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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Balão de ensaio de Gim Argello para o Senado vai estourar lá no alto


Algo está no ar. Um balão de ensaio está ganhando a estratosfera com um tripulante que pretende ver o cenário lá de cima e descer em queda livre para acertar um ponto determinado. Pré-determinado. O ocupante da cápsula que sobe neste momento para a grande aventura é Gim Argello. Seu alvo, uma única cadeira disponível no Senado em 2014.

O austríaco Felix Baumgartner obteve êxito ao pular de exatos 128 mil pés (39 km) de altura da Terra. É mais ou menos a distância que separa o atual senador Gim de uma nova cadeira no parlamento maior da nossa sofrida república. É bom lembrar que estamos falando de eleição, não de reeleição, no caso dele.

Gim não foi eleito, é suplente. Baumgartner acertou o ponto na mosca. Enquanto sobe, Gim vai corrigindo a rota e admirando as alturas. Mas ainda tem dúvidas sobre uma possível pane no trajeto de volta, ao contrário de sua fonte inspiradora, o austríaco doidão que tem o patrocínio da Red Bull.

Mas justiça seja feita. Gim já subiu e desceu incontáveis vezes, de variadas alturas e seu índice de êxito, pelo que relatam as testemunhas, é muito alto (sem trocadilhos). Acerta muito mais do que erra. Com o patrocínio de Dilma, vem espetando alfinetes no seu mapa de importantes cargos no governo Federal. Enquanto sobe rumo às estrelas, seus pupilos brilham em solo fértil, nas mais variadas lavouras do poder.

A Red Bull já sondou a possibilidade de substituir todos os seus astros radicais por um único garoto propaganda, mas Gim foi afastado porque não há, dizem, cachê que supere aquele que supostamente ele recebe anualmente. É o que dizem.

Subindo ele até perdeu de vista a proposta.

Não há muito conforto na cápsula. É apertada, permite poucos movimentos, não há lugar nela para acompanhantes. Parceiros devem ficar na Esplanada, onde pretende pousar, em pontos estratégicos observando a subida. E aplaudindo.

Do observatório político, oponentes garantem que a tecnologia empregada na aventura é precária, pode transformar a tentativa de recorde de queda livre – ele já é recordista em várias modalidades – em um monumental fracasso.

Submerso nos últimos anos ao público, Gim não vai querer quebrar a barreira do som. Sabe que pode encontrar concorrentes na mesma estratosfera, que falam demais, instalados em equipamentos mais modernos e muito mais bem pagos. O maior problema não é nem a queda livre já experimentada por ele - raras vezes, é verdade - mas o cancelamento do patrocínio de Dilma no meio da aventura.

Mesmo tendo garantido um fundo milionário privado e particular para pagar os cientistas da sua equipe, o senador suplente sabe que isso não é suficiente para mergulhar em velocidade supersônica até a cadeira onde quer sentar suavemente, após o pouso.

O pouso pode, sim, acontecer dentro d´água, longe dos botes salva-vidas.

É o risco de uma aventura, mesmo para um experiente e consagrado atleta que radicalizou setores da economia do DF, e agora do Brasil, com a habilidade que a observadora Dilma Rousseff é capaz de entender como um talento nato, dos tempos em que Taguatinga era uma cidade pacata e Sérgio Naya um pacato cidadão.

Mas isso aconteceu há muitos anos-luz da memória coletiva.

Uma coisa é inegável: Argello está lá, frequentando as constelações, posicionando estrelas, mexendo na Via Láctea do Planalto. Seu escafandro sideral é blindado, suporta pressões não reveladas, mas pode haver uma barata dentro dele, capaz de suportar uma explosão atômica, segundo afirma o laboratório que implantou o inseto no equipamento de Gim, sem que sua equipe percebesse.

Agora Gim deve manter o telefone do departamento de marketing da Red Bull na agenda, antes que na agenda dos opositores seja mantido o telefone de Joaquim Barbosa. Este, sim, vai registrando recordes sem a necessidade de provas.
 
Fonte: Notibras - Por Fhored Uerba

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