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sábado, 1 de dezembro de 2012

Operação Mangona: Investigados trocam acusações

A ação articulada pela polícia e pelo MP apura desvio de emendas 



A Operação Mangona, deflagrada esta semana, tem feito com que o distrital Raad Massouh (PPL) e o ex-administrador de Sobradinho Carlos Augusto de Barros troquem acusações. A ação da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apura suspeita de desvio de verba de emendas para eventos. O principal alvo dos investigadores é o distrital. Em 2010, ele liberou R$ 100 mil para uma festa realizada na área rural em Sobradinho. Há indícios de que parte do dinheiro tenha sido desviada. Raad diz que queria alavancar o turismo rural da cidade e não era responsável por fiscalizar o uso dos recursos. Segundo ele, essa função seria de Barros. Ao Correio, o ex-gestor da região conta outra versão.

Essa semana, Raad Massouh acusou Barros de estar fazendo “picuinha”. “Ele era o meu homem de confiança. Enquanto trabalhava comigo, sempre teve bons cargos e nunca me acusou de nada. Quando estourou o caso na imprensa, voltou à delegacia e fez todas as acusações contra mim”, diz o parlamentar. 

O ex-administrador de Sobradinho, no entanto, dá outra justificativa para as supostas irregularidades do evento pago com verbas liberadas por meio de emendas parlamentares. Ele afirma que não queria a realização do festival na data marcada, mas Raad Massouh teria “pressionado” os funcionários da administração. 

“Era época de campanha eleitoral e eu não queria executar, mas ele (Raad) insistiu. Disse que era importante para ele. Raad foi para a festa, subiu em um carro de som e falou com os moradores”, afirma. Indicado para a função de administrador de Sobradinho pelo deputado Massouh, Carlos Augusto de Barros deixou o cargo logo depois de Raad se reeleger. Trabalhou no gabinete do distrital por seis meses. “Até então, eu não sabia que havia dado problema com a festa em Sobradinho. Só fui informado quando a polícia fez uma operação, em junho. No dia seguinte, pedi exoneração do cargo que exercia”, afirma.

Raad Massouh confirma ter ido ao evento, mas nega a pressão pela realização. “Fui ao festival convidado pelo Barros. Falei poucas palavras. Nunca estive na administração de Sobradinho”, afirma. “O que aconteceu foi falta de competência dele (Carlos Barros). Agora, ele quer jogar a responsabilidade para mim”, acrescenta. 

No dia em que os promotores e os policiais civis deram início à Operação Mangona, a Secretaria de Transparência e Controle (STC) fez uma solicitação oficial de compartilhamento de provas ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O objetivo é descobrir se as festas promovidas com emendas liberadas por Raad Massouh foram alvo de investigações realizadas pela pasta. 

O secretário de Transparência, Carlos Higino de Alencar, ainda não recebeu os documentos, mas afirmou que uma apuração já está sendo feita. “Realizamos muitas operações para averiguar irregularidades nesses eventos. Queremos, agora, saber se as promovidas por ele (Raad) estão entre as investigadas”, disse Higino. “Claro que a investigação do MPDFT trará detalhes, mas já começamos a fazer averiguações para ver se há algo errado. Se for constatado prejuízo ao erário, vamos exigir que os responsáveis devolvam o dinheiro”, ressaltou.
 
Fonte: Jornal Correio Braziliense - Por Kelly Almeida

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