Entre a expectativa e a frustração, o abismo do nada. Alice, ou melhor, Brasília vive hoje entre essas três esferas.
Para a população que aguarda ansiosa por mudanças estruturais, capazes de traduzir as demandas da sociedade que vive em situação de miséria, desigualdade e violência: o nada.
Não podemos reclamar pois, “nunca antes na história” dessa cidade a sociedade foi tão convidada a participar de processos de participação social democrática. Afinal, a construção coletiva de Políticas Públicas tem que expressar os anseios da sociedade. O interessante é que tudo já vem pronto! Na verdade, a sociedade está ali nas audiências públicas e conferências apenas de figuração, para legitimar o que já vem decidido pelo governo. Tiramos a foto, e está tudo pronto, inclusive a propaganda.
Falando nisso, o Projeto “Não se esqueça da minha Caloi ”, lançado recentemente foi uma propaganda de muito “sucesso” !!!! E enquanto isso... Inaugura-se o hospital, sem remédios, sem médicos e sem atendentes, sem exames e sem aparelhos para as demandas .
É tudo uma questão de usar a imaginação. Segue aqui uma dica para treinamento da imaginação: Enquanto você fica horas a observar os novos telões instalados na rodoviária do Plano Piloto, faça de conta que os ônibus chegarão no horário, não haverá confusão na fila por falta de baias, e o mais importante: o seu ônibus conseguirá fazer o trajeto sem quebrar!
A frustração fica por conta do orçamento, tratada pelo atual governo como uma “herança maldita” (contestada aqui: http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/042/04299003.asp?ttCD_CHAVE=137314 ) desculpa para a incompetência que não permite uma adequação da realidade necessária para as mudanças emergenciais.
A expectativa, está no PPA, no orçamento participativo de 2012, aqueles instrumentos de participação e controle social a partir da construção coletiva que devem refletir as necessidades da sociedade lembram?
Se não lembram, corram atrás porque serão votados pelos nossos representantes, que eleitos por nós, acatarão todas as demandas das comunidades naquelas reuniões em que a população apresentou suas principais necessidades. E ainda, acrescentarão emendas capazes de atender as políticas que não estão previstas nesses instrumentos, como por exemplo : destinar mínimos recursos para construção de creches, hospitais, escolas, e eventos que poderão promover a transformação da realidade de pobreza e desigualdade de suas bases eleitorais, é claro! Garantindo o nada!
Se esse é o modelo democrático de governo, prefiro o livro Alice no País das Maravilhas que pelo menos é tudo fantasia real e não uma real fantasia.
Fonte: Blog da Leili
Daqui a pouco o governador terá que mudar seu nome para Agnulo.
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