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sábado, 28 de setembro de 2013

Caixa de Pandora: Benedito Domingos vai ao Tribunal no dia 8


A definição do futuro político do deputado distrital Benedito Domingos (PP) já tem data para ocorrer. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) marcou, para o dia 8 de outubro, o julgamento, por parte do Conselho Especial, de ação penal que tramita contra o parlamentar. Caso seja condenado à pena pedida pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) — quando do oferecimento da denúncia, no final de maio deste ano —, ele pode pegar de 40 a 90 anos de prisão, em regime fechado, perder o mandato e ficar inelegível pelo período que durar a condenação e mais oito anos — conforme determina a Lei da Ficha Limpa. A análise chega à instância final na Justiça do DF mais de dois anos depois do início de sua tramitação.

O caso em questão se refere a 2008. O MPDFT acusa o distrital de ter facilitado a contratação de empresas de seus familiares, por administrações regionais, para fazer a ornamentação natalina daquele ano. De acordo com a denúncia, Benedito Domingos teria usado sua influência política, como deputado, administrador regional de Taguatinga e presidente do PP, para conseguir que fossem contratadas as empresas LSS e S4 Produções, pertencentes a um de seus filhos e a um neto, para o fornecimento de enfeites natalinos para várias cidades do DF.

Depoimentos de administradores regionais que não aceitaram favorecer as empresas da família de Domingos reforçam a tese da prática de crimes. A Procuradora-Geral do DF, Eunice Carvalhido, pediu a condenação do deputado em 24 delitos de dispensa ilegal de licitação, corrupção passiva e formação de quadrilha. “O acusado representa parcela significativa da população do Distrito Federal e valeu-se dessa representantividade e do mandato que lhe foi conferido para a prática dos atos ilícitos versados nos autos, razão pela qual a censurabilidade de sua conduta é substancialmente mais gravosa”, diz trecho da denúncia, assinada pela procuradora e pelos promotores Antonio Suxberger e Renato Bianchini.

No documento encaminhado ao TJDFT no fim de maio, o MPDFT defende a necessidade da soma da pena de cada um dos supostos atos criminosos imputados ao parlamentar. Se o pedido for aceito, Benedito terá de arcar com a responsabilidade por todos os contratos firmados entre as administrações regionais e as empresas dos familiares do distrital. Também foi pedido o ressarcimento dos valores pagos pelos contratos. Cabe agora ao Conselho Especial posicionar-se sobre o assunto, acompanhando ou não o voto do relator, que é o desembargador Humberto Adjuto Ulhôa. O revisor é o desembargador Jair Soares. A data da sessão de julgamento foi confirmada na última quarta-feira e publicada no Diário da Justiça Eletrônico.

Até agora, durante toda a tramitação do processo, o distrital e sua defesa têm garantido que ele não teve interferência nos contratos assinados entre as administrações e as empresas pertencentes a seus familiares. Outra sustentação repetida foi a de que os serviços prestados foram profissionais e eficientes. Além do caso que vai a julgamento, Benedito Domingos tem outros quatro processos tramitando na Justiça, isso sem contar uma representação parada na Câmara Legislativa do DF (CLDF) que pede sua cassação por quebra de decoro.

Fonte: Correio Braziliense - Por Almiro Marcos.

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