As equações sucessórias para 2014 no Distrito Federal, já ultrapassam a
zona dos cochinhos e vão ganhando ambientes abertos na medida em que
protagonistas do cenário partidário promovem conversações iniciais para a
montagem das peças no tabuleiro. No momento presente, os observadores
conseguem captar três nítidas tendências que se cristalizam,
rigorosamente empatadas no cômputo das cotações eleitorais.
a) a situacionista, que age e reage em torno de Agnelo, posicionando-se
ao centro (o PT, nau capitânea, perdeu seu matiz ideológico). Agnelo
caminha para apresentar-se à reeleição, a partir de costuras com as alas
do PT (acomodar o secretário Geraldo Magella, será um dos desafios),
com o PMDB do vice Tadeu Filippelli (que também almeja ser candidato ao
governo) e de resto com toda a sua ampla base de apoio partidário, para
manter a coligação original e repetir em escala regional a montagem que
levou Dilma Rousseff ao poder, a ser repetida em 2014. Apesar da má
posição atual do governador nas pesquisas, governo é governo, e na
eleição funciona como máquina: a banda Agnelo & Tadeu contaria hoje com
uns 35% dos votos;
b) a oposicionista, que se forma nos desvãos da esquerda, ocupando a
posição que era do PT anteriormente. Na verdade é um conglomerado de
ideias de fazer oposição local, pois muitos dos partidos que o integram
apoiam o governo Dilma, a exemplo do senador Rodrigo Rollemberg. Do
mesmo modo o PDT do senador Cristovam Buarque é da base dilmista, mas o
ex-governador mantém-se independente. O segmento conta ainda com o
deputado Reguffe e o ex-candidato a governador Toninho do Psol. Ou seja:
quatro bons de votos, que juntos teriam 33% dos sufrágios.
c) a neutro-oportunista, com os ícones da direita que se consumiu em
denúncias de corrupção ou que se enredou na lei das fichas limpas,
constituindo, porém, uma extraordinária colmeia de votos. Aí estão os
ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, que, juntos, são
responsáveis por alguma coisa em torno de 33% dos votos validos no DF.
Unidos, serão uma força nada desprezível para eleger o candidato que
apoiariam – um nome ainda não mencionado, em aberto. Juntar-se-ia a eles
o senador Gim Argello, um nome de potencial econômico. Ao fundo,
trabalhando nos bastidores, o ex-senador Luiz Estevão, outro mago
financeiro.
Das articulações internas nesses três grandes núcleos de força
político-eleitoral – para discriminar quem será o candidato a
governador, a vice, e à única vaga de senador – o que implica terem de
superar ambições pessoais e cobiças de grupos, nascerá o segmento
vencedor, num provável segundo turno. A vitória final, de um dos três
segmentos, será sempre por muito pouca margem de diferença sobre o
adversário. Mas o 1% restante tende a ir para Agnelo.
Fonte: Notibrás - *Diretor-Editor da Carta Polis
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