Presidente do PSD, Rogério Rosso: fogo amigo pode enfraquecer legenda novata na disputa pelo governo do DF em 2014
O PSD do Distrito Federal parece que ainda não se deu conta de que o
partido é uma grande força política, mas isso se mantiver a união.
Semana sim, outra também, aparecem notas e trocas de farpas entre seus
quadros representativos. Há pouco tempo, as duas deputadas mais
aguerridas da legenda — Celina Leão e Liliane Roriz — ameaçaram uma
debandada. Recuaram depois de conversarem com o presidente do partido,
Rogério Rosso.
Passado o período de calmaria, voltou novamente os buchichos de que
“se o PSD for para a base do governador Agnelo Queiroz (PT), haverá uma
diáspora da legenda”. Esta possível ameaça teria partido da deputada
Eliana Pedrosa, uma espécie de madre superiora da irmandade pessedista.
Deputada experiente e dona de um capital político considerável,
principalmente entre as classes C e D. Este patrimônio não veio de graça
para a deputada. Foi conquistado em vários embates eleitoral e com uma
atuação marcante no parlamento, tanto como fiscalizadora do executivo e
como hábil negociadora nos bastidores.
Portanto, se for ela a autora desta insatisfação, a estratégia não é
das melhores. Ao martirizar o presidente de seu partido, também
enfraquece seu valor como liderança já que ela luta para ser uma
possível postulante na disputa para o Palácio do Buriti. Quem vai
abriga-la para seus planos se mira o poder a qualquer preço? Confiança
se conquista conversando. Por mais pesquisa que ela tenha em mãos — e
tem —, não se conquista, ou melhor, não se toma o poder do adversário
sozinho.
Se o temor dos parlamentares pessedistas for o alinhamento com o
governador Agnelo, então mostre ao presidente Rogério Rosso o quanto
isso será danoso ao projeto de 2014. Ruim é a autofagia em que o PSD vem
promovendo. Esta estratégia (?) só aumenta o descrédito dos
parlamentares, jogando o conceito de inovação política no lixo. Talvez
as nobres deputadas não tenham percebido que ficar atirando a esmo, sem
um objetivo definido, não seja a melhor forma de ampliar o respeito dos
brasilienses.
Por ser um partido jovem, mas com velhas lideranças, a dificuldade
para assimilar novos conceitos políticos sofre resistência e
incompreensões. Por exemplo: acusam Rosso de não ter ampliado o número
de filiados com densidade eleitoral e que ele tem “uma história política
pequena”, como sinalizou o jornalista Ricardo Faria, do Guardian
Notícias. No artigo, Faria frisa que “Rosso trabalha para minar (...)
possibilidades [em disputar o governo do DF], tanto de Eliana [Pedrosa]
quanto de qualquer outro nome, pois, para eles, a vontade do presidente
do PSD é a de se ser vice em uma composição com outros partidos”.
O Jornal Opção conversou com o pessedista na
quinta-feira, 24, e ouviu dele uma análise diferente: “Enquanto não se
decidir os nomes dos novos presidentes do Senado e da Câmara Federal,
não tem como nenhum partido montar uma estratégia eleitoral para 2014.
Não se trata de boicotar A ou B, o jogo só terá início a partir desta
definição no Congresso.” De fato, qualquer movimento dos partidos agora
pode redundar em fiasco. Quem garante um acordo político para 2014 se
ainda não ficou claro o papel do PSD na base da presidente Dilma
Rousseff. Sem esta definição, Rogério não tem muito espaço para manobrar
a máquina pessedista rumo a qualquer projeto majoritário. Ir com quem e
aonde?
E quanto a ida para a base de Agnelo? “Já disse isso inúmeras vezes: é
meu papel como presidente da legenda conversar com outras siglas. Não
importa se é o PT, PSDB, PTB... Faz parte de qualquer político buscar o
poder. Este não é o objetivo de todos os partidos?, indaga Rosso. Para
ele, se não houver uma união visando os interesses do DF e seus
cidadãos, “partido nenhum sobreviverá praticando os mesmos conceitos
antigos”.
Fonte: Jornal Opção
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