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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SENADO PEDE INVESTIGAÇÃO PF NO CASO ARAPONGA 'VAMOS COBRAR'

Frequentadores do Aparelho Repressor do Lago Sul estão em polvorosa, o pedido de investigação aprovado pelo Senado para que a Polícia Federal inicie as investigações pode trazer desdobramentos rocambolescos....

 
foto: QuidNovi
Senador Demóstenes Torres
Após denúncia feita pela Revista Eletrônica Quidnovi nesta 2ª e 3ª feira, o Senado aprovou nesta 4ª feira, no inicio da noite, dois requerimentos pedindo a investigação pela Policia Federal das empresas comandadas pelo ex-delegado da Policia Civil Celso Ferro. A matéria do Quidnovi foi lida pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que fez o primeiro requerimento pedindo oficialmente investigação da PF ao aparelho repressor instalado clandestinamente na QL 12 conjunto 4 casa 2, na Península dos Ministros em Brasilia. O segundo requerimento partiu da própria mesa diretora do Senado Federal.
 

Veja toda a história que desencadeou este processo que pode piorar mais ainda a situação do Governador Agnelo.



O flagrante e a fuga dos arapongas do aparelho repressor na Capital Federal

A Revista Quidnovi revelou na edição de ontem, 26 de setembro,  um aparelho repressor montado numa Mansão da Península dos Ministros, de Brasília. O bairro da Capital Federal abriga as residências oficiais do Senado e da Câmara, dos Tribunais e ministros de Estado. Por ali, também moram empresários que convivem com o Poder. O resultado é um bairro realmente nobre, no qual não se identifica exatamente quem é Governo e quem não é, o que supostamente garantia o anonimato e a segurança das autoridades.

 
No cenário, da QL 12 – conjunto 4 casa 2 , do Lago Sul, foi instalado o aparelho repressor que grampeou a família do presidente do Senado, ministros e procuradores dos tribunais superiores, empresários influentes, governadores e secretários de Governo.
 

A casa, vista de fora, aparentemente não tinha movimento. Mas no interior várias pessoas em funções estratégicas acompanhavam a movimentação dos alvos. Após a matéria de ontem do Quidnovi, os arapongas foram obrigados a mostrar as caras. O ex-delegado responsável pela Inteligência da Polícia Civil Celso Ferro e o militar da ABIN – Agência Brasileira de Informações Acir Pitanga Seixas comandavam, com as empresas TRUESAFETY, CONDOR e INFOSEC Consultoria , o esquema no qual faziam suas vítimas reféns dos grampos clandestinos, permitindo a seus “clientes” ocuparem os espaços nos Governos Federal e Local.

O “aparelho” não era novidade para a polícia Federal, nem para a ABIN e tão pouco para a Polícia Civil, que emprestava parte dos equipamentos para a arapongagem do ex-chefe Celso Ferro.


Na casa, segundo fontes, estavam guardados grande quantia em dinheiro, malas com equipamentos de escuta telefônica, rastreamento e análise de vídeo, que foram retirados após as revelações da nossa Revista Eletrônica.


Os arapongas foram surpreendidos pelo Quidnovi e começaram a desmontar a estrutura do aparelho na mansão da Península dos Ministros. Mas registramos com exclusividade toda a movimentação e as caras clandestinas de Celso Ferro; da sobrinha do ex-delegado e também analista de informações visuais Daiane Guimarães Lima Ferro, do chefe da Segurança da Câmara Distrital Maurílio de Moura Lima Rocha, cotado pelo governador Agnelo Queiroz a assumir o cargo de diretor da Polícia Civil ainda esta semana; e outros arapongas ainda não identificados.
 
O sócio da TRUESAFETY, ex-delegado da Polícia Civil. Celso Ferro, sai da casa no início da noite carregando uma mala.

O Quidnovi revela agora o momento em que os arapongas tentavam desaparelhar a mansão que operava clandestinamente no coração de Brasília, com flagrantes explícitos de equipamentos, dinheiro e pessoas credenciadas no meio da arapongagem.
 
Ferro aguarda a sobrinha Daiane Lima Ferro
 
Daiane, que é analista de informações visuais, chega nervosa e conversa com o Tio e chefe
 
Tio e .....
...sobrinha....
conversam, na porta da mansão....
entre um cafezinho e outro.
 
 
O  chefe da Segurança da Câmara Distrital Maurílio de Moura Lima Rocha, cotado pelo governador Agnelo Queiroz a assumir o cargo de diretor da Polícia Civil ainda esta semana, chega na sede da arapongagem no final da tarde de ontem, 26 de setembro.
 

Arapongas não identificados entram e  saem da casa  durante todo dia.
 
 
 
 
 
 
 
 
No final da noite os carros começam a chegar para tirar os equipamentos da casa
 
Celso Ferro sai dirigindo seu carro.

A Revista Eletrônica relembra também aos leitores os fatos postados ontem e que desencadearam o corre-corre na Península dos Ministros.

26 DE SETEMBRO DE 2011

A casa da QL 12 é confortável e dotada de infra-estrutura para assistir a vídeos e material colhido pela TRUESAFETY. Tem vários cômodos, todos rigorosamente monitorados, inclusive com salas de análise de informações. Por lá, já passaram visitantes ilustres como, Agnelo, Filipelli, ex- governador José Roberto Arruda, autoridades federais, senadores, deputados e empresários. Todos estão gravados no acervo da TRUESAFETY. Baseado neste material, a Polícia Federal tem um forte dossiê com todas as personalidades que estiveram na “casa”. André Clemente, ex-secretário de Fazenda do Governo de Rogério Rosso, faz parte deste acervo, com conversas nada ortodoxas.

Na crise do Mensalão do DEM, onde o então governador José Roberto Arruda era investigado pelo Ministério Público e Polícia Federal, a TRUESAFETY atuou contratada por Arruda no trabalho de contra informação. O alvo era a procuradora que comandava as investigações Raquel Dodge. Ali o trabalho foi preciso. A procuradora, antes de estourar o escândalo do Mensalão do DEM confidenciou toda a operação a uma amiga que reside no exterior. A amiga, a diplomata Maria Helena Pinheiro Penna é irmã do então secretário de Planejamento e Gestão de Arruda, Ricardo Penna. Raquel teria alertado a irmã de Penna de que o escândalo havia alcançado o amigo de muitos anos. Com essas informações Arruda começou a preparar sua defesa para quando o escândalo estourasse.


Raquel esteve no Rio de Janeiro e foi acompanhada por arapongas passo a passo, às vésperas da Operação Caixa de Pandora. O hotel, os telefonemas durante a madrugada com amigos do Ministério Público, tudo estava ao alcance da TRUESAFETY. Arruda teve informações privilegiadas e na última hora cancelou sua viagem para o Rio de Janeiro, onde faria o contato com a turma do Metrô. Mas os arapongas não pararam por aí. Houve tentativa de monitorar os ministros do STJ – Superior Tribunal de Justiça. O ministro Fernando Gonçalves e a procuradora Raquel Dodge montaram estratégia para flagrar Arruda no caso do ex-governador tentar corromper os envolvidos na investigação. Mais uma vez, Arruda foi informado e não compareceu ao encontro marcado no STJ.


Com estes dados, a procuradora e o ministro levantaram suspeita de que quem vazava as informações era o então presidente do STJ Cesar Asfo Rocha. Na verdade, Raquel omitiu para o ministro Fernando Gonçalves, a relação íntima com a irmã de um dos investigados – Ricardo Penna.


Políticos como ex-presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, também foram vítimas de monitoramento. Arruda precisava se segurar no partido a todo custo. As informações privilegiadas eram e são até hoje, a moeda de troca do ex-governador. E, o escândalo da Pandora continua se arrastando, sem denúncias do MP.
 
Não é por acaso que este “aparelho” está instalado na Península dos Ministros. A família do presidente do Senado, José Sarney, está no rol dos monitorados pela TRUESAFETY. A residência de Sarney fica a poucos metros do “aparelho” comandado pelo ex-chefe da inteligência da Polícia Civil do DF, Celso Ferro. Em 2010, os arapongas monitoraram a empresa Trier Engenharia, que contribuiu para campanha de Dilma e Agnelo e, segundo o dossiê na PF, tem ligações com o presidente José Sarney.

Brasília é considerada a cidade mais bem aparelhada do Brasil em relação à inteligência policial. Celso Ferro ainda goza do privilégio de usar equipamentos da própria Polícia Civil para fazer serviços particulares.


A TRUESAFETY conta também com a ajuda de alguns jornalistas contratados para fazer “consultorias”. A turma que “assessora” Agnelo, segundo depoimento de um dos integrantes, apelidou o “aparelho” de “Casa da Maldade”. Equipamentos de escuta telefônica e outros usados na covarde arapongagem ficam sob os cuidados de pessoas, que para saquear o Governo, colecionam invasão de privacidade como moeda de troca para arrancar dos cofres públicos o que desejam. Ali, após matéria publicada no jornal O Globo, onde o jornalista e ex-companheiro de Agnelo, José Seabra Neto, denuncia o governador do DF por práticas ilícitas, foi planejada uma das covardes emboscadas a fim de levar o jornalista para cadeia e desqualificar o depoimento considerado pelas autoridades como crime. Em qualquer país onde exista Democracia Agnelo estaria fora do Governo.


O depoimento de uma pessoa que fez parte da reunião que planejou a emboscada de Seabra revela o seguinte: conhecendo os hábitos do jornalista, o grupo decidiu plantar uma menor de 14 anos no porta-malas do carro de Seabra, colocar droga (cocaína) embaixo do banco e organizar uma blitz no trajeto de sua residência. Providenciaram um profissional para fazer cópia da chave do carro do jornalista e monitoraram os passos dele, aguardando o momento de colocar o plano em prática.


Tudo estava preparado e tido como certo, não fosse José Seabra ter se excedido na bebida e quebrado a rotina. Os “companheiros” do jornalista planejaram desqualificar o depoimento dele e desmoralizá-lo dentro da delegacia. Chegaram até cogitar “quebrar” as duas pernas do “amigo”, entregando-o aos presidiários. O excesso na bebida fez bem a Seabra que foi salvo graças a isso: voltou para casa em outro carro, pois não tinha condições de dirigir.


No depoimento, a testemunha que fez parte desta reunião, explica que o imóvel da QL 12 é conhecido como “Casa da Maldade”, porque durante toda a campanha de Agnelo e Filipelli foi de lá que saíram planos contra todos os adversários.


Aliás, os planos continuam saindo do Lago Sul. O “aparelho”, comandado por Celso Ferro, tem no seu portfólio serviços ao ex-governador José Roberto Arruda, ao atual governador Agnelo Queiroz e também a pessoas que fazem oposição ao atual Governo do DF.


A denúncia de Seabra causou um reboliço no quadro político no Distrito Federal. José Seabra Neto, dono do semanário “Jornal da Quadra”, decidiu romper um pacto de silêncio e acusou Agnelo Queiroz (PT) de usar caixa dois para se eleger governador do DF na campanha eleitoral do ano passado. Numa entrevista exclusiva ao Globo, em abril passado, Seabra disse que recebeu R$ 50 mil por semana durante toda a campanha para produzir edição semanal de 100 mil exemplares do “Jornal da Quadra”, com matérias favoráveis a Agnelo e contra o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), principal adversário na disputa. Os pagamentos não constam na prestação de contas de Agnelo à Justiça Eleitoral.


- Sou testemunha ocular. Eu recebi dinheiro para fazer um jornal para apoiar Agnelo Queiroz. Nós tirávamos 100 mil exemplares por semana. O pagamento era feito semanalmente em espécie, R$ 50 mil - disse Seabra ao Globo.


Ao todo, ele teria recebido R$ 800 mil entre junho e novembro de 2010 para produzir 16 edições do jornal e distribuir os 100 mil exemplares principalmente no Plano Piloto. Segundo o empresário, o caixa dois tinha como coordenador o delegado da Polícia Civil Miguel Lucena, diretor da Companhia de Planejamento do Distrito Federal - Codeplan. Seabra disse que recebia envelopes com o dinheiro das mãos de Lucena ou de outros emissários do delegado. Na época, Lucena era coordenador de Inteligência e Segurança da campanha de Agnelo.”


Agnelo escalou seu advogado Luiz Carlos Alcoforado para rebater as acusações. Coordenador jurídico e responsável pela prestação de contas de Agnelo, Alcoforado negou qualquer irregularidade. Já Miguel Lucena confirmou, na ocasião, que teve vários encontros com Seabra durante a campanha, mas negou que tenha dado dinheiro ao empresário.


Como se vê, os personagens envolvidos na questão são os mesmos que a Revista Eletrônica Quidnovi vem revelando nos dois últimos meses.


Alguns dos equipamentos usados na “Casa da Maldade” pela empresa de Celso Ferro , ao custo de R$ 500,00 o metro quadrado, são de propriedade da Polícia Civil de Brasília. Com intuito de fazer rastreamento de grampos o empresário cresce os tentáculos na arapongagem, sendo também o intermediário na compra de equipamentos sofisticados israelenses para órgãos do Governo.


Enquanto isso, o jornalista José Seabra Neto, tirou do ar seu site combativo, e parece ter feito às pazes com o governador Agnelo. Agora, Seabra tem o patrocínio do GDF num blog que apóia novamente o Governo de Agnelo e FIlipelli.
 
Fonte: QuidNovi por Mino Pedrosa
Blog do Edson Sombra

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