnelo com apenas 11% (onze por cento) de intenções de
voto, contra o percentual acima de 20% (vinte por cento) atingido por
pelo menos dois de seus adversários. Portanto, não há por que se falar
em W.O, a não ser que o atual governador se ausente da disputa.
Outro
aspecto que esmaece as cores da pintura de uma nova faixa de governador
nos ombros de Agnelo é a sempre difícil articulação dentro de seu
próprio partido, PT, que diante dos altíssimos índices de desaprovação
de seu governo, tem bradado fortemente a tese de ampliação do debate
interno para a escolha de quem poderá encabeçar a chapa petista.
Enganam-se
aqueles que não acreditam na formação de uma coalizão de forças da
oposição. Sem dúvida que o acontecimento dessa união, necessariamente
passará por um exaustivo processo de negociação, no entanto, o
pragmatismo que falta no seio petista, sobra nos principais nomes que
fazem a atual oposição, não obstante a vaidade pessoal de cada um deles.
Certo
mesmo é que o eleitorado do DF amadureceu pelo sofrimento. Portanto, não
adianta escolher o placar no começo da partida. O jogo está apenas
começando.
Fonte: Guardian Notícias - Por João Zisman
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