Depois de atacar o ex-ministro Orlando Silva e o governador Agnelo Queiroz, PM diz que emprestou R$ 1 milhão a Paulo Tadeu em 2006 para que o então deputado pudesse coordenar a campanha presidencial do PT no DF. Tadeu nega qualquer relação
Informações Naira Trindade _Brasília247 – As acusações do policial militar João Dias sobre os esquemas de corrupção no Ministério do Esporte e no governo do Distrito Federal respigam agora na campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao abrir o depoimento na Corregedoria da Polícia Militar, na madrugada desta quinta-feira (8), o soldado revelou que intermediava a arrecadação de recursos para o comitê regional durante o 1º e o 2º turno das eleições presidenciais. Lá, começou uma amizade com o secretário de Governo, Paulo Tadeu, que era o coordenador da campanha.
Dias contou ao major Elisnei Antônio Dias que havia um rombo de R$ 1 milhão relativo à campanha a ser pago desde 2006. "Foram repassados (sic) 1 milhão de reais de forma parcelada ao deputado Paulo Tadeu para o pagamento das campanhas regional e presidencial no 1º e no 2º turno para presidente, para que o deputado pudesse ser o coordenador",disse Dias no depoimento.
Ele relatou que esse valor foi repassado de forma parcelada ao então deputado Paulo Tadeu, que é do PT. Segundo o soldado, na campanha de 2010, o então deputado Paulo Tadeu fez um acordo com um doleiro identificado como Fayed e com o policial civil ap0sentado Marcelo Toledo para sanar a “pendência”, por isso, repassou R$ 500 mil durante um encontro no sétimo andar do Garvey Park Hotel. Ele diz que o tenente-coronel Rogério Leão participou do encontro.
Pelo depoimento, os R$ 500 mil seriam usados como caixa dois na campanha eleitoral de 2010. Ele não deixa claro se o dinheiro era para eleger o governador Agnelo Queiroz. Para pagar a outra metade do rombo, o soldado diz que Paulo Tadeu queria um acordo.
O grupo de Fayed, que financiou a campanha de Agnelo, ficaria com a direção do DFTrans e seria escolhido quem passaria a liderar o BRB Seguros. “Foi proposto um acordo em virtude de alguns convênios, como a troca da iluminação por lâmpadas de LED no valor estimado de R$ 1,3 bilhão e projeto de construção de garagens subterrâneas em sete pontos nobres para atender a demanda de 5,5 mil vagas, ou seja, 10% da necessidade na época, no valor de R$ 350 milhões.”
A construção do Centro Administrativo de Taguatinga, avaliada em R$ 500 milhões, também era cobiçada para pagar o rombo que vinha desde a campanha do presidente Lula, segundo João Dias. Essas negociações resultaram no famoso Sudoeste Caboclo, uma briga entre João Dias e o delegado de polícia Miguel Lucena dentro de uma padaria no Sudoeste, que acabou na 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro, que era dirigida pelo recém nomeado diretor da Polícia de Polícia, Onofre de Morais.
Diante das acusações, o secretário de Governo, Paulo Tadeu, negou qualquer envolvimento com João Dias. Ele disse a jornalista Ana Maria que a última vez que cumprimentou “esse sujeito” foi há quatro anos. “Ele é um canalha. Se eu tivesse rabo preso com ele, ele não faria uma coisa como essa. Devo ser um empecilho para algum negócio de interesse dele”.
O secretário defende um posicionamento mais firme para punir João Dias. “Há indícios claros de crime militar. Ele invadiu área de segurança, agrediu um policial militar e fez acusações racistas. A Corregedoria precisa analisar isso com rigor”, acrescentou.
Fonte: Brasília 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário