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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

DF tem mais de 2.300 vagas abertas para agentes de polícia

 O Sinpol/DF alerta para o déficit na Polícia Civil do Distrito Federal e
reforça a necessidade da convocação de todos os aprovados no último concurso  


Brasília, 02 de setembro de 2014 – O poder executivo autorizou a criação de 3.029 vagas para os diversos cargos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Entretanto, o concurso público realizado no último ano não amplia o quadro como previsto na lei 12.803/2013. Até agora, dos 1.122 aprovados, apenas 500 foram nomeados. A situação contribui para o déficit da segurança pública e compromete a qualidade do serviço prestado ao cidadão, além de arriscar a saúde do profissional.

Mesmo com o crescimento populacional e, consequentemente, da demanda na segurança pública, a quantidade de agentes de polícia se mantém desde 1993.  Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos anos 1990, a população do Distrito Federal era de 1,6 milhão. Na década seguinte, pulou para 2,6 milhões e ao acrescentar o entorno, o número salta para quatro milhões. Os dados do Mapa da Violência colocam o DF em 478º lugar no ranking com 5.569 municípios e com uma taxa de homicídios de 38,9. A região está à frente de Rio de Janeiro (1091º) e São Paulo (1554º).

O combate à violência e a prevenção de crimes são possíveis por meio de um conjunto de ações. Anteriormente, acreditava-se ser primordial a compra de viaturas e equipamentos. Hoje, além disso, o modelo moderno de segurança pública investe na inteligência policial, na capacitação, na melhoria das condições de trabalho, na aproximação dos policiais com a comunidade. “Não podemos continuar com o mesmo quadro há mais de 20 anos. É de fundamental importância para a população do DF a imediata convocação de todos os aprovados no último concurso”, o alerta é do vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol/DF), Renato Rincon.

“A escassez dos policiais civis nas delegacias e nas ruas vem aumentando os problemas de saúde dos profissionais, são casos de estresse e até alcoolismo e depressão. Infelizmente, tivemos suicídios neste ano e diversos pedidos de afastamento”, relata Rincon.

Dentro das delegacias, três a quatro policiais fazem o atendimento aos cidadãos. Se antes era possível registrar uma ocorrência imediatamente, hoje, a espera pode chegar a duas horas. O número não é suficiente para atender à demanda. Assim como nas investigações, os agentes estão sobrecarregados e podem ficar responsáveis por mais de 100 casos. O resultado é o atraso na resolução dos crimes, o que contribui para o aumento da impunidade. Problema também nas ruas, sem efetivo, os agentes não conseguem atender todas as chamadas externas.

Os números da PCDF de agosto deste ano apontam que existem, pelo menos, 2.351 vagas disponíveis para agente de polícia. Os outros cargos também sofrem com o déficit: atualmente, há mais de 522 vagas escrivães em aberto. Com poucos profissionais na função, o trâmite dos inquéritos se torna lento. A solução em parte está na convocação dos aprovados do último concurso. Entretanto, ainda serão necessários outros certames para que o número de vagas aprovado pelo governo federal seja preenchido.

O Sinpol/DF lembra que não há problemas com o orçamento, mesmo que a nomeação de todos os 1.122 aprovados impacte em R$ 50 milhões, até o final do ano. A União, por meio do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), disponibilizou ao GDF cerca de R$ 11 bilhões. “A maior parte desta quantia deveria ser destinada para a segurança pública como previsto na legislação, mas não é o que acontece. Diferentemente da saúde e da educação, que recebem outras verbas dos governos local e federal, a segurança pública só conta com o FCDF para prover os recursos necessários”, explica o vice-presidente.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA – SINPOL/DF

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