A desembargadora Neuza Maria Alves da Silva é um dos nomes mais cotados para assumir a vaga deixada pela baiana Ellen Gracie; sua história reflete superação.
Trajetória de superação
Caçula de cinco filhos de uma lavadeira, Neuza Maria não chegou a conhecer o pai e aos dez anos de idade entregava na casa dos clientes a roupa lavada e engomada por sua mãe. O desejo para a vida jurídica só foi descoberto quando ela estudava para ser professora primária, mas a pedido da mãe terminou o curso. Mas já em 1970 passou em 5ª lugar para o curso de direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Silva possui um logo currículo, já foi juíza do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, juiz federal titular, juíza do Tribunal Regional Eleitoral e atualmente é desembargadora federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Colecionadora de diversas condecorações é defensora dos direitos humanos e por isso ganhou o apelido de "Neuza dos Pobres". Em uma entrevista dada à Revista Raça a desembargadora disse que já sofreu injustiças e discriminação no ambiente estudantil, nas relações sociais, no contexto profissional. Algumas vezes de forma velada e outras de forma explícita.
"A condição de ser mulher e de ser negra, está associada ao fato de ser de origem pobre, sempre esteve presente nessas ocasiões. Minha reação foi - e acredito que sempre será - a de parar para refletir e reagir em seguida, de acordo com a minha reflexão, adotar a atitude mais sensata. Às vezes é preciso recuar um passo, para avançar vários, com segurança e objetividade. É preciso não perder a capacidade de sentir e demonstrar indignação, mas o sucesso da reação está diretamente ligado à racionalidade da conduta que vier a ser adotada", refletiu.
Não faz o tipo perfeito para uma ministra do STF?
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