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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Política: Reguffe e Chico Leite tendem a aceitar a filiação no partido de Marina


Primeira colocada no DF nas eleições presidenciais de 2010, Marina Silva aguarda posição da Justiça sobre novo partido para abrigar aliados campeões no ranking da última disputa de deputado federal e distrital. Projeto prevê candidatura ao governo

A construção de uma nova frente política no Distrito Federal, formada por políticos campeões de votos, depende da viabilização nesta semana da Rede Sustentabilidade. A fundação da nova legenda, idealizada pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, criará uma via a mais para candidatura ao Governo do Distrito Federal e ao Senado. O deputado federal José Antônio Reguffe, hoje no PDT, parlamentar proporcionalmente mais votado no país e primeiro no ranking da capital, e o distrital Chico Leite (PT), líder na preferência do eleitorado para a Câmara Legislativa em 2010, foram convidados e tendem a aceitar a filiação no partido de Marina. Na capital, a presidenciável derrotou Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) no último pleito e ainda aparece bem colocada em pesquisas que circulam no meio político.

Chico Leite
O grupo que articula a criação da Rede corre contra o tempo para tentar fazer com que a análise de fundação do novo partido político brasileiro entre na pauta de análises do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sessão extraordinária marcada para amanhã à noite. Ainda que o prazo final para novas filiações daqueles que pretendem concorrer às eleições de 2014 só se encerre no sábado e os ministros ainda tenham sessões na quarta e na quinta-feira desta semana, a terça-feira é considerada o Dia D para os políticos com mandato que pretendem trocar de legenda e disputar cargos eletivos no ano que vem, como Reguffe, Chico Leite e o deputado distrital Joe Valle, que também deve entrar na Rede.

José Antônio Reguffe
Ainda não há entendimento jurídico firmado sobre o limite temporal entre a desfiliação de um partido e o ingresso em uma nova legenda antes do encerramento do prazo máximo legal. Alguns juristas falam em 48 horas, no mínimo. Assim, para não correr riscos, os aliados de Marina no DF aguardam com interesse a análise do TSE. Caso o tribunal dê aval à nova sigla, é praticamente certa a ida do trio para o grupo ligado à ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva.

Fonte: Correio Braziliense - Por Almiro Marcos.

Operação Miquéias: Duas décadas no centro de escândalos na capital do país

Doleiro e agente aposentado da polícia civil presos em operação da pf levavam vida de luxo e riqueza


A Operação Miqueias, da Polícia Federal (PF), botou abaixo um esquema suspeito de desviar R$ 50 milhões de fundos de pensão, mas, para além das cifras financeiras, o que mais chamou a atenção foram os alvos centrais da investigação: o doleiro de origem libanesa Fayed Antoine Troboulsi e o agente aposentado da Polícia Civil de Brasília Marcelo Toledo Watson, supostos chefes da organização, que estão no centro de grandes escândalos nas duas últimas décadas na capital do país.

A presença da dupla em novo escândalo envolvendo altas autoridades é insólita porque os dois nunca fizeram questão de discrição. Eles levavam uma vida de ostentação, cercados de carros de luxo e mulheres bonitas. Não por acaso, entre os 24 detidos na operação estão quatro modelos, suspeitas de prestar serviços para a organização.

- Brasília é a cidade mais vigiada do país e, mesmo assim, o grupo se manteve em atividade e fez muitos negócios. É de se imaginar que tinha forte proteção política - diz um promotor da linha de frente das investigações.

Toledo foi um dos agentes públicos fisgados na Operação Caixa de Pandora, investigação da PF e do Ministério Público do Distrito Federal que levou à renúncia os ex-governadores José Roberto Arruda e Paulo Octávio. Toledo era um dos operadores do chamado mensalão do DEM. Cabia ao policial arrecadar e repassar parte do dinheiro ao grupo político de Arruda, no escândalo que sacudiu as estruturas políticas de Brasília em 2009.

Imagens do policial movimentando parte do dinheiro de origem ilegal foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa que, depois de romper com Arruda, denunciou o esquema. O vídeo de Toledo, que fazia parte de uma coleção de mais de 40 peças entregues à polícia, foi um dos que mais fizeram sucesso na internet. Mas a ampla publicidade do caso e o peso da investigação da PF não o intimidaram.

Ainda sob investigação na Caixa de Pandora, Toledo se envolveu em outro episódio, batizado de "Sudoeste Caboclo", que mexeu com os nervos do governo Agnelo Queiroz (PT). O agente quase trocou tiros com o soldado da PM João Dias, numa padaria do Sudoeste, bairro de classe média de Brasília. A briga entre um agente e um soldado não teria nada demais se não fosse um pequeno detalhe: lutavam pelo controle de diretorias do Banco de Brasília e da DF Trans.

A espantosa fonte de poder dos dois, um agente e um soldado investigados por denúncias de corrupção, estaria no submundo de campanhas eleitorais, a última delas para o governo local. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a troca de ameaças e o jogo de chantagens que, naquele momento, se configurava como um novo escândalo na capital, mas as investigações não foram levadas adiante e até hoje as cenas do faroeste entre Toledo e João Dias não foram devidamente explicadas.

Na semana passada, Toledo voltou ao noticiário. Ele, Fayed e o economista Carlos Eduardo Lemos foram presos como suspeitos de chefiarem uma organização especializada em golpes contra fundos de pensão e lavagem de dinheiro. Pelas informações da polícia, a estrutura movimentou nos últimos anos nada menos que R$ 300 milhões. A lavanderia teria tratado até de dinheiro do tráfico de drogas, segundo a delegada Andréia Pinho Albuquerque, coordenadora da Operação Miqueias.

O histórico de encrencas de Fayed com a polícia é ainda mais longo que o do sócio. O libanês começou a se projetar como o grande doleiro de Brasília ainda nos anos 90, depois do assassinato de um outro famoso doleiro local. O nome de Fayed apareceu em investigações de irregularidades no pagamento de precatórios durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O doleiro teria se envolvido na lavagem de dinheiro de assessores do ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha (PMDB).

O nome de Fayed reapareceu numa investigação do Ministério Público Federal sobre uso de dinheiro público na campanha do ex-governador Joaquim Roriz em 2002. Em março, o doleiro passou 26 dias preso. Ele era um dos alvos de investigação sobre lavagem de dinheiro envolvendo o Ceilândia Esporte Clube, um time de futebol local. Na mesma operação, dois delegados foram presos por supostas ligações com o doleiro. O caso ainda não foi concluído e o doleiro está novamente na cadeia.

A fama e a fortuna de Fayed e Toledo cresceram na mesma proporção dos escândalos da política em Brasília. A PF e o MP do Distrito Federal ainda tentam levantar os bens dos dois que estariam, em boa parte, em nome de terceiros. Mas os sinais de riqueza saltam aos olhos. Entre os bens de Fayed apreendidos pela PF está um iate de R$ 5 milhões e duas Ferraris, cada uma avaliada em mais de R$ 1,5 milhão.

O doleiro também seria dono de um jato Phenom 100, fabricado pela Embraer entre 2010 e 2011. O jato está avaliado em US$ 4 milhões. Numa das conversas gravadas pela PF, Fayed acerta com um amigo a contratação de um piloto para o avião por R$ 10 mil mensais, conforme consta em relatório do MP obtido pelo GLOBO. Ao todo, a polícia apreendeu 20 carros de luxo, uma moto e o iate. O avião não foi localizado.

O advogado de Fayed, Celso Lemos, reconhece a longa ficha do doleiro, mas diz que as acusações são exageradas.

- Ele não tem responsabilidades com essa amplitude toda que estão atribuindo a ele. (As denúncias) são coisas da província - disse o advogado.

O GLOBO tentou, mas sem sucesso, falar com o advogado Raul Livino, encarregado da defesa de Toledo.

Fonte: O Globo - Por Jailton de Carvalho

Ex governador do DF, José Roberto Arruda, vai comandar o PROS em Brasília

As próximas semanas é de decisão para o cenário político do Distrito Federal, que segue em ritmo de ‘fogo cruzado’ por tudo quanto é partido e legenda. A guerra por posições majoritárias e destaque interno nos partidos é grande.

A última novidade sobre o ex governador do DF, José Roberto Arruda, foi que neste domingo ele assumiu um novo destino e segue como a novidade para o Partido Republicano da Ordem Social – PROS.

José Roberto Arruda, será o presidente do PROS na capital Federal – e poderá decidir qual será seu rumo no DF. Segundo colunas e blogs de política de Brasília – ele volta para disputa ao executivo local. Bom, burburinhos a parte – vamos aguardar o que será do futuro eleitoral deste território chamado “cerrado” brasiliense.

Fonte: Acontece Brasília - #BlogDoEldo.

Dr. Michel se desfilia do PEN



O deputado distrital Dr. Michel se desfiliou do PEN/DF. A entrega da carta de desfiliação ocorreu na tarde desta segunda-feira,30.

De acordo com informações ainda não confirmadas o destino do parlamentar deve o Partido da Solidariedade (PS).

O martelo ainda não foi batido. Antes de decidir o seu destino Michel deve ouvir propostas de outras legendas.

Fonte: Blog do Odir Ribeiro

Enquete: Em quem vc votaria para Deputado Distrital...?


Dentre os nomes abaixo que não estão na CLDF em quem vc votaria para Deputado Distrital para ocupar uma das 24 vagas na CLDF...?

"É necessário enxergar a verdade sobre o mundo e sobre nós mesmos, ainda que ela nos incomode e nos seja desagradável." 

Fonte: Blog do Sérgio Loros.

Denúncia da Deputada Celina Leão toma efeito - 'Justiça suspende licitação bilionária conduzida pelo Governo do DF'

Juiz concluiu que há uma série de indícios de fraudes na Secretaria de Transportes; negócio deve render quase 10 bilhões de reais aos empresários do setor

O governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, concede entrevista coletiva à imprensa em 2010

A Justiça de Brasília suspendeu licitação bilionária conduzida pelo governo petista Agnelo Queiroz

A Justiça de Brasília suspendeu uma licitação bilionária para substituir as empresas de ônibus que controlam todo o transporte do Distrito Federal (DF), conduzida pelo governo petista Agnelo Queiroz. O juiz de direito da Primeira Vara da Fazenda Pública do DF, Mário Henrique Silveira de Almeida, mandou suspender, em decisão liminar, o contrato administrativo da Bacia 1, cuja vencedora foi a Viação Piracicabana, e o contrato administrativo da Bacia 4, que beneficiou a Viação Marechal. As ações serviam para favorecer o fundador da companhia aérea Gol e dono de grupo de transportes coletivos, Nenê Constantino. A sentença foi proferida nessa quinta-feira, 26.

Nenê Constantino
O juiz concluiu que há uma série de indícios de fraudes na licitação conduzida pela Secretaria de Transportes do DF. Ao todo, foram licitadas cinco bacias, com a previsão de troca de toda a frota de ônibus. O negócio deve render aos empresários do setor quase 10 bilhões de reais em dez anos.

O juiz proferiu sua decisão em grande parte com base na participação do escritório dos advogados Guilherme Gonçalves e Sacha Reck na licitação. A atividade de consultoria do escritório na licitação, diz o juiz, “ultrapassou a função de mera consultoria, atuando como efetivos julgadores dos atos relacionados ao processo licitatório”. O juiz concluiu que o advogado Sacha Reck participou na elaboração da ata de apresentação dos envelopes, “o que é bastante estranho”, diz o magistrado, “tendo em vista que a realização dos atos de registro e averbação são competência exclusiva da Comissão de Licitação”. 

Na decisão, o magistrado registrou que membros da Comissão de Licitação sentiam-se constrangidos com a atuação de Sacha Reck, já que tal escritório definia previamente o conteúdo das decisões administrativas da Comissão. O magistrado aponta a semelhança das fraudes cometidas na licitação do DF com a licitação do transporte no Paraná, que descrevem roteiros parecidos de irregularidades. Sacha Reck atuou em ambas as licitações. 

Em Brasília, o advogado ajudou a redigir mais de cem editais, atas e pareceres da licitação. Muitos desses documentos não foram lidos pelos próprios membros da Comissão de Licitação, a quem caberia redigir, ler e analisar os atos administrativos. 

A fraude era tão evidente que alguns membros da Comissão de Licitação escreviam nos documentos enviados por Sacha Heck, e incorporados no processo da licitação: “Parecer não lido, apenas vistado por exigência do Secretário de Transportes”. O juiz aponta ainda que Sacha já trabalhou para duas empresas ligadas à licitação, o que seria "suficiente a impossibilitar a realização do parecer do mencionado escritório". 

O secretário de Transportes do DF, José Walter Vazquez Filho, é citado em outro trecho da sentença. O juiz lembra que em seu depoimento na Câmara Distrital, Vazquez Filho afirmou que a contratação do advogado Sacha Reck foi feita por intermédio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Mas o próprio BID informou à deputada distrital Celina Leão que não possui relação nem indicou o escritório Sacha Reck para participação no contrato de licitação dos transportes no DF. “Essa licitação foi toda fraudulenta. A cidade inteira espera ônibus novos, mas a licitação não pode lesar o erário”, diz a deputada Celina. 

A decisão da Justiça deverá complicar a situação do presidente da Comissão de Licitação, Galeno Furtado Monte. Ex-sócio do delator Durval Barbosa, Galeno nunca conseguiu a cópia do contrato do escritório Sacha Reck com o governo de Agnelo Queiroz, mas mesmo assim conduziu os trabalhos até o fim. 

Galeno já comentou com várias pessoas em Brasília que, ao final da licitação é que teve consciência de que todo o processo era fraudulento, para beneficiar as empresas do Grupo Constantino, e que todos os documentos enviados por Sacha Reck eram no sentido de direcionar a licitação a manter preços mais altos de tarifas, para beneficiar os grupos econômicos pré-selecionados. Galeno certa vez tentou suspender a licitação, mas recebeu ordem direta do Palácio do Buriti para encerrar o processo, mesmo com todas as fraudes envolvidas no que deveria ser uma concorrência pública.

Fonte: VEJA - Elisa Fiuza / AGENCIA BRASIL / Divulgação.

Pitiman denuncia cracolândia no SCS


O Setor Comercial Sul, no Plano Piloto, corre o risco de se tornar uma cracolândia. A advertência é do deputado Luiz Pitiman, que se filiou ontem no PSDB. Em entrevista hoje (27), a rádio Band News FM, programa do Cláudio Humberto, Pitiman alertou para esse perigo. Segundo ele, o governo do Distrito Federal não está devolvendo, com segurança pública, saúde, educação e transporte, os altos impostos que a população paga.

Questionado sobre os motivos de ter trocado o PMDB pelo PSDB, Pitman explicou que foi por total discordância com os métodos de governar do PT. “Consegui, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a liberdade de escolher que rumo tomar, pois não poderia continuar no partido que é aliado do PT”, frisou o deputado.

Ele disse que no PSDB, onde foi recebido de braços abertos junto com seu grupo político, integrado por 32 pré-candidatos a deputado distrital e federal, será feito um grande debate sobre Brasília.

A população do Distrito Federal, de acordo com Pitiman, clama por mudanças. “O atual governo está há dois anos e meio governando e não pode mais botar a culpa dos erros em governos anteriores”, entende o deputado.

Ele lembrou que o senador Aécio Neves defendeu ontem (26), durante a solenidade de filiação sua e de seu grupo, que o partido lance um candidato a governador em Brasília. “Aécio sabe do potencial do DF, com uma região metropolitana de 4,5 milhões de habitantes, com sérios problemas de transporte, saúde, segurança e educação.

Na opinião de Pitiman, o “maior câncer do Distrito Federal está nas Administrações Regionais. “Temos administrações maiores que a prefeitura de cidades como Florianópolis, Vitória ou Palmas,como o caso de Ceilândia”, disse ele, explicando que quando um administrador é substituído mais de 90 por cento dos servidores são trocados, o que impede que se dê continuidade ao um trabalho. “Nas administrações existem padrinhos e apadrinhados”.

O ideal, de acordo com Luiz Pitiman, seria que nas administrações regionais tivessem carreiras típicas de estado, com concurso público, onde a maioria dos funcionários não ocupa cargos em comissão. “Quando ocorre uma mudança na prefeitura ficam lá os funcionários de carreira, o engenheiro, o arquiteto, o gestor, etc”.

Ele considera que o cidadão “não mora no Palácio do Buriti e nem na Residência Oficial de Águas Claras e sim nas nossas cidades, onde quase sempre são carentes de tudo”.

Pitiman entende que é preciso mudar o modelo de gestão pública, dando um choque de gestão no GDF. “Boa parte dos problemas do DF se resume em má gestão e outra parte em desvio de dinheiro, em corrupção”, salientou o deputado.

Ao encerrar a entrevista o deputado Luiz Pitiman lembrou que está à disposição da população e que continua “facinho”.

Fonte: João Carlos Henriques – Assessor de Imprensa / 9982-6286.

2014: Pretensões Eleitorais DF 'A hora da verdade'


Primeiro post sobre as eleições 2014 no DF - 'A hora da verdade'

Até o início de outubro (a data do pleito de 2014 foi fixada em 5 de outubro) deste ano, o período é talvez o mais importante para os candidatos, sobretudo os proporcionais. A definição da nominata (lista dos candidatos) dos partidos pode definir até a eleição de um Deputado, dependendo da escolha.
Lembrando que em 2010, Paulo Roriz (então DEM), com 16.762 votos, não se elegeu, enquanto Celina Leão (então PMN), com 7.771 votos, entrou na Câmara Legislativa. A força do conjunto dos candidatos do partido/da coligação precisa ser exatamente dosada para o candidato. Afinal, interessa a ele ter o máximo de correligionários…com votação inferior à dele mesmo !

Este post é composto de duas listas (num anexo só). A primeira indica os cem (ou pouco mais) candidatos mais votados em 2010 para todos os cargos, e as pretensões eleitorais para 2014, a segunda, por enquanto menor, indica os eventuais candidatos para 2014 que não foram candidatos em 2010. Haverá também uma terceira, indicando os candidatos em 2014 que não tiveram ao mínimo 5 mil votos em 2010, mas que pretendem se apresentar às urnas.

Este post é também interativo. Todas as informações para “completar” as listas são bem-vindas. É só deixar comentário, e as informações serão integradas às listas.

As listas (apertar a seta voltar após leitura):  
Pretensões eleitorais 2014 

Recapitulativo das posições anunciadas dos partidos nas Eleições 2014 no DF:  
Partidos DF 2010-2014 

Fonte: Politicadefemnumeros -  Atualizado em 29/09/2013.

domingo, 29 de setembro de 2013

Tira teima com Leiliane Rebouças integrante do Movimento de Defesa de Brasília - MoviBsb

Laécio Alencar - Como vê o governo Agnelo Queiroz? 

Leiliane Rebouças - Vejo o governo Agnelo como uma grande decepção para aqueles que votaram nele, esperando por um "Novo Caminho". Não existiu um novo caminho. O índice de desaprovação do Governo, de 75% segundo pesquisa recente, mostra que esse é um dos piores governos da história de Brasília. Por quê? Falta apoio? Não. Ele tem uma ampla base no Legislativo e tem a presidente da República do mesmo Partido. Falta dinheiro no Orçamento? Não, o GDF tem um orçamento muito maior do que há 20 anos atrás! 18 bilhões é muito dinheiro. O que falta é uma gestão eficiente. 

Laécio Alencar- Agnelo cumpriu as promessas feitas à comunidade da Vila Planalto? 

Leiliane Rebouças - Não. O Agnelo apresentou um Projeto de Lei para a regularização da Vila Planalto, que foi aprovado na Câmara Legislativa, cuja Lei está sendo questionada na Justiça pelo Ministério Público por conter vício de forma e ser claramente inconstitucional. Essa lei que o Agnelo aprovou pode não ter nenhuma validade jurídica mais tarde, e mesmo assim o governo insiste em fazer a propaganda enganosa de que a Vila está sendo regularizada. O que farão? Entregarão um documento e teremos que esperar a decisão sobre a inconstitucionalidade? Isso é correto? E tem mais, no primeiro ano do governo Agnelo, os moradores da Vila Planalto elencaram prioridades no Orçamento Participativo como a reconstrução da escola cujo o prédio está condenado pela defesa civil. Até hoje, nada foi feito! 

Laécio Alencar- Os deputados distritais honram o voto que receberam do eleitor de Brasília? 

Leiliane Rebouças - Respondo com outra pergunta: A Câmara Legislativa hoje tem o respeito da população de Brasília como uma Instituição idônea e de credibilidade? Não! 

Laécio Alencar - Qual a importância do "Adote um Distrital" para a cidadania? 

Leiliane Rebouças - Pela primeira vez desde que a Câmara Legislativa foi criada, os cidadãos estão fiscalizando de perto as ações e gastos dos seus representantes. O Adote Um Distrital é muito importante porque exerce o controle social e de alguma forma o seu trabalho incentiva os distritais a serem mais transparentes e eficientes. 

Laécio Alencar- Por que o povo perdeu o pique de estar nas ruas protestando? 

Leiliane Rebouças - Porque o movimento social que foi para as ruas foi criminalizado! O Estado tratou manifestantes e vândalos da mesma forma, com violência! Cada bomba de gás lacrimogêneo jogado contra o povo de Brasília custou o equivalente a um computador. Ou seja, uma bomba jogada é um computador a menos nas escolas do DF. Mas, as urnas darão o troco para quem teve a ousadia de usar a violência contra quem tem o poder do voto! 

Laécio Alencar - Vota no PT em 2014? 

Leiliane Rebouças - PT nunca mais.

 Fonte: QuidNovi por Mino Pedrosa.

Oito candidatos se lançam na disputa ao Palácio do Buriti


Palacio_do_buritiA um ano das eleições que vão decidir o futuro governador do Distrito Federal, candidatos começam a se lançar pulverizando o cenário político da capital. Até o momento, pelo menos oito já anunciaram o desejo em assumir a liderança do Palácio do Buriti. Aquele que conseguir a cadeira mais importante do Planalto, assumirá também um orçamento de R$ 25 bilhões.

A corrida ao Buriti se mostra acirrada. Parlamentares experientes disputam com novatos no rumo ao governo. Até 2014, quando os grupos farão coligações, o cenário seguirá pulverizado. Mais antigo entre os interessados, o ex-governador Joaquim Roriz anunciou ontem a filiação ao PRTB, do ex-senador cassado Luís Estevão. Ele levará a filha Liliane, que afirma querer a reeleição de distrital.

Em oposição ao governo petista, Roriz poderá contar com o também candidato ao governo, o presidente do DEM no Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM). Fraga é forte apoiador de Roriz, acredita na força do ex-governador na corrida ao Buriti. Mas pode deixar o DEM na segunda-feira (30). “Vou me reunir com a Executiva Nacional do partido antes de qualquer decisão”, contou.

Fraga não gostou da recusa do partido na aceitação do governador Joaquim Roriz. Ele alega que faltou uma visão sobre o cenário político de Brasília, já que Roriz, mesmo impossibilitado de concorrer nas últimas eleições, conquistou 35% dos votos. Se resolver sair do partido, seguirá para o PSDB, do presidenciável, o senador Aécio Neves.

No PSDB, Fraga vai se esbarrar com outro interessado em se tornar governador. Luís Pitiman, que deixou o PMDB – do vice-governador Tadeu Filippelli – para fazer oposição ao governo, já faz planos de melhorar a saúde, educação e transporte. Crítico do governo petista, Pitiman abandonou a Secretaria de Obras pouco tempo depois que assumiu por discordar com o modelo adotado.

Na relutância com o governo de Agnelo Queiroz, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) já usa a tribuna do Senado para cobrar auditorias no sistema de transporte público do Distrito Federal. Ele não esconde que quer se eleger governador em 2014. Se confirmar candidatura, enfrentará Toninho do PSol, que, assim como em 2010, voltará às campanhas eleitorais disposto a ter o Buriti.

A liderança feminina também terá representação. Eliana Pedrosa confirmou, na terça-feira (24) desta semana, a candidatura ao Buriti. Disputará também com o ex-governador José Roberto Arruda, que apesar de ter deixado o governo em crise em 2009, é considerado um forte candidato. Esta semana, Arruda ganhou aval dos distritais, que aprovaram a prestação de contas dele de 2008, ano anterior a crise instaurada pelo esquema de corrupção revelado pela 'Caixa de Pandora'.

Diante de tantos interessados, o governador Agnelo Queiroz terá que trabalhar duro para conquistar de novo a confiança dos eleitores, que seguem descrentes com as promessas descumpridas no governo. As melhorias em saúde, educação e transporte, de tão discretas, pouco foram notadas pela população que continua sofrendo com a precariedade do sistema.

Fonte: Diário do Poder / Postado por Sandro Gianelli.

Limite de votos para filiação

pros-logoNo esforço para atrair candidatos com médio potencial de votos — aqueles que têm receio de queimar sua chance de eleição para benefício de grandes puxadores de voto — o presidente regional do recém-criado PROS, deputado Ronaldo Fonseca, tomou uma decisão.

Só aceitará, como potenciais candidatos a distrital, filiados que tenham redutos eleitorais até 6 mil votos. Apostará no número para ultrapassar o quociente eleitoral. Quem tiver mais do que isso, que concorra a deputado federal, como o próprio Fonseca. No caso, o fator determinante para eleição é a coligação em que está o partido. 

No palanque da reeleição 

O Pros, garante Ronaldo Fonseca, deverá estar no palanque da reeleição. 

Fonte: Jornal de Brasília – Coluna do Alto da Torre – Eduardo Brito / Postado por Sandro Gianelli.

Eleições 2014: Todos do mesmo lado

Fonte: Revista VEJA - edição Nº 2341

Operação Miquéias: Iscas de político

 
 
Fonte: Revista VEJA - edição Nº 2341

Eleições 2014: O plano B de Roriz

Apesar de ter se filiado ao PRTB com discurso de candidato ao Palácio do Buriti, a saúde do ex-governador e a incerteza jurídica sobre seu futuro político levam apoiadores a apontar o nome da deputada Liliane Roriz como opção para a disputa ao Executivo 


Joaquim Roriz se filiou ao PRTB com discurso de candidato ao Palácio do Buriti. Mas a fragilidade de sua saúde e, principalmente, o imbróglio jurídico em torno de sua possível candidatura, levam o grupo político e familiares do ex-governador a discutirem abertamente um plano B. A deputada distrital Liliane Roriz, que também migrou para o partido comandado pelo ex-senador Luiz Estevão, é apontada como sucessora do ex-governador. Apesar de defender a candidatura de Roriz, Liliane já fala como concorrente. “Se meu pai não puder disputar as eleições, estou à disposição para colocar em prática esse projeto. Eu me sinto pronta para enfrentar o desafio”, afirma Liliane.

Roriz se filiou ao PRTB na última quinta-feira, após sofrer o desgaste político de ter seu nome rejeitado pela executiva nacional do DEM. Depois de fechar com o partido de Luiz Estevão, o ex-governador alfinetou a cúpula do Democratas e fez discurso de candidato. Mas tem consciência da longa briga jurídica que terá que enfrentar para conseguir registrar seu nome na Justiça Eleitoral. Como em 2007 ele renunciou ao mandato de senador para escapar da cassação, tornou-se inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa (confira O que diz a lei). Orientado por advogados, ele argumenta que a renúncia ocorreu antes da vigência da norma — mesmo questionamento de dezenas de outros políticos, que ainda será discutido pelos tribunais superiores.

Segundo a assessoria de imprensa de Roriz, ontem ele almoçou com a ex-vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, atualmente no PSDB, e conversou ainda com o presidente regional do PR, Salvador Bispo. Tanto Joaquim Roriz quanto Luiz Estevão evitam falar em coligações neste momento, apesar de as negociações entre os partidos estarem intensas.

A deputada Liliane Roriz defende um leque amplo de alianças. “Precisamos conversar com todo mundo. Não temos problema em negociar com ninguém, desde que sejam pessoas comprometidas com a defesa da cidade. Sempre tive relações boas e respeitosas com figuras importantes, como o Cristovam Buarque (PDT), o Rodrigo Rollemberg (PSB) e com o Reguffe (PDT), por exemplo”, comenta a parlamentar.

Liliane Roriz começou a vida política no PRTB, mas deixou o partido por divergências com Caio Donato, ex-presidente da legenda. Agora, com o novo comando, aceitou voltar à sigla ao lado do pai. O partido, que deve ficar sem nenhum representante na Câmara dos Deputados até 5 de outubro, terá dificuldades na campanha por conta do exíguo tempo de televisão. Mas, para a filha de Joaquim Roriz, isso não representa um problema. “O meu pai passou um período em casa, cuidando da saúde, mas ele tem um eleitorado tão forte na cidade que isso não afetou em nada a sua popularidade. O tempo de televisão é irrelevante. A força dele está consolidada”, garante Liliane. Joaquim Roriz sofre de problemas renais. Além de enfrentar longas sessões de hemodiálise, está na fila de espera por um transplante de rim. 

Aliança 

Antiga aliada do ex-governador, a tucana Maria de Lourdes Abadia evita falar na retomada da velha aliança neste momento. “O discurso do nosso presidente Aécio Neves é para focarmos na organização do partido nos estados. Só em março, vamos pensar em aliança”, diz Abadia. “Éramos aliados quando ele era governador e eu, vice-governadora. Agora, Roriz não está mais no governo nem eu ocupo mais o cargo de vice-governadora. São outras circunstâncias”, afirma Abadia.

O ex-deputado federal Jofran Frejat, que em 2010 foi vice na chapa de Roriz, ainda está filiado ao PR e não sabe se mudará de legenda. Faz mistério sobre uma possível composição com o ex-governador e até mesmo sobre seu futuro político. “Recebi muitas propostas, mas estou quieto no meu canto. Todo mundo me procura, mas só para ser figurante, não protagonista. O que isso vai acrescentar à minha vida?”, questiona Frejat.

“E, mesmo se fosse para aceitar uma posição de protagonista, eu pensaria duas vezes. Só aceitaria se fosse como uma missão”, acrescenta. “Muita gente me quer nas chapas para eu somar eleitoralmente, para ajudar a eleger os outros. Mas, se for para ficar nessa muvuca de reunião, de assembleia disso, assembleia daquilo, eu prefiro ficar em casa, sendo vice da minha mulher”, finalizou Jofran.

O presidente regional do DEM, Alberto Fraga, recebeu convites para migrar para o PRTB com Roriz. Ele foi o responsável pelo convite para o ex-governador ingressar no Democratas — posteriormente vetado pela executiva nacional. Mas ainda não decidiu seu futuro e tampouco descarta permanecer na legenda. “A partir do dia 2, tenho inserções na televisão e não quero desperdiçar essa oportunidade”, diz Fraga, que também conversou com representantes do PR, PSDB e PPS.

"Recebi muitas propostas, mas estou quieto no meu canto. Todo mundo me procura, mas só para ser figurante, não protagonista. O que isso vai acrescentar à minha vida?"
Jofran Frejat, ex-deputado federal, que disputou na chapa de Roriz em 2010

O que diz a lei


A Lei Complementar nº 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, proibiu os políticos condenados por órgãos colegiados de disputarem cargos eletivos. Além disso, a referida norma determinou que candidatos que tiveram mandatos cassados ou que renunciaram para fugir da cassação se tornam inelegíveis por um período de oito anos. A aplicação da lei provocou controvérsias, que só foram definidas cinco meses após a eleição de 2010, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a regra só valeria para o pleito de 2012. A Lei da Ficha Limpa surgiu a partir de uma iniciativa popular, que contou com apoio de entidades,  como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

Fonte: Correio Braziliense - Por Helena Mader

Eleições 2014: Plano de Arruda é ser 'Deputado Distrital'

  O ex-governador José Roberto Arruda retorna à vida pública em 2014, para disputar uma cadeira na Câmara Distrital

O ex-governador José Roberto Arruda retorna à vida pública em 2014, para disputar uma cadeira na Câmara Distrital, a Assembleia Legislativa do Distrito Federal. As pesquisas lhe permitem aguardar uma montanha de votos, e com eles Arruda espera eleger um bloco de seis deputados.

Preso em 2010 durante o escândalo conhecido como “mensalão do DEM”, Arruda renunciou ao posto e hoje responde a processo, num tribunal de primeira instância em Brasília.

Ao contrário do que se passou com o mensalão do PT, seu caso foi desmembrado e não tem prazo definido para terminar. Quando isso ocorrer, Arruda poderá recorrer a instância superior.

Fonte: ISTOÉ - Coluna Brasil Confidencial - Por Paulo Moreira Leite,  colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jeronimo.

Eleições 2014: Paulinho conseguiu. Será que Marina consegue?

A comparação entre o Solidariedade, de Paulinho da Força, e a Rede, de Marina Silva, revela duas facetas da política brasileira atual 

ESTRATÉGIA. O deputado Paulinho da Força. Pragmático, ele registrou seu partido
VOLUNTARISMO. A ex-ministra Marina Silva. Ela aposta em seu exército de 12 mil “militantes autorais”

Entre os participantes mais entusiásticos das reuniões da Rede Sustentabilidade, ou apenas Rede – o partido que Marina Silva, segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para presidente, tentava registrar na semana passada –, está o cão Zeus Jurubeba. Ele comparece a todos os debates políticos do grupo, a ponto de virar uma espécie de símbolo da Rede, com direito a página no Facebook e videoclipe no YouTube. Zeus balança o rabo durante as discussões e até assinou, com a pata, uma ficha de apoio ao projeto. “Ele é bem persistente, solto, interage com as pessoas”, diz Guilherme Coelho, dono de Zeus, um vira-lata mestiço de labrador com pit bull. Ser signatário da Rede diz algo sobre o espírito descontraído de um partido político que tem como premissa a “horizontalidade” – tendências diferentes, e até opostas, como evangélicos e defensores do casamento gay, convivem em busca de um “consenso progressivo”. Até a última sex­ta-feira, dia 27, os partidários da Rede não haviam conseguido ainda assinaturas suficientes para registrar o partido.

Enquanto isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmava o registro de duas outras siglas: o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o Solidariedade. Com eles, o Brasil soma hoje 32 partidos políticos, um número expressivo (na França são 15, e na Alemanha são 12). Entre os recém-fun­dados, o maior é o Solidariedade. Com nome inspirado no partido liderado pelo sindicalista polonês Lech Walesa, um ardoroso combatente do autoritarismo comunista em seu país, o Solidariedade é liderado por outro sindicalista, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical. Estima-se que conte com pelo menos 29 deputados vindos de outros partidos – pela lei brasileira, parlamentares não podem trocar de legenda sob risco de perder o mandato, a não ser que se trate de um partido novo. Ao contrário da Rede, o Solidariedade foi organizado com estratégia e articulações políticas inspiradas na experiência sindical. Comparar os dois casos – o partido de Marina e o partido de Paulinho – é instrutivo. E ajuda a entender por que um conseguiu registro e o outro ainda luta para isso.
 

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, apostou numa estratégia definida. Ela envolvia base eleitoral, aliados disciplinados, organização e dinheiro. O trabalho começou em outubro do ano passado, num almoço com deputados descontentes com os atuais partidos. “Tudo na clandestinidade”, afirma Paulinho, rindo. Estavam lá desconhecidos, como o ex-deputado João Caldas e os deputados Augusto Coutinho, do DEM, Roberto Santiago, do PSD, e Henrique Oliveira, do PR. João Caldas levou para o encontro o advogado Marcílio Duarte, criador profissional de partidos políticos. Desde 1989, Marcílio participou da fundação de Prona, PGT, PTN, PTR, PSL e PST – e, agora, Solidariedade. Conhece tudo dos meandros da burocracia eleitoral. “Em dez dias, o partido estava pronto”, diz Paulinho.

Nas contas feitas sob a empolgação inicial, se cada um dos 1.700 sindicatos filiados à Força conseguisse 300 fichas de eleitores, a exigência de 492 mil assinaturas exigidas por lei seria atingida rapidamente. As coisas não saíram exatamente assim. Sindicalista desde que começou a vida profissional no Paraná, na década de 1970, Paulinho lembrou-se na prática de uma característica de seus pares. Os dirigentes sindicais prometiam entregar rios de mel com 10 mil assinaturas de eleitores. “Aí, eu ligava 15 dias depois, e o cara não tinha feito nada. Mas dizia ‘vou entregar, vou entregar...’”, diz Paulinho. Ele percebeu que os sindicalistas preferiam dar dinheiro para alguém fazer o trabalho a pegar no pesado em busca por apoio. Por sorte, dinheiro não era problema.“Os sindicatos deram uns R$ 500 mil para bancar o trabalho de coleta de assinaturas”, afirma Paulinho. Ele também criou um núcleo para azeitar a máquina sindical. Sua namorada, Samanta, e dois funcionários licenciados do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo passaram a coordenar as tarefas.

Ao mesmo tempo, em Brasília, Paulinho contava com os serviços de cinco advogados para atuar na Justiça Eleitoral. O principal deles é Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU). Tiago é advogado de Paulinho em dois inquéritos e numa ação penal a que ele responde no Supremo Tribunal Federal. Com apenas 31 anos, Tiago exibe desenvoltura de veterano. Foi o responsável pelos trâmites jurídicos do Solidariedade e por abrir as portas dos gabinetes dos ministros do TSE a Paulinho. “Ele sabe que botões apertar”, afirma Paulinho.

A intenção inicial era entregar as assinaturas e iniciar o processo de criação do Solidariedade na Justiça no final de junho passado. Por acaso, um pedido de impugnação do partido em 28 de junho, uma sexta-feira, penúltimo dia antes do recesso do Judiciário, ajudou. Os advogados retiraram o processo do Solidariedade, e a turma de Paulinho descobriu que faltavam cerca de 32 mil assinaturas. Os sindicalistas aproveitaram para trabalhar mais até a segunda-feira seguinte e entregaram os papéis à Justiça. O recesso durou o mês de julho e, no dia 26 de agosto, uma segunda-feira, às 8 da noite, chegou o resultado: o Solidariedade tinha assinaturas suficientes. Mesmo recém-operado de um câncer de próstata – ele implantou ainda 122 sementes radiativas na glândula para complementar o tratamento –, Paulinho foi tomar uma cachaça num bar perto de sua casa, no bairro da Aclimação, em São Paulo.

Havia obstáculos de outra ordem – e eles eram ainda mais perigosos. Em abril, o governo Dilma, temendo o novo partido de Marina e a força que o partido de Paulinho daria a Aécio Neves, fez de tudo para aprovar um projeto no Congresso impedindo a criação dessas legendas. Paulinho precisou de estratégia e astúcia para enfrentar essa barreira. Em 17 de abril, às vésperas da votação do projeto na Câmara, ele deu um “olé” no presidente da Casa, Henrique Alves. Os dois tiveram uma conversa a sós, no gabinete privativo de Alves. Paulinho trancou a porta e disse: “Henrique, quero falar sério com você”. “Não fala porque não tem como fazer nada nessa p...”, disse Alves, segundo Paulinho. “Eu vou votar nesse negócio.” “O que eu vou pedir você pode fazer”, disse Paulinho. “Vou entrar com esse requerimento dizendo que o projeto é inconstitucional. Você pode dizer que não é?” “Mas vou falar isso mesmo!”, disse Henrique. “Mas dá para você falar no meu requerimento?”, disse Paulinho. “Dá, dá...”, disse Henrique, já irritado, e batendo na mesa. (Procurado por ÉPOCA, Alves afirmou, por meio de sua assessoria, não se lembrar do encontro.)

Paulinho conta que destrancou a porta e saiu. Colocou um assessor ao lado da taquígrafa embaixo da mesa diretora da Câmara e deixou o advogado Cedraz a postos na portaria da Câmara. Minutos depois, Alves assumiu seu posto na mesa. Assim que ele citou o requerimento e o rejeitou, o assessor de Paulinho pegou uma cópia com a transcrição de sua frase e levou correndo para Cedraz. O papel com a frase de Alves foi levado imediatamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e anexado a um mandado de segurança, protocolado dias antes pelos advogados de Paulinho, aos cuidados do ministro Gilmar Mendes. A peça afirmava que o projeto que impedia a criação de novos partidos era inconstitucional e pedia sua interrupção. A correria para levar a transcrição da frase de Alves era a prova de que ele fora avisado da inconstitucionalidade do projeto e, mesmo assim, seguira com a votação. Naquela noite, o projeto foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), outro interessado no tema, apresentou recurso semelhante ao STF.

AZEITADOS
Militantes coletam assinaturas. No Solidariedade, a máquina sindical funcionou
Uma semana depois, quando a matéria seria votada no Senado, Paulinho e Rollemberg colocaram outro plano em ação. Rollemberg e os colegas Aécio Neves (PSDB/MG), Aloysio Nunes (PSDB/SP), Cristovam Buarque (PDT/DF) e Pedro Taques (PDT/MT) fizeram longos discursos para prolongar a sessão do Senado e ganhar tempo, à espera de uma decisão do Supremo. Deu certo. À noite, o ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar que suspendeu a tramitação do projeto.

Para além da astúcia jurídica, o cacife de Paulinho tem outra fonte. Se, na Câmara, ele é um entre 513 deputados, na rua é o presidente da Força Sindical, o segundo maior conglomerado de sindicatos do país, com 1.700 entidades filiadas, representantes de cerca de 1 milhão de trabalhadores. Sozinha, a Força Sindical recebeu neste ano R$ 42 milhões de dinheiro do imposto sindical. Todos os anos, a Força reúne centenas de milhares de pessoas no Primeiro de Maio. Coloca milhares de manifestantes nas ruas das cidades e no Congresso para fazer barulho, pressionar e, com isso, influenciar resultados. Se o governo Lula contou com o mesmo tipo de poder sindical, por meio da Central Única dos Trabalhadores, a CUT, para se defender de crises como o mensalão, Paulinho conta com seus sindicatos para defender causas como o fim do fator previdenciário ou a redução da jornada de trabalho. Além de espezinhar o governo Dilma, naturalmente.

Vinte e nove deputados já prometeram aderir ao Solidariedade. A maioria é atraída pela oportunidade de controlar um partido em seu Estado. Existe um outro anabolizante poderoso: dinheiro. Para atrair mais deputados, Paulinho promete distribuir metade do valor do fundo partidário aos deputados. O dinheiro será dividido de acordo com o número de votos que cada um precisa para se eleger em seu Estado. O fundo partidário é público, e o partido é entidade não lucrativa. Mas a gestão é empresarial. Por último, no caso do Solidariedade, conta também a origem sindical. Ela provê um ativo raro nos partidos políticos hoje: gente e capacidade de mobilização. Desde que os políticos perderam essas duas coisas, quem as fornece à política são igrejas evangélicas e sindicatos. Hoje, dos 594 parlamentares do Congresso, 72 são evangélicos e 86 são sindicalistas.

Paulinho será o presidente do Solidariedade – e o criador de partidos Marcílio Duarte será o secretário-geral. Para Paulinho, isso significa não só comandar uma bancada de deputados e ter acesso ao dinheiro do fundo sindical, mas também uma fração de tempo do horário eleitoral. Meia dúzia de governadores prometem engordar o Solidariedade com deputados estaduais para, em troca, usufruir o tempo de televisão em suas campanhas eleitorais. Criar um partido é um ótimo negócio, até mesmo para quem está fora dele.

O Solidariedade será oposição a Dilma Rousseff. Desde o início do mandato, Paulinho se afastou gradativamente do governo. Em 2007, ele e a Força esqueceram a rivalidade com a CUT e o PT. Aderiram ao governo quando Lula entregou o Ministério do Trabalho ao PDT, partido a que Paulinho era filiado. Lula conseguiu o impensável na ocasião: unir todo movimento sindical a sua volta. Em 2010, Lula chamou Paulinho para conversar com a candidata Dilma. “Eu disse que ela tinha de apoiar nossa pauta. A Dilma concordou com tudo, só não concordou com a redução da jornada. Mas, depois, esqueceu tudo”, diz Paulinho. Após a saída de Lula, ele esteve com Dilma apenas duas vezes. A recíproca de antipatia é verdadeira. Nas primeiras manifestações de rua em junho, o Palácio do Planalto chegou a suspeitar que Paulinho e a Força estivessem por trás de tudo.

Se, na eleição presidencial, o Solidariedade apoia Aécio Neves, nos Estados estará aberto a conversar com qualquer um. Apenas em São Paulo já está definido que apoiará a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) – Paulinho controla a Secretaria do Trabalho do tucano. “Ele tem uma massa importante para enfrentar o PT”, afirma o secretário da Casa Civil paulista, Édson Aparecido.

No dia seguinte à vitória no TSE, durante o almoço numa churrascaria à beira do Lago Paranoá, em Brasília, Paulinho tinha de tomar uma decisão. “Qual você prefere?”, disse a namorada, Samanta, mostrando em seu iPhone uma imagem enviada por publicitários. Paulinho sacou seus óculos, olhou um pouco, e disse: “Acho que fica melhor o laranja”. Ele opinava sobre seu novo cartão de visitas. Escolheu uma versão em que a frente tem uma parte pintada em laranja, com seu nome e o título “Presidente Nacional”; no verso, o fundo branco e o nome “Solidariedade” em preto, com uma tipologia quadrada. O laranja é a cor da Força Sindical, do Solidariedade e da gravata que Paulinho usava – ultimamente, todas são laranja. O número do Solidariedade será 77. Ao final do almoço, um assessor chamou a atenção: o vinho escolhido tinha uma estrela de sete pontas no rótulo. A conta ficou em R$ 770.

Em comparação com o caso de Paulinho, o principal erro de Marina ocorreu logo no começo. Embora tivesse 12 mil colaboradores, contra 4 mil do Solidariedade, a Rede não tinha pessoal especializado na triagem de fichas. Segundo o TSE, para criar um partido são necessárias 482 mil assinaturas – o equivalente a 0,5% dos votos válidos da última eleição para a Câmara dos Deputados. Até a sexta-feira passada, Marina colhera 910 mil – mas a maioria não trazia assinaturas válidas. Para reunir os apoios, a Rede formou um time de voluntários. Em sua maioria, eles tinham pouca ou nenhuma experiência com a prática da política. “Nossos colaboradores eram quase todos voluntários, sem pagamento e estrutura financeira bastante reduzida”, diz o deputado Walter Feldman (PSDB), um dos principais idealizadores da Rede.

Entre esses voluntários – gente com ideias próprias em busca do “consenso progressivo” – está a cantora e compositora Tereza Miguel, de 58 anos. Ela defende a liberação do consumo de drogas, desde que monitorado pelo Estado, com acompanhamento médico. É autora de “Plantar e colher”, canção inspirada na trajetória de Marina Silva. Tereza faz parte dos 12 mil mobilizadores que exercem o que, na Rede, se chama “militância autoral” (os adversários chamam esses “militantes autorais” de “sonháticos”). Segundo Marcela Moraes, advogada de 32 anos que coordena as coletas de assinatura da Rede, militantes autorais são aqueles que não se enxergam dentro das hierarquias rígidas dos partidos tradicionais. Algumas das ideias defendidas “horizontalmente” parecem já ter atingido um “consenso progressivo”. A maior parte dos integrantes da Rede defende o fim das obras na usina de Belo Monte, no Pará, critica as mudanças no Código Florestal e defende o direito dos animais. “Isso está no estatuto, essa coisa da interação com o mundo, com todos os seres vivos”, afirma Guilherme Coelho, de 36 anos, o dono do cão Zeus.

Outro ponto em comum é a insatisfação com a política e seus partidos tradicionais, PT e PSDB no topo. Essa insatisfação ocorre, principalmente, por causa da corrupção. ÉPOCA ouviu vários apoiadores da Rede. Quase todos estão indignados com o julgamento do mensalão no STF. “Aceitar os recursos pelo menos desmonta o discurso do PT de julgamento político. Amigas petistas dizem que os fins justificam os meios, mas a ética tem de ser levada a sério”, afirma Tereza.

Durante a jornada pelas assinaturas, uma das grandes dificuldades dos mobilizadores foi atrair o apoio de militantes gays. Por uma razão simples: Marina Silva é evangélica e já defendeu o pastor Marco Feliciano (PSC) em entrevistas. Os militantes tentam convencer os grupos gays dizendo que, mesmo que Marina seja contrária ao casamento entre homossexuais, ela abriria um plebiscito para discutir o tema. Esse argumento não teve tanto eco entre a comunidade gay nos mutirões de coletas. O pastor Reinaldo Mota, de 49 anos, um dos fundadores da Rede, é contra a união estável entre gays ou a liberação das drogas, tese defendida pela militante Tereza Miguel. Mas diz conviver bem com a diversidade ímpar de apoiadores da Rede. “Partido não é igreja. Sou contra vários aspectos e ideias de pessoas da Rede, mas é preciso respeitar as diferenças. Nosso principal motivo de união é o descontentamento com a política. Buscamos ética”, afirma Mota.

O amadorismo e as divergências não são as únicas razões das dificuldades para o registro da Rede. Políticos que apoiam a Rede reclamam de má vontade da burocracia. “Os cartórios eleitorais funcionam com muitos funcionários requisitados. Há servidores da Justiça Eleitoral, mas a maioria é de prefeituras, de câmaras municipais, de governos. Esse poder local muitas vezes não quer um partido obviamente de oposição”, diz o deputado Miro Teixeira, do PDT, um apoiador da Rede. A média nacional de rejeição de assinaturas é de 24%. Segundo Feldman, o município com maior índice de invalidação é São Bernardo do Campo, com 55%. A cidade é um feudo político do PT. É comandada pelo prefeito Luiz Marinho (PT) e é onde mora o ex-presidente Lula.

Esse tem sido o maior drama na reta final de criação do partido. Noventa e cinco mil assinaturas foram invalidadas. Ficou famoso o caso da cantora Adriana Calcanhotto. Ela gravou um vídeo se queixando porque sua assinatura foi rejeitada por pendências com a Justiça Eleitoral. “Nunca esperávamos ter esse problema”, diz a advogada Marcela. Até mesmo entre os integrantes da executiva estadual houve casos de invalidação. Foi o caso de Júlia D’Ávila, de 24 anos, ativista ambiental e responsável pela coleta de assinaturas entre jovens. “Ficamos sem saber o porquê de tantas assinaturas, como a minha própria, terem sido anuladas”, diz Júlia. Sozinha, ela diz ter angariado 12 mil apoiadores. Muitos deles com assinaturas tão válidas quanto a pata do vira-lata Zeus Jurubeba.

Fonte: ÉPOCA.com - Por Leandro Loyola, Vinícius Gorczeski e Leopoldo Mateus, com Alberto Bombig

Operação Porto Seguro 'José Dirceu'


Fonte: Revista VEJA - edição Nº 2341

Eleições 2014: A base encolheu

A um ano das eleições, o afastamento do PSB e a criação de novos partidos, como o Solidariedade, diminuem o tempo de tevê de Dilma no horário eleitoral e o tamanho de sua bancada de apoio no Congresso 

NOVA TRINCHEIRA
Paulinho da Força Sindical (ao centro) comemora a
criação do Solidariedade. Novo partido nasce na oposição

Às vésperas do fim do prazo para filiações, o governo federal observa com apreensão as mudanças partidárias decorrentes da criação de novas legendas. Na última semana, dois partidos foram homologados pelo TSE, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o Solidariedade. A criação das siglas provocou os primeiros efeitos colaterais para a campanha de Dilma Rousseff à reeleição: a perda de tempo de tevê no horário eleitoral e dificuldades na articulação dos palanques estaduais. A outra consequência, considerada natural até por articuladores políticos do Planalto, é o encolhimento da base governista no Congresso. Não bastasse o distanciamento do PSB de Eduardo Campos da bancada aliada, anunciada há duas semanas, o partido de Paulinho da Força tende a servir de polo de atração para parlamentares insatisfeitos com os rumos do governo. O PDT poderá perder ao menos seis deputados e um senador para o Solidariedade. O mesmo pode ocorrer com o PMDB e o PR. A estimativa mais otimista aponta para uma debandada de até 50 deputados, o que significa 10% da composição da Câmara.
 
PALANQUE OPOSTO
Ao entregar os cargos no governo, o PSB, de Eduardo Campos, caminha para a candidatura própria e ajuda a levar a eleição presidencial de 2014 para o segundo turno
 
O desmantelamento do grupo fiel a Dilma se acelera justamente por conta da eleição de 2014. Sem o espaço almejado no governo petista, vislumbrando uma perspectiva de poder na oposição e movidos por vantagens financeiras oriundas do Fundo Partidário, muitos parlamentares têm preferido se bandear para o outro lado da trincheira. O sistema de distribuição de verba do Fundo Partidário, que anima o mercado de siglas e mandatos, é uma das anomalias do atual sistema político. O rateio do dinheiro é proporcional ao número de votos de cada deputado, algo em torno de R$ 3 a R$ 3,80. Isso significa que os novatos Solidariedade e o PROS devem receber juntos mais de R$ 30 milhões por ano. Paulinho, que espera lucrar R$ 22 milhões, deve repassar 37,5% do fundo aos deputados recém-egressos ao partido. Dos R$ 14 milhões do PROS, 60% serão distribuídos aos novos integrantes. “Estou levando 72 mil votos, então receberia 60%”, explica o deputado Ademir Camilo (MG), que pretende trocar o PSD pelo PROS. Ele calcula que levará cerca de R$ 270 mil. Legalmente, esse dinheiro deve ser direcionado à infraestrutura das siglas, mas não é o que ocorre. Acaba abastecendo os cofres de campanha – já que não há transparência no uso desses recursos, oriundos do Orçamento e de multas da Justiça Eleitoral. “Essa criação desenfreada de partidos é uma anomalia. É como abrir uma lojinha na esquina, são legendas de aluguel, sem qualquer conteúdo programático”, critica o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira.
 
Nos últimos meses assessores do Palácio têm se dedicado a contabilizar as perdas, que não foram poucas. Consideram que, do início do governo até hoje, a base de apoio formada por parlamentares que votavam com o governo em 90% das vezes, caiu de aproximadamente 300 deputados de 17 partidos diferentes para cerca de 100 parlamentares – divididos entre o PT e outras sete legendas. Um encolhimento expressivo. Significa dizer que, hoje, apenas dois em cada dez deputados são fié­is ao governo. Essa dinâmica aprofundou-se do meio do ano passado para cá. Meses atrás, para tentar conter a sangria, a presidenta providenciou liberações bilionárias de emendas parlamentares, procurou abrir canais de diálogo no Congresso e fez algumas concessões na pauta de votações. O esforço, porém, não convenceu.

Entre as boas-novas registradas pelo governo na última semana está a pesquisa do Ibope, divulgada na quinta-feira 26. O levantamento mostrou um avanço da presidenta na preferência dos eleitores para 2014. Saltou de 30% para 38%, ampliando sua vantagem sobre a ex-senadora Marina Silva e os demais candidatos, que oscilaram negativamente. Dilma, porém, está ainda muito distante do patamar de 58% de votos que tinha em março. Ou seja, se antes, a presidenta era ampla favorita para a reeleição, hoje a perspectiva é de que a disputa caminha para um incerto segundo turno. Na visão desses parlamentares, até então governistas de carteirinha e que agora se bandeiam para os braços da oposição, se Dilma não liquidar a eleição na primeira etapa, tudo poderá acontecer na segunda.
 
MOVIMENTO INVERSO
Fundador do PROS, Eurípedes Macedo promete segurar parlamentares na base do governo.
 
Até pouco tempo a lógica das alianças obedecia ao critério de atendimento das demandas das bancadas no Congresso. A partir de agora o que conta é tempo de tevê, recursos financeiros e capilaridade partidária nos colégios eleitorais. Para conseguir criar o Solidariedade com uma bancada de 30 deputados, por exemplo, Paulinho negociou como um mercador do tempo de tevê os cerca de dois minutos que terá disponível no horário eleitoral. Pela negociação, cada governador que cedesse um ou dois deputados receberia em troca o tempo de tevê no pleito estadual. Ele diz que já firmou acordo com André Puccinelli (PMDB/MS), Cid Gomes (PSB/CE), aliados do governo, além de Campos (PSB/PE) e os tucanos Marconi Perillo (PSDB/GO) e Beto Richa (PSDB/PR). Segundo seus cálculos, o Solidariedade, além de arrastar ao menos seis deputados do PDT, do PMDB e do PR, receberá o reforço de parlamentares oriundos de partidos considerados nanicos da base. No Senado, especula-se que Kátia Abreu (GO) pode trocar o PSD pelo partido de Paulinho. A tucana Lúcia Vânia é outra que estaria na conta da legenda, em virtude do acordo com Perillo. 

Para reverter o processo de encolhimento de sua base de apoio, o governo trabalha nos bastidores para fortalecer o PROS, também aprovado pelo TSE na semana passada. Em outra frente, o Planalto atua para manter o cabresto sobre o volúvel PSD de Gilberto Kassab e faz figa para que Marina não consiga emplacar o Rede Solidariedade, que tem enfrentado problemas na Justiça Eleitoral para sair do papel. A torcida contra Marina, no entanto, tende a ser em vão. Em entrevista à ISTOÉ, nesta edição, o procurador eleitoral Eugênio Aragão praticamente confirma o parecer favorável ao partido idealizado pela ex-senadora e ex-candidata à Presidência pelo PV.
 
 
Pelo menos a primeira estratégia do Planalto deve ser bem-sucedida.  Fundador do PROS, o ex-vereador Eurípedes Macedo Júnior disse já ter a adesão de ao menos dez deputados federais, entre eles Gilvaldo Carimbão (PSB/AL) e Vicente Arruda (PR/CE). Eles pertenciam a partidos que já se distanciaram do governo. A nova legenda ainda espera filiar os irmãos Cid e Ciro Gomes e o ministro da Secretaria Nacional de Portos, Leônidas Cristino. Quem negocia a transferência deles é a própria Dilma. Como esta semana é a última para filiações, o governo acredita que ainda há tempo de convencer os indecisos a permanecerem no consórcio governista.  

Fonte: Revista ISTOÉ - N° Edição: 2289 - Por Claudio Dantas Sequeira