Ouvidas após a marcha anticorrupção que lustrou o 7 de Setembro brasiliense, autoridades que dividiram o palanque com Dilma Rousseff não se deram por achadas.Celebraram o protesto. Mas não disseram palavra que indicasse mudança de atitude.
Chefe da Polícia Federal, o ministro petê José Eduardo Cardozo (Justiça) limitou-se a dizer que o ato foi "legítimo", uma "ocorrência natural em uma democracia."
Marco Maia, o presidente petê da Câmara, evocou o passado militante. Recordou que já participou de muitas manifestações semelhantes.
Enxergou no protesto algo "importante para a democracia brasileira." Coisa a ser “respeitada e apoiada."
Um dos motes da rapaziada foi: “Voto secreto não. Quero ver a cara do ladrão.”
Maia demonstraria “respeito” à galera se anunciasse a votação do projeto que põe fim à sombra que leva a absolvições como a de Jaqueline Roriz (PMN-DF).
Preferiu enaltecer o direito ao contraditório sem esboçar “apoio” aos contrários:
“Que bom que vivemos em um país democrático, onde as pessoas podem expressar suas opiniões e posições de forma livre…”
O ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) buscou refúgio atrás do tapume que protegia o desfile oficial da marcha paralela: “Não vi nada.”
Passos é um sobrevivente da “faxina” dos Transportes. Ex-secretário-executivo do defenestrado Alfredo Nascimento (PR), tornou-se ministro dos escombros.
A despeito de tudo, Passos declarou que a manifestação anticorrupção não o constrange.
Lembrou que o lodo do ministério já está sendo revolvido “pela Controladoria Geral da União, pelas auditorias, pelas comissões de sindicância e processos administrativos.”
Passos não mencionou a Polícia Federal de Cardozo. Nem poderia. A polícia não foi chamada.
Fonte: Blog do Josias de Souza - FOLHA
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