Rebelião da base aliada ao governo força o governador a se reunir com deputados. Os líderes dos blocos falaram durante mais de duas horas
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| AGNELO QUEIROZ |
Depois de ouvir as reclamações dos deputados, Agnelo prometeu se reunir, a partir da semana que vem, com os blocos, em separado, e individualmente com cada parlamentar. A promessa não agradou. Primeiro, porque ele já combinou a mesma coisa em outras ocasiões e não cumpriu.
Segundo, porque grande parte dos deputados acredita que o relacionamento não pode ser no "varejo", como eles dizem, mas sim de uma forma igual para todos, simultaneamente, para evitar fofocas e intrigas, e sem distinção entre parlamentares.
Antes de receber os distritais no Buriti, Agnelo preparou o terreno. Na segunda-feira e na terça-feira recebeu, separadamente, Joe Valle e Cláudio Abrantes (PPS), dois dos insatisfeitos. Ambos aguardavam a agenda há meses. Com Aylton Gomes, o governador falou por telefone e ouviu, mais uma vez, que o clima não estava bom. Segundo interlocutores, a resposta de Agnelo a Aylton teria sido taxativa: "Não vou aceitar chantagem."
A insatisfação dos deputados com Agnelo se arrasta desde o início do governo. A briga é por cargos, por espaço, por prestígio e até por atitudes simples, como um telefonema de retorno.
Existe uma avaliação comum entre os deputados: a de que Agnelo tem errado muito por estar envolvendo questões internas do PT com o governo. Eles reclamam bastante, por exemplo, de uma deputada que é suplente, Rejane Pitanga (PT), ter sido consultada para a indicação do secretário de Educação, Denilson Bento. E acham que Rejane só teve esse poder por ser de uma tendência forte no PT, a Articulação.
A ida do petista e ex-presidente da legenda Wilmar Lacerda para a Secretaria de Administração também desagradou os parlamentares. Como ele teve muitos problemas na Câmara durante o período em que ficou responsável pela Coordenadoria de Assuntos Legislativos, os deputados avaliam que não poderia ter sido premiado com outra pasta. E põem a indicação dele na cota de Paulo Tadeu, que se articula internamente no PT para ser candidato ao Senado em 2014.
Assim como Agnelo se preparou para a reunião, os distritais também afinaram o discurso em almoço no restaurante Francisco. Participaram Patrício, Rôney Nemer, Aylton Gomes, Joe Valle, Cláudio Abrantes, Benício Tavares (PMDB) e Cristiano Araújo (PTB), que aguarda definição de Agnelo para ocupar uma secretaria há mais de dois meses. Uma das reivindicações dos deputados, inclusive, é a ida de Cristiano para o Executivo.
Depois da reunião com Agnelo, os parlamentares foram contar as novidades para os colegas, em jantar na casa de Olair Francisco (PT do B), oferecido em homenagem ao senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Cerca de 13 distritais passaram por lá.
Atualizada às 19h: A conversa com o governador Agnelo não resolveu mesmo as pendências entre Legislativo e Executivo. Na tarde desta quinta-feira (22), apesar da presença de 16 parlamentares na Câmara Legislativa, não houve votação. O GDF quer a aprovação de créditos para Terracap e Secretaria de Obras. O presidente, Patrício (PT), encerrou a sessão quando 11 parlamentares tinham registrado presença, às 16h.
Fonte: Brasília 247 - 22 do Setembro de 2011 às 18:54

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