
Mino Pedrosa
O Caldeirão de Mazelas do Governador Agnelo Queiroz ferveu neste fim de semana em Brasília. Os ingredientes foram entrevista coletiva do soldado 4 estrelas João Dias denunciando corrupção no Governo do Distrito Federal; reportagem do jornalista Claudio Dantas, na Revista isto É, denunciando o enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro de Agnelo e sua família, nos últimos dois anos, em que os Queiroz teriam alcançado patrimônio de pelo menos 10 milhões de reais, totalmente incompatíveis com os rendimentos declarados; e a certeza da traição de seus pares dentro do GDF.
E para piorar a situação, o irmão do Governador, Airton Queiroz fez graves ameaças ao repórter Cláudio Dantas, que foram gravadas pelo jornalista, que registrou boletim de ocorrência e juntamente com a revista está tomando providências ao lado do Sindicato dos Jornalistas, Federação – FENAJ e OAB – Ordem dos Advogados do Brasil para evitar o cerceamento da liberdade de expressão e garantir a livre imprensa e a integridade física do jornalista.
Agnelo está diante do maior problema de sua vida. Reuniu o staff no fim de semana e listou os inimigos. Mas quem seriam esses inimigos? A imprensa? Os servidores do governo que cansados da corrupção fazem denúncias com documentos e pedem para não terem seus nomes revelados? A família Roriz? O ex-governador José Roberto Arruda?
Não. Os verdadeiros inimigos foram e são os maus feitos de Agnelo Queiroz em sua trajetória política e o seu vice-governador Tadeu Filipell, presidente do PMDB no DF, que amealhou os melhores, ou seriam os piores?, momentos da carreira do Governador do DF desde a sua entrada na ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Filipelli teve tempo de selecionar o que lhe interessava nos maus feitos de Agnelo e foi covarde e sorrateiro, bem no seu estilo, na escolha do ponto fraco do chefe.
O xis da questão foi o soldado 4 estrelas João Dias e o enriquecimento meteórico dos Queiroz. Filipelli usa um forte esquema de informação comandado por homens de confiança, como o delegado da Polícia Civil Geraldo Nugoli, muito ligado ao soldado João Dias.
Na Comunicação; Fernando Lemos, dono da empresa Polimídia, que será contratada oficialmente nos próximos dias pelas agências de propaganda do GDF.
Para trazer o passado à tona; Rafael Barbosa, companheiro de residência médica e das mazelas da trajetória política de Agnelo. Tudo isso somado e executado com a estratégia de quem um dia já se mostrou ser traidor.
Filipelli no passado era ligado a Joaquim Roriz, até mesmo por laços familiares, a quem apunhalou pelas costas, sem qualquer constrangimento, para apoiar o ex-governador José Roberto Arruda. Arruda cai em desgraça e Filipelli, no melhor estilo “traíra” se agarra a Agnelo. Mas na verdade, o foco estava o tempo todo na cadeira do Palácio do Buriti.
O ataque do soldado 4 estrelas João Dias, ao super-secretário Paulo Tadeu, tem endereço certo. Filipelli precisava tomar as rédeas do Governo e Paulo Tadeu ocupa o cargo mais importante da movimentação da máquina do GDF.
O comportamento do soldado foi muito estranho. Em nenhum momento, João Dias menciona a participação de Tadeu Filipelli nas falcatruas denunciadas e vazadas para a imprensa intencionalmente.
Outro fato curioso é o advogado colocado para o soldado João Dias: o ex-desembargador Wellington Medeiros, muito amigo de Filipelli, esteve no Gabinete do vice-governador, no Palácio do Buriti, semanas antes do soldado general disparar o ataque contra Paulo Tadeu e o staff de Agnelo.
Curioso também foi que João Dias poupou o secretário de Saúde Rafael Barbosa, “amigo” e “fiel escudeiro” de Agnelo Queiroz, desde os tempos de residência médica e início de militância política. Neste jogo de poder, ética é uma palavra que não existe mais e traição é algo que se faz com naturalidade.
Filipelli, que desde a campanha de Agnelo almeja a cadeira do governador, não sabe que o chefe no dia 8 de dezembro de 2011, às 13h30min, partiu para o contra-ataque conseguindo o apoio incondicional do PMDB nacional. Ou seja, Michel Temer, Sarney, Renan Calheiros e toda a executiva nacional do PMDB.
Agnelo agora tem um canal direto com a alta cúpula peemedebista que reiterou o total apoio, deixando Filipelli nu, apenas com a cadeira de vice, apesar de ser o presidente do partido no Distrito Federal.
Agnelo sabe que as acusações contras ele na Justiça são gravíssimas. Mas conta com a morosidade do Judiciário. Além disso, está tentando plantar que na sua eventual queda assumirá Wesley Roriz, afim de confundir o eleitorado garantir um fôlego para se manter no poder. O que não é verdade.
Numa eventual queda do governador e do vice, o Governo do Distrito Federal terá direito a novas eleições. Portanto, a estratégia de Agnelo de evitar o clamor público é porque o Governador também sabe que quando a população de Brasília quer, ela reage aos desmandos do Governo.
A estratégia de Comunicação de Tadeu Filipelli tem duas vertentes: a publicidade pessoal, como um bom administrador; e os ataques sorrateiros a seus adversários.
Na 6ª feira, 9 de dezembro, o soldado João Dias, após sair da prisão concedeu uma coletiva e reiterou as matérias divulgadas pelo Quidnovi. Detalhou os escândalos Sudoeste Caboclo, Casa da Maldade – aparelho repressor, e se esquivou em todos os momentos evitando o desgaste de Tadeu Filipelli e Rafael Barbosa.
João Dias chegou até a confirmar a história de Daniel Tavares dizendo que foi pago R$ 1 milhão para salvar Agnelo falsificando documentos e gravando depoimentos desmentindo o fato da corrupção do governador à frente da ANVISA.



O soldado revelou também que o tenente – coronel Rogério Leão recebeu R$ 250 mil, parte da propina paga a Daniel, na falsificação de provas contra Agnelo.
O chefe da Casa Militar, coronel Leão, foi acusado de ter procurado por João Dias para buscar documentos que pudessem incriminar o Governador Agnelo. A intenção de Leão é de chantagear o governador para se manter no cargo, já que o Quidnovi denunciou a arapongagem feita por ele.
Brasília virou um campo minado para Agnelo. Fica cada vez mais difícil governar num espaço atacado por todos os lados. Ficou claro para o governador que seus inimigos estão mais próximos do que ele imaginava.
Está mais do que confirmado que é impossível invadir o Palácio do Buriti, espalhar dinheiro, sem ter sido acolhido por alguém poderoso lá de dentro. As imagens divulgadas pelas câmeras de segurança do Palácio, mostram João Dias acompanhado por um segurança.
Não se sabe se de Agnelo ou Filipelli. Agnelo realmente dá motivos aos seus opositores para explorar as falhas na sua trajetória política. O que se comenta é que o governador do DF trouxe consigo todo o lixo do passado que virou um grande fantasma que assombra sua vida 24 horas por dia.
Fonte: Quidnovi por Mino Pedrosa
O GOVERNADOR AGNELO SE JULGA ACIMA DA LEI. E NÃO TEM ESCRÚPULO NENHUM EM ADMITIR ISSO PUBLICAMENTE. SE ATÉ PRESIDENTES DA REPÚBLICA, COMO FHC E LULA, JÁ TIVERAM QUE SE EXPLICAR À JUSTIÇA EM ALGUMA OCASIÃO, POR PROBLEMAS ENQUANTO ESTAVAM NO CARGO, POR QUE PARA AGNELO BASTA APENAS A "PALAVRA DE GOVERNADOR"??
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