João Dias foi levado a delegacia após agressão na sede do governo do DF. Dias teria levado sacola de dinheiro recebida no dia anterior, disse advogado.
O policial militar João Dias Ferreira, autor das denúncias de suposto esquema de corrupção que levaram à saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte, foi detido nesta quarta-feira (7) após agredir duas pessoas no Palácio Buriti, sede do governo do Distrito Federal. Dias foi indiciado por injúria.
O advogado de Dias, André Luiz Figueira Cardoso, disse que a agressão aos servidores do GDF – uma funcionária da Secretaria de Governo e um sargento da PM – ocorreu quando Dias tentava devolver R$ 200 mil que teria recebido em casa, no dia anterior, de alguém que ele identificou como "emissário do governo". Dias teria tentado entregar o dinheiro ao secretário de Governo, Paulo Tadeu.
“O João Dias tem recebido inúmeras propostas, que ele identifica como de agentes do governo. (...) Provavelmente foi um ‘cala-boca’”, disse o advogado. Ao ser questionado a razão de ele ter procurado o secretário de Governo, o advogado disse: “Provavelmente porque ele entendeu que seria a origem dos recursos”.
saiba mais
Em nota, o governo do DF informou que Dias foi encaminahdo a uma delegacia após agredir servidoras do governo. "João Dias teve que ser contido pelos seguranças, já que apresentava comportamento agressivo, e foi encaminhado à Polícia Civil, que tomará as medidas legais pertinentes ao caso", diz trecho da nota.
O secretário de Governo, Paulo Tadeu, disse que o dinheiro levado por Dias ao Palácio Buriti seria uma tentativa de "constranger" o governo. Tadeu não estava na sede do governo quando Dias foi preso.
Segundo o corregedor da PM, coronel Jahir Lobo Rodrigues, Dias pode ser julgado pela Justiça Militar caso fique comprovada a agressão ao policial que trabalhava no Buriti.
João Dias foi levado em um carro da PM para a 5ª Delegacia de Polícia, onde foi indiciado. Ele não foi algemado.
Na delegacia, o advogado de João Dias, André Luiz Figueira Cardoso, disse que ele havia ido “espontaneamente” à sede do governo do DF e que estava fazendo um depoimento “informal” à polícia. “Ele entrou aqui [na delegacia] como homem livre e eu vou tirar ele daqui como homem livre”, disse o advogado.
Denúncias
Na delegacia, o advogado de João Dias, André Luiz Figueira Cardoso, disse que ele havia ido “espontaneamente” à sede do governo do DF e que estava fazendo um depoimento “informal” à polícia. “Ele entrou aqui [na delegacia] como homem livre e eu vou tirar ele daqui como homem livre”, disse o advogado.
Denúncias
O suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte foi revelado por Dias em entrevista à revista "Veja" em outubro. De acordo com a reportagem, Dias afirmou que o então ministro do Esporte, Orlando Silva, participou de suposto esquema de desvio de dinheiro da pasta.
Orlando Silva, que deixou o cargo devido às denúncias, sempre negou envolvimento com irregularidades. Em nota divulgada na época em que o caso foi tornado público, Silva disse que a denúncia era "falsa, descabida e despropositada".
Na entrevista para a revista, Dias afirmou que o ministro teria comandando um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, de incentivo à prática esportiva entre crianças e adolescentes. Conforme a revista, o suposto esquema teria desviado cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos.
As denúncias chegaram ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo Dias, o suposto esquema de fraude no Segundo Tempo teria começado durante a gestão de Agnelo no ministério. Ele foi ministro entre 2003 e 2008. Na época, Orlando Silva era secretário-executivo da pasta.
Agnelo sempre negou as denúncias, mas admitiu que conhecia Dias, devido a sua militância no PCdoB, sigla à qual o governador era filiado antes de se transferir ao PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário