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domingo, 23 de dezembro de 2012

A guerra particular de Cristiano Araújo contra Agnelo Queiroz

Deputado distrital Cristiano Araújo: mais um dissidente contra Agnelo Queiroz

Muito se falou e foi escrito sobre a saída do deputado Cris­tiano Araújo (PTB) do governo Agnelo Queiroz (PT). Começou-se especulando que ele contrariou a orientação do mandatário petista para apoir Wasny de Roure para presidente da Camara Le­gislativa. Cristiano manobrou em outra direção, gesto que deixou o governador “fulo de raiva”, se­gundo uma fonte. De­pois surgiu a versão de que o governador melou interesses econômicos da família de Cristiano, leia-se contratos com o GDF. Este gesto foi o que teria transbordado o copo d’água.

Cristiano pressionou, via articulação nos bastidores, uma reação política contra Agnelo, mas não deu certo. No meio da questão tinha um astuto Chico Vigilante, hábil negociador e um exímio esgrimista político quando se trata defender os interesses do PT. Para piorar o clima. Agnelo sai à caça e exonera todos os apadrinhados do deputado, começando pela Secretaria de Desenvol­vimento Econômico (SDE). Foram mais de 30 expurgados da gestão petista, conforme o Diário Oficial de quinta-feira, 20. Conforme antecipado pelo Jornal Opção há duas semanas, Agnelo prometia ser duro com os aliados que não seguisses as orientações do Palácio do Buriti. E mais: quem não se comportasse como aliados seria tratado a pão e água. Não deu outra: Cristiano perdeu a guerra particular que vinha travando com Agnelo.

Nesta luta do rochedo contra o mar, o senador Gim Argello, expoente máximo do PTB no Distrito Federal, passou ao largo. Ele não moveu um músculo da face para ajudar Cristiano por uma razão muito simples: tratava-se de uma arenga particular e não de cunho partidário. Como líder do partido e um dos senadores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, não ficaria bem entrar numa arenga particular entre um deputado de seu partido e o governador aliado da presidente. Fez o que uma pessoa sensata faria: saiu de fininho até por que não adiantaria nada romper com o governador por causa de uma disputa que não tem nada de política. Gim tem maturidade e habilidade política para contornar crises e não iria trazer esta para seu terreiro.

Comenta-se nos bastidores que Cristiano vai ser uma pedra no calcanhar de Agnelo. “Ele pretende se unir à oposição e esmiuçar a vida de Agnelo Queiroz, tanto com denúncias sobre a gestão como trazendo à tona casos em que o governador teria participado”, conta um dos demitidos e próximo a Cristiano. Passando as festividades do Natal, o PTB fará uma reunião para avaliar o tamanho da crise. Ou seja: entrega os cargos e sai da das asas de Agnelo como fez o PSB ou deixa Cristiano falando sozinho?

Agnelo aproveitou o embalo e já resolveu onde colocar seu amigo Abdon Henrique, que estava desgarrado do Buriti por ter sido rejeitado pelos bancários como presidente do BRB. Ele, que foi cotado até para a pasta de Agricultura, volta ao antigo ninho que estava sendo ocupado por Cristiano: a boa e generosa Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Alguns blogueiros de Brasília estão atribuindo a Abdon o rótulo de sete vidas. Haja fôlego!

Enquanto isso... 

O senador Gim Argello é eleito novamente líder da bancada petebista no Senado. Distante da guerra paroquial do deputado Cristiano Araújo, o senador pensa em projetos mais realistas, como sua reeleição ao Senado. Considerado um dos mais atuantes no Congresso, Gim também é um dos parlamentares que mais tem ajudado prefeitos do Entorno do DF. Esta sua atuação tem rendido bons dividendos, não só para a população desta região, mas também para Goiás como um todo.

Ao ser eleito líder do Bloco União e Força, formado por 14 senadores de quatro partidos, Gim caminha para consolidar sua posição de hábil estrategista político. Este reconhecimento ficou explicito ao ser ungido novamente líder do PTB até 2015, cargo que ocupa desde 2009. O senador também continuará responsável pela liderança do Bloco Parlamentar União e Força, composto por 14 senadores de quatro partidos (PTB, PR, PSC e PPL).

Sob a liderança de Gim, o bloco, criado em abril deste ano, se consolidou rapidamente como a terceira maior bancada do Senado e um importante braço de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. O senador faz questão de reunir o grupo semanalmente para avaliar o trabalho na Casa e afinar a atuação do bloco em relação aos assuntos em pauta.

Recentemente, a presidente Dilma parabenizou os senadores pela organização do bloco e disse que orientará os ministros a participarem, sempre que possível, dos encontros semanais realizados pela bancada no Senado, como fizeram os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante. 

Fonte: Jornal Opção - Por Wilson Silvestre

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