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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CRISTOVAM E REGUFFE COGITAM ABANDONAR O CAMINHO DE AGNELO 'E ASSIM NOVO CAMINHO VAI PARA O BELELÉU'

Depois de levarem governador nas costas, senador e deputado manifestam seu descontentamento em conversas reservadas. Uma coisa é certa: em 2014, os dois querem distância do PT, mas não sabem se marcharão juntos

por José Seabra

O senador Cristovam Buarque e o deputado federal Antônio Reguffe são reconhecidamente as principais lideranças do PDT no Distrito Federal. No ano passado, os dois somaram forças e praticamente levaram nas costas a candidatura do ex-ministro do Esporte ao Palácio do Buriti. Hoje, passados sete meses da posse de Agnelo Queiroz, eles começam a preparar a bagagem para abandonar o barco.

O argumento é um só: o governo Agnelo está um desastre. 

É o que costumam dizer Cristovam e Reguffe em conversas reservadas. Eles já não se apresentam de gravata e paletó, como quem vai pedir socorro na tentativa de salvar um doente em estado terminal. Apesar do pouco tempo transcorrido desde a posse do governador, o senador e o deputado temem naufragar junto com o barco que começa a fazer água.
 
Cristovam, particularmenmte, quer distância do PT em 2014. O senador vai tentar uma vez mais viabilizar sua candidastura ao Palácio do Planalto, levantando a bandeira da educação e da moralidade da coisa pública preconizadas por Leonel Brizola.

Se for derrotado pelos fisiologistas do PDT, Cristovam fará uma aliança branca com o mineiro Aécio Neves, candidato declarado do PSDB à sucessão de Dilma Roussef. Na pior das hipóteses, ele vai se aliar ao PSB do seu conterrâneo Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Mas, para isso, será necessário fazer uma costura com seu colega Rodrigo Rollemberg, o que, Cristovam admite, não será fácil. O certo é que, decididamente, ele não marchará com o PT.

O ressentimento de Cristovam e Reguffe com Agnelo é palpável. O senador, mais melindrado, guarda mágoas maiores. Não foi só o episódio da nomeação de Regina Vinhaes para a Secretaria da Educação que o frustrou, deixando-o prostrado por um longo período. O que mais chateou Cristovam foi ver seu candidato a secretário do Trabalho, Peniel Pacheco, preterido em benefício de Glauco Rojas, tirado do bolso do colete de um inexpresivo deputado distrital que prometeu, em troca da nomeação, votar de olhos fechados todos os projetos de interesse do Palácio do Buriti.

No caso específico de Reguffe, ele sustenta que foi traído no campo das idéias. Lembra que Agnelo prometeu um novo caminho para o Distrito Federal. Porém, diz o deputado, o governador desenhou uma estrada mas até agora não conseguiu pavimentá-la.

Tanto quanto o senador, o deputado também sinaliza que manterá distância do PT em 2014. Ele não pretende alçar vôo solo. Reguffe reconhece que, considerado o quadro atual, terá muitos obstáculos numa suposta corrida ao Palácio do Buriti. Mas ele sabe que representa um porto seguro para outras candidaturas majoritárias que precisam de votos em Brasília.  Afinal, ele tem uma herança de quase 270 mil votos, o que fez dele, proporcionalmente, o parlamentar mais votado do Brasil em 2010.

Na campanha eleitoral, os dois se propuseram a trilhar o mesmo caminho anunciado por Agnelo. Agora, decepcionados, já pensam em um atalho para fugir da tormenta que se prenuncia.

Mas, se acontecer de Cristovam vencer as resistências no PDT e viabilizar sua candidatura à presidência da República, Reguffe, provavelmente, não desfraldará a mesma bandeira. Rapaz novo, carismático, respeitado, o deputado não tem a pretensão de ser o primeiro. Em 2014 ele topa ser vice. Se de uma chapa ao Planalto ou ao Buriti, só o tempo dirá.

Fonte: Blog do José Seabra

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