O pior parceiro de truco é aquele que blefa tão bem que costuma enganar
 até o próprio parceiro. A tática dele é extremamente arriscada. Dá 
muito certo, quando o blefe é acreditado pela dupla adversária. E, por 
outro lado, é a derrocada total, quando quem blefa é chamado a 
apresentar suas cartas. Pior ainda acontece quando o parceiro do 
blefador acredita e vai para a mesa fechado, apostando que seu aliado é 
capaz de segurar o jogo sozinho.
Esse período pré-eleitoral é muito parecido com um jogo de truco entre 
parceiros que não se conhecem muito. É o momento de cada um estudar a 
forma de jogar o outro. PT e PSDB já estão fazendo isso. Embora um não 
seja desconhecido do outro, há fatores novos nesse pleito que sugerem um
 jogo cauteloso, apesar da grande antecipação do debate eleitoral de 
2014.
O fato de o PSDB ter, pela primeira vez, o senador Aécio Neves como 
candidato a presidente é um dos diferenciais. A candidatura dele, de 
certa forma, coloca Minas em uma situação de evidência. O que fica ainda
 mais acentuado, considerando-se que a candidata à reeleição, a 
presidente Dilma Rousseff, também é mineira. Pela primeira vez, o PSDB 
poderá ter um candidato que não seja paulista.
O deslocamento do eixo de poder de São Paulo para Minas Gerais implica 
táticas, no mínimo, diferenciadas. Os dois partidos precisam ter 
palanques muito fortes no Estado. E, não há dúvida, que os dois 
candidatos ao governo de Minas terão fortes relações com os 
presidenciáveis. No caso petista, não há muita dúvida, o ministro de 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deve 
ser o candidato ao governo de Minas. Ele é muito próximo de Dilma e não 
deverá sofrer, ao contrário do que ocorreu em outras eleições, nenhuma 
resistência interna do seu partido.
SITUAÇÃO NEBULOSA
Pelo lado do PSDB, a situação anda mais nebulosa. Além de nomes 
tucanos, como o do presidente da Assembleia de Minas, Dinis Pinheiro, o 
presidente do partido em Minas, Marcus Pestana, e deputado federal e 
secretário de Ciência e Tecnologia, Narcio Rodrigues, é possível que o 
vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, também concorra à 
condição de candidato ao Palácio Tiradentes.
Outro ponto importante relativo à Minas, não é recomendável que haja 
palanques duplos. Em outras palavras, partidos que são da base do PT em 
âmbito nacional e do PSDB em Minas terão que escolher o lado. É uma 
espécie de verticalização forçada. 
Fonte: Carla Kreefft/ Tribuna da Imprensa 
 

 
 
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