
Pendurado nas manchetes em posição desconfortável, admitiu: se sentir que incomoda Dilma Rousseff, pede pra sair.
O baiano Negromonte falou numa cerimônia realizada em Salvador, para que 55 prefeituras aderissem ao programa Minha Casa, Minha Vida 2.
A coisa terminou se convertendo num desagravo ao ministro, cuja pasta arrosta a acusação de fraudar pareceres que encareceram obra da Copa em Mato Grosso.
Ao retribuir o apoio, o ministro embargou a voz e verteu lágrimas. Diferentemente do colega Carlos ‘Só Saio a Bala’ Lupi, Negromonte disse que não deseja ser estorvo:
"Não vou ficar de joelho para ninguém, não tenho apego a cargo, estou honrado em fazer esse trabalho…”
“…Se eu sentir que ela [Dilma Rousseff] não me quer, vou lá e entrego o cargo, mas até agora nunca sinalizou."
Negromonte acha que é vítima de fogo amigo:
"Aqui e acolá tem meia dúzia da bancada [do PP] insatisfeitos. Partidos da base aliada que têm interesse no ministério. É um ministério que contraria muito interesse."
O ministro enxerga também um quê de preconceito nas denúncias. Como assim?
A imprensa alveja "ministros para enfraquecer o governo" de Dilma Rousseff.
"É uma mulher, existe discriminação. Também existe discriminação contra nordestino."
Presente à cerimônia, o governador baiano Jaques Wagner (PT), que endossou a nomeação de Negromonte, burilou o raciocínio.
Wagner recordou que toda notícia sobre reforma ministerial acomoda no cadafalso Negromonte e o também baiano Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).
“O pessoal fica com ciúme da Bahia. Diz que a gente fez muito ministro baiano. E toda hora fica dizendo que um baiano vai cair…”
“…Mas, se Deus quiser, a energia baiana vai segurar todos vocês para continuarem trabalhando pelo Brasil e pela Bahia.”
Nesse ritmo, Dilma talvez devesse priorizar na sua agenda diária os despachos com pais de santo.
Fonte: Blog do Josias de Souza - FOLHA
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