
UPA de Samambaia: interditata pelo CRM
Sempre há aqueles que se esquecem de seu papel de representante da população para incorporar a defesa do indefensável: uma gestão que torna quase nula a dignidade de quem procura as unidades públicas de saúde do DF.
No último episódio, coube, lamentavelmente, ao líder do PT na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante, levantar questionamento sobre a interdição da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia, talvez por total desconhecimento do assunto. Quis com isso colocar em xeque a credibilidade dos médicos do Conselho Regional de Medicina, de quem partiu a difícil decisão. Afinal, a quem interessa o fechamento de um local de atendimento à saúde?
E o pior: outros companheiros do time vermelho também entraram na onda. E para quem vem acompanhando o desempenho dos petistas, já considera uma postura mais do que natural levantar a voz para encobrir, de alguma forma, os “companheiros”, responsáveis pela pior gestão da saúde já vivida no Distrito Federal. E, claro, atacar cruelmente quem se opõem a eles.
O difícil é testemunhar algum parlamentar desse time, aliado do atual governo, apodrecer nas filas de alguma unidade de saúde em busca de atendimento médico e ter de sair de lá sem ao menos uma resposta, como geralmente acontece.
Cabe lembrar que o Conselho Regional de Medicina fez o que a Câmara Legislativa deveria ter feito, e não faz. A grande maioria governista na Casa trabalha única e exclusivamente pela blindagem das atrocidades cometidas pelo atual governo. Perde-se com essa estratégia a principal prerrogativa de um parlamentar, que é defender o cidadão.
Falar, espernear, denegrir, difamar é fácil. O que não se vê é algum desses pirotecnistas legislarem de forma a garantir condições mínimas de dignidade ao profissional que cuida da vida humana. Afinal, numa eventual fatalidade nesses locais, não será nenhum deles a responder judicialmente por crime contra a vida, e sim os médicos, enfermeiros e profissionais da saúde.
Inaugurar, às pressas, uma unidade como esta apenas para fazer número e mostrar que o programa de governo está sendo cumprido é o perfil de uma gestão irresponsável e inconsequente. Abrir as portas de uma unidade de saúde sem as mínimas condições de trabalho, colocando os profissionais envolvidos como verdadeiros vilões pelo péssimo funcionamento da tal unidade, é querer fazer o povo de idiota. E defender essa estratégia é uma atitude ainda mais imbecil.
O processo das UPAs é muito maior do que simplesmente a falta de estrutura para o atendimento. Há jogo de interesses escusos e vários outros predicados que se sobrepõem ao verdadeiro objetivo de uma unidade médica, que é a saúde da população, direito garantido pela Constituição Federal e grande parte paga pela União.
O fim dessa história ainda não chegou. Brevemente, tudo será revelado. E o capítulo mais interessante será comprovar que os verdadeiros vilões não são os médicos, enfermeiros ou qualquer outro servidor público da saúde que cumprem o seu dever e que, apesar de terem um dos piores salários, conseguem ter forças para integrar um sistema que está sendo conduzido para a falência, simplesmente com o objetivo único de privatizar o que hoje é do povo.
Volto a falar: O mau-caráter desta novela tem outro nome. E o que posso adiantar é que esse personagem está mais interessado em pensar nos interesses pessoais do que defender a dignidade do povo. O bom é que as autoridades competentes já estão de olho nesse quadro de extrema angústia da população.
Fonte: Blog do Edson Sombra
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