O PSDB compareceu às últimas três sucessões presidenciais trincado. Nas brigas internas, José Serra sempre liderou um dos polos. Em 2002, Serra tornou-se candidato contra Tasso Jereissati. Em 2006, Serra abriu mão em favor de Geraldo Alckmin. Em 2010, Serra escanteou Aécio Neves.
Pela lógica, o insucesso eleitoral desrecomendaria a reiteração do atrito. Porém, como que afeiçoado ao erro, o tucanato se repete. Na ante-sala de 2014, reincide na divisão interna. De um lado, de novo, Serra. Do outro, novamente, Aécio.
Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias PSDB/PR (foto) insinua-se como uma improvável terceira via tucana. Em entrevista ao repórter André Gonçalves, o senador declara: “Ninguém pergunta se há de verdade essa polarização [entre Serra e Aécio]. Só se escreve que há.”
Alvaro traz para o primeiro plano da discussão um ator sempre negligenciado: os filiados da legenda: “O partido não é feito apenas de governadores, senadores e deputados. É construído pela sua militância. Esses não foram ouvidos sobre a sucessão presidencial.”
Parte dos atores da nova velha divisão dizem que a maioria da legenda, exausta de Serra, prefere Aécio. Mas os partidários do presidenciável eterno evocam 2010 para mantê-lo no ringue: não se joga 43 milhões de votos pela janela, declaram.
Alvaro ressuscita uma fórmula redentora: prévias. Coisa sempre invocada por tucanos, mas jamais implementada. Como que influenciado pelo noticiário sobre a disputa do Partido Republicano, às voltas com a arenga que apontará o adversário de Barack Obama nos EUA, Alvaro rebatiza as prévias de “primárias”.
“Precisamos definir o processo de escolha, o mais democrático possível. E eu não tenho nenhuma dúvida de que o modelo adequado, e até o modelo de salvação da oposição, é o das eleições primárias. É o caminho para a construção da unidade partidária, a única forma para revitalização do partido.”
O Datafolha acaba de informar que Dilma Rousseff, aposta reeleitoral do PT, chegou ao final do seu primeiro ano com popularidade mais vistosa que a de todos os seus antecessores. E o PSDB, uma agremiação de amigos 100% feita de inimigos, continua brincando de esconde-esconde.
Fonte: Blog do Josias - UOL
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