Após semanas de especulações em torno da nova composição da Mesa
Diretora da Câmara Legislativa, o governador Agnelo Queiroz (PT)
decidiu, sutilmente, desenhar o formato por ele há tempos desejado.
Mesmo depois do lançamento de uma possível candidatura do deputado
Chico Leite (PT) e do Partido dos Trabalhadores ter se manifestado
favoravelmente à reeleição do atual presidente, o deputado Patrício, eis
que hoje, após reunião a portas fechadas com a bancada petista, Agnelo
decidiu escolher o seu candidato: o ex-líder do Governo na Casa, o
deputado Wasny de Roure (PT).
Wasny de Roure |
Para vice-presidente, agradando o bloco do PMDB, o nome seria o de
Agaciel Maia (PTC), que preside a Comissão de Economia, Orçamento e
Finanças da Casa.
Na Primeira-Secretaria, o nome que já era ventilado foi ungido: o do
distrital Washington Mesquita que, apesar de ser do bloco oposicionista
do PSD, é intimamente ligado ao governador Agnelo Queiroz. Uma
demonstração da força do líder do Pentecostes, padre Moacir.
Para segundo-secretário, o professor Israel Batista, que recebe mais um
agrado após ter deixado o partido que o elegeu, o PDT, que deixou a
base, para filiar-se ao novo PEN – legenda que já nasceu dentro da ala
governista de Agnelo na Câmara Distrital.
Por fim, na terceira e última Secretaria, quem conseguiu o aval do
Buriti teria sido o distrital Aylton Gomes (PR), que, se confirmado,
realizaria um feito histórico: manter-se na Mesa em dois biênios
consecutivos da mesma Legislatura. Até agora, Gomes ocupa a Segunda
Secretaria da Casa.
A jogada é considerada um xeque-mate de Agnelo Queiroz para o próprio
Agnelo. Isso porque, numa primeira análise, o governador teria agradado a
todos, principalmente o PT, com a manutenção de um petista no comando
da Casa. E ainda a força de um aliado como Agaciel Maia na
vice-presidência. Ex-diretor do Senado, Maia é querido por caciques do
PMDB, como Renan Calheiros e José Sarney.
Numa análise mais crítica de alguns petistas insatisfeitos, a versão
tem outro formato. É sabido que o grande interesse de Wasny de Roure é
pendurar as chuteiras ao ser indicado para uma vaga de conselheiro do
Tribunal de Contas do DF, fato que pode acontecer até o início do ano
que vem. Por isso, o presidenciável teria consultado diversos
especialistas para saber, no caso de renúncia após assumir a presidência
da Câmara, se haveria nova eleição. A resposta foi clara: não seria
necessário.
Com essa segurança jurídica, Wasny teria decidido participar da jogada
de mestre de Agnelo: tornar-se presidente até a indicação de seu nome
para o TCDF. Com isso, quem herdaria o comando da Casa seria Agaciel
Maia, que vinha sendo cogitado como possível candidato à presidência,
mas que enfrentou resistências por conta da quantidade de denúncias de
supostas irregularidades quando dirigiu o Senado Federal.
Apesar de os nomes já terem sido decididos pelo governador Agnelo
Queiroz, nada é definitivo. Como no jogo político tudo muda a cada
instante, até dia 14 – data prevista para a eleição – muita coisa pode
acontecer.
Fonte: Blog do Edson Sombra
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