O PT está articulando para comandar o Conselho de Ética da Câmara a
partir deste ano, e duas razões o movem: tentar salvar os mandatos dos
seus deputados e de aliados condenados no julgamento do mensalão e ter o
controle do colegiado num eventual processo que possa levar à cassação
do deputado e ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB/MG), principal
personagem do chamado mensalão mineiro.
O PT tem interesse em dirigir o colegiado mesmo diante da possibilidade
de os processos contra os deputados condenados no mensalão nem passarem
por lá.
Integrante do conselho, o deputado Sibá Machado (PT/AC) é um nome do
partido para presidir o órgão, mas que pode ser substituído por um
parlamentar de maior densidade política em caso de risco de derrota. O
indicado, nesse caso, seria Nelson Pellegrino (PT/BA).
Árduo defensor da tese de que cabe à Câmara a última palavra sobre o
destino dos mandatos de José Genoino (PT/SP), Valdemar Costa Neto
(PR/SP), João Paulo Cunha (PT/SP) e Pedro Henry (PP/MT) – os quatro
parlamentares condenados pelo mensalão -, Machado diz estar à disposição
do seu partido. Nesse caso, o Conselho poderia ter participação
importante.
“Vamos ter muita polêmica entre a Câmara e o STF. Já é uma briga
pública e notória. E todos sabem que comungo da posição do ex-presidente
Marco Maia de que a Câmara não pode abdicar de seu poder de decidir
sobre o futuro dos seus. Se vai aliviar ou não é outra coisa. O que não
pode é entregar essa prerrogativa para terceiros”, disse Machado.
Ao PT também interessa presidir o colegiado se o STF condenar Eduardo Azeredo, réu no processo do mensalão tucano.
“Não digo que será um momento de glória, mas um pequeno troco no PSDB,
ainda que o Azeredo seja um bom camarada na relação no Congresso”, disse
um petista, que pediu reserva de seu nome.
NOTA DE REDAÇÃO DO BLOG - Esta matéria publicada no jornal O
Tempo, de BH, dá o que pensar. Quer dizer que o PT se articula para
salvar seus mensaleiros, mas quer cassar o mensaleiro tucano? A
estratégia faz lembrar o jornalista Sérgio Porto e suas tiradas sob o
pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta: “Ou todos nos locupletemos ou
restaure-se a moralidade”. (C. N.)
Fonte: Blog da Tribuna
Blog do Edson Sombra
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