Depois de defender a saída de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho, a ala dissidente do PDT reivindica que o partido se declare “independente” em relação ao governo.
“O partido deve adotar posição de independência, elogiando o que estiver correto e criticando os erros. Sem cargos no governo”, diz o deputado Reguffe (PDT-DF).
Reguffe integra um grupo minoritário do qual fazem parte também os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Taques (PDT-MT).
Nenhum dos três foi convidado para a reunião em que a cúpula do partido decidiu, nesta segunda (5), manter o apoio à administração Dilma Rousseff.
Decidiu-se nesse encontro compor uma comissão para negociar com o governo os cargos que serão ocupados pelo PDT depois da queda de Carlos Lupi.
“É absurdo o que se faz com a presidente”, critica Reguffe.
Acha que “não faz sentido os partidos ficarem apresentando listinhas” a Dilma Rousseff.
“Ela tem que ter liberdade para escolher os melhores [ministros]. Tem muita gente boa nesse país que não tem filiação partidária.”
O deputado acrescenta: “Ministérios pertencem à sociedade e ao contribuinte, a quem deveriam servir e prestar contas...”
“Ministérios não podem ser propriedades de partidos. A presidente tem o direito de escolher os melhores auxiliares, sem olhar para a filiação.”
Na opinião de Reguffe, o PDT “não precisa de cargos para votar a favor de bons projetos.”
“Se o projeto não é bom”, diz ele, “tem que votar contra.” Indaga: “Vai votar a favor de projetos ruins só porque tem cargos?“
Reguffe advoga a tese de que Dilma Rousseff deveria enxugar a Esplanada. Recorda que, na década de 60, havia no Brasil 12 ministérios. Hoje, há 38 pastas.
O deputado defende também a "drástica redução do número de funcionários comissionados. São 23.569 cargos sujeitos à ocupação de apadrinhados políticos.
Quanto à decisão de Carlos Lupi de reassumir a presidência do PDT em janeiro, Reguffe declara:
"O partido deveria se abrir para a democracia interna, adotando a eleição direta para os postos de comando."
Como se vê, o deputado soa lógico demais para que suas posições prevaleçam num cenário partidário em que viceja a ilógica.
Considera-se diferente? "Minha diferença é que acomodo o contribuinte à frente do partido. Muitos consideram que o partido vem antes do contribuinte."
Fonte: Blog do Josias de Souza - FOLHA
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