Recebemos este belíssimo texto em forma de comentário do nosso leitor Marc Arnoldi que faz uma análise sobre a matéria “Aberta a sucessão de Agnelo Queiroz” publicada no Blog do Cafezinho.
A análise de nosso leitor nos faz refletir sobre o atual e futuro quadro político do Distrito Federal.
Análise de Marc Arnoldi
Os últimos anos da política brasiliense foram tão movimentados que é preciso muita prudência antes de tentar antecipar a disputa de 2014. No entanto, e nas condições atuais, alguns comentários podem ser feitos a respeito da matéria.
O DF não tem eleições municipais, por isso o partido de Rogério Rosso (foto) terá sua estréia nas urnas somente em 2014. A densidade eleitoral pessoal do ex-Governador só pôde ser auferida nas eleições de 2006, quando candidato a Deputado Federal, foi o mais votado em Ceilândia. Mas se o PSD tiver candidato próprio ao Buriti na próxima, haverá de ser considerado o conjunto do partido.
Em matéria de densidade eleitoral, Eliana Pedrosa (foto), também do PSD, comprovou nas urnas em 2010 ser boa de voto em todas as regiões. Nota-se, por sinal, que até o presente momento, a única declaração de pré-candidatura ao GDF por um integrante do PSD foi justamente a da Deputada Distrital.
Para Reguffe e Cristovam (foto), o principal empecilho é o partido. O PDT-DF não tem condições de partir para a briga sozinho. Precisaria aliar-se a um partido maior, que não tenha cabeça de chapa. Precisaria também observar a posição do PDT nacional, integrante dos Governos Lula e Dilma. Cristovam teve uma excelente votação em 2010, mas não se pode esquecer que ele era o candidato numero 1 da coligação Agnelo. Ou seja, não teve que enfrentar um candidato do PT. Governador do DF pelo Partido dos Trabalhadores de 1995 a 1998, Cristovam se sentiria “esquisito” (própria palavra dele) em ser candidato contra.
A votação de Reguffe (foto) em 2010 foi marcante não só pelo volume de votos obtidos mas também pela ampla disseminação de seu nome no DF. Os números desmentem a afirmação que “Reguffe não consegue entrar na periferia”: foi o mais votado em 15 das 21 zonas eleitorais (incluindo Gama, Santa Maria, Taguatinga, Ceilândia), e o segundo mais votado em Samambaia/Recanto das Emas, ficando logo atrás de Jaqueline Roriz. Mesmo no norte, em Sodradinho e Planaltina, dominados por Paulo Tadeu, Reguffe apareceu em segundo.
Contrariamente a Cristovam (foto), que ainda privilegia seu projeto nacional em favor da educação, Reguffe já mostrou em 2010, com sua pré-candidatura ao Buriti, interesse em aplicar no Executivo suas medidas de moralização e austeridade. Mas, apesar de ter sido bem sucedido em sua campanha franciscana à Câmara dos Deputados, não resta dúvida que a maior pedra neste caminho será o financiamento de campanha.
O destino de Tadeu Filippelli (foto), como de todo vice, é ligado ao atual ocupante do cargo. Na jovem história eleitoral do DF, somente uma vez um vice foi às urnas contra a reeleição do Governador, foi Benedito Domingos, em 2002, contra Joaquim Roriz. A aliança PT-PMDB parece ainda ter belos dias pela frente, tanto a nível local que nacional. A não ser que não possa concluir seu mandato, Agnelo será o candidato legítimo e indiscutível em 2014, Filippelli terá que esperar.
Outros nomes, não elencados na matéria, serão jogados na corrida à sucessão nos próximos meses. E o primeiro deles será Rodrigo Rollemberg (foto), de olho na situação nacional de seu partido, o PSB, para se portar voluntário à briga na esteira de Eduardo Campos. Também há de se esperar um tipo de reação do PSDB e do DEM, literalmente ceifados na Câmara Legislativa.
Enfim, haverá de se quantificar o verdadeiro peso de Joaquim Roriz (foto), desta vez sim impedido de concorrer em razão da lei da Ficha Limpa. O sobrenome, que conseguiu reunir en torno de Dona Weslian 33% dos votos da unidade da União considerada a mais “política” do País terá mesmo força para voltar ?
Fonte: Postado por Do cafezinho
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