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terça-feira, 6 de setembro de 2011

AGORA É QUE SÃO ELAS: STF PODE TER OUTRA MINISTRA BAIANA 'PARABÉNS'

Agora é que são elas: STF pode ter outra ministra baiana

A desembargadora Neuza Maria Alves da Silva é um dos nomes mais cotados para assumir a vaga deixada pela baiana Ellen Gracie; sua história reflete superação.



Rebeca Bastos_Bahia247 - A sucessão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie, que se aposentou em agosto, pode trazer uma surpresa positiva para a Bahia. A boa notícia depende da presidente Dilma Rousself manter sua determinação de promover mulheres aos espaços de poder. E na lista das mais cotadas está desembargadora baiana Neuza Maria Alves da Silva. Negra, mulher e de origem pobre sua candidatura recebe apoios importantes.

São sete mulheres na disputa desse importante cargo, mas a candidata baiana conta com o apoio peso pesado do ex-presidente Lula, que já a tinha indicado para o cargo há dois anos quando Ellen Gracie estava cotada para integrar o Tribunal de Haia. A candidatura de Silva também conta com o amplo apoio da Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), e da Associação Nacional dos Advogados Afro Descendentes (Anaad). Para ocupar uma vaga no STF não há tramites burocráticos, apenas quatro pré-requisitos: idade superior a 35 anos, formação acadêmica, notório conhecimento do direito e reputação ilibada.

"Neuza Maria Alves da Silva, baiana que sempre honrou a magistratura brasileira. Mulher, negra, honesta, estudiosa e comprometida com o Estado Democrático de Direito, é a que possui o melhor perfil neste momento em que Vossa Excelência, com o apoio do povo brasileiro, está a promover a 'faxina ética' que tanto esperávamos para o nosso país", diz o documento.


Trajetória de superação


Caçula de cinco filhos de uma lavadeira, Neuza Maria não chegou a conhecer o pai e aos dez anos de idade entregava na casa dos clientes a roupa lavada e engomada por sua mãe. O desejo para a vida jurídica só foi descoberto quando ela estudava para ser professora primária, mas a pedido da mãe terminou o curso. Mas já em 1970 passou em 5ª lugar para o curso de direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba).


Silva possui um logo currículo, já foi juíza do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, juiz federal titular, juíza do Tribunal Regional Eleitoral e atualmente é desembargadora federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Colecionadora de diversas condecorações é defensora dos direitos humanos e por isso ganhou o apelido de "Neuza dos Pobres". Em uma entrevista dada à Revista Raça a desembargadora disse que já sofreu injustiças e discriminação no ambiente estudantil, nas relações sociais, no contexto profissional. Algumas vezes de forma velada e outras de forma explícita.


"A condição de ser mulher e de ser negra, está associada ao fato de ser de origem pobre, sempre esteve presente nessas ocasiões. Minha reação foi - e acredito que sempre será - a de parar para refletir e reagir em seguida, de acordo com a minha reflexão, adotar a atitude mais sensata. Às vezes é preciso recuar um passo, para avançar vários, com segurança e objetividade. É preciso não perder a capacidade de sentir e demonstrar indignação, mas o sucesso da reação está diretamente ligado à racionalidade da conduta que vier a ser adotada", refletiu. 

Não faz o tipo perfeito para uma ministra do STF? 

Fonte: Brasília 247 - 05 do Setembro de 2011 às 17:45

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