PSB/DF é a terceira legenda a se distanciar da “Turma da Mudança” na administração Agnelo/Filippelli no GDF. Igualmente insatisfeitos, PDT e PPS se desliagaram há mais tempo
O PSB ocupa no GDF
a direção da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), da Secretaria de
Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri/DF), da Administração
Regional do Lago Norte, da Central de Abastecimento do Distrito Federal
(Ceasa/DF), e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater/DF).
Em nota pública, divulgada neste sábado (8),
durante plenária regional, o partido afirma que adotará uma posição
política de independência em relação à administração distrital.
No
documento, a Executiva alega algumas razões para deixar a base do
governo: ausência de diálogo do governo com o PSB; incapacidade do GDF
de solucionar problemas graves, especialmente nas áreas de saúde,
segurança, educação, transporte, meio ambiente e ciência e tecnologia; e
o afastamento do governador Agnelo dos compromissos de campanha e dos
aliados históricos.
De acordo com a nota, o PSB deixa o GDF não por
causa de um fato isolado, mas pelo conjunto da obra. “Todas as nossas
tentativas de reverter o quadro negativo de ineficiência e má gestão,
assim como de aplicar políticas coerentes com nossos objetivos
programáticos, foram frustradas. Não vemos, neste governo, os valores,
os métodos e as políticas que defendemos para o DF”.
Segundo o
presidente do partido, Marcos Dantas, a situação estava insustentável e a
decisão de deixar a base do governo foi tomada depois de uma grande
reflexão com todos os militantes. “O governador não vem cumprindo os
seus compromissos de campanha e em nenhum momento convidou o PSB para
participar do núcleo político de decisões do GDF. É chegada a hora de
construir o nosso futuro”.
Na plenária, o senador Rodrigo
Rollemberg (foto) elogiou o trabalho dos socialistas no governo, mas
acredita que o PSB deve, no momento, construir com outros partidos e com
a sociedade uma alternativa nova para o DF. “Ao sair do governo,
teremos independência para com muita tranquilidade e firmeza, e
colocando os interesses da população em primeiro lugar, apontar os
defeitos do governo e construir um novo projeto para o DF”.
O
deputado distrital Joe Valle salientou que já havia percebido a vontade
dos militantes socialistas de sair do governo. “Essa decisão foi tomada
por ampla maioria e eu vou ratificá-la. Continuarei trabalhando, na
Câmara Legislativa, para ter um partido preparado para governar o
Distrito Federal”, ponderou.
Leia a íntegra da nota:
JUNTOS PELO DF
O
Partido Socialista Brasileiro do Distrito Federal – PSB/DF decidiu
hoje, em sua Plenária Regional, que não mais participará do Governo do
Distrito Federal. Assumimos assim posição de total independência em
relação à administração distrital. A decisão foi tomada após a
realização de 15 plenárias zonais do partido, nas quais o afastamento
foi intensamente debatido por proposta da comissão executiva regional.
O PSB participou, com PT, PMDB e PDT, da
chapa majoritária, denominada “Novo Caminho”, que em 2010 elegeu Agnelo
Queiroz para governar o Distrito Federal. Nosso propósito comum era
superar um período extremamente negativo para o DF e construir o tão
esperado novo caminho, que representasse novos métodos administrativos e
políticos e a execução competente de políticas públicas que
efetivamente beneficiassem a população brasiliense.
No entanto, ao longo do mandato, o governador foi paulatinamente se
afastando dos compromissos de campanha e dos aliados históricos,
estabelecendo acordos condenáveis com forças que representam o velho
estilo de fazer política e de administrar o DF. O novo caminho vem
mostrando a retomada de velhos caminhos, que a população brasiliense
rejeitou categoricamente nas eleições de 2010. Em busca de uma ampla e
heterogênea maioria na Câmara Legislativa, o governador aliou-se
indiscriminadamente a partidos e a políticos que, ao longo dos últimos
25 anos, têm mostrado só ter compromisso com o patrimonialismo e com
práticas atrasadas que levam à ineficiência administrativa do Estado e a
ações condenáveis na gestão pública.
O PSB tinha a expectativa de que participaria efetivamente das decisões
de governo, mas viu seus quadros serem marginalizados do poder, assim
como ocorreu com o PDT, em favor dos que consideramos adversários
políticos de nosso programa. O que se percebe no governo é a
concentração do poder nas mãos de poucas pessoas, a falta de diálogo com
os movimentos sociais e com a sociedade civil, a ausência de
transparência e a incapacidade administrativa para solucionar problemas
graves, especialmente nas áreas de saúde, segurança, educação,
transporte, meio ambiente e ciência e tecnologia.
O PSB/DF reconhece o esforço e o desempenho de seus quadros à frente
das Secretarias de Turismo e de Agricultura e da Administração do Lago
Norte, mas entende que não há mais condições políticas para permanecer
no governo. Todas as nossas tentativas de reverter o quadro negativo de
ineficiência e má gestão, assim como de aplicar políticas coerentes com
nossos objetivos programáticos, foram frustradas. O PSB deixa o GDF não
por causa de um fato isolado, mas pelo conjunto da obra. Não vemos,
neste governo, os valores, os métodos e as políticas que defendemos para
o DF.
O PSB se propõe, junto com a população e com os partidos de esquerda, a
discutir amplamente e formular alternativas que resgatem nossas
propostas comuns para o Distrito Federal e assegurem melhores condições
de vida à população do DF.
Partido Socialista Brasileiro do Distrito Federal
Fonte: Estação da Notícia - Da redação em 08/12/2012 17:42:03
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