Indiscutivelmente o PSDB nacional deu a largada para o processo
eleitoral de 2014. Aécio Neves ganha a cada dia a musculatura do
candidato ideal do partido para disputar a sucessão da presidenta Dilma
Roussef.
A imagem de garotão de Aécio perdeu o espaço para a figura de um
político experiente, articulado, agregador e sobretudo de gestor
eficiente. Minas Gerais é um dos principais colégios eleitorais
brasileiros, cuja força é suficiente para sustentar as pretensões
presidenciais de seu ex-governador por duas vezes.
Entretanto, Aécio se vê obrigado a remar contra a permanente vontade
de José Serra em ser protagonista do processo eleitoral, já que o mesmo
ainda detém uma grande influência das decisões do PSDB, partido a que
ambos pertencem.
O encontro da sintonia entre as principais lideranças pessedebistas
será fator preponderante para que o candidato escolhido chegue inteiro
ao pleito, evitando, portanto, o que historicamente aconteceu nas
últimas três campanhas presidenciais, onde a unidade das principais
lideranças deixou muito a desejar.
É fundamental também que PSDB não perca de vista o processo de
composição das executivas regionais, sob pena de encontrar mais adiante,
a sua estrutura partidária regional absolutamente distante do discurso
de oposição.
Nesse contexto, cabe uma análise mais atenta sobre a movimentação do
partido no Distrito Federal, já que as eleições internas das zonais
ocorrerão no próximo domingo, 31/03, onde serão escolhidos os delegados
que comporão o colégio eleitoral que elegerá a nova executiva local.
É importante relembrar que o PSDB/DF não é representado no parlamento
local, ou seja, na Câmara Distrital e só agora, depois do reingresso de
Izalci Lucas é que o partido dispõe de seu único deputado federal.
Convenhamos que essa representação parlamentar é muito pequena para o
partido que enverga a chancela de maior partido de oposição.
A perda da representatividade do PSDB no cenário político do Distrito
Federal é resultado de um acanhamento de postura política de seus
dirigentes, em face ao quadro de inequívoca letargia da administração do
petista Agnelo Queiroz. A estratégia de mergulhar opiniões e críticas
ao governo local, nas águas profundas da passividade, contribuiu para a
perda da identidade política e consequentemente para a perda de
credibilidade.
O momento é oportuno para que o PSDB/DF amplie o debate interno, de
forma que sejam identificados os nomes daqueles que estejam libertos de
quaisquer amarras que venham a inibir o legítimo direito de fazer
oposição, e de fato possam construir o ambiente partidário necessário
para dar a sustentação ao palanque das eleições presidenciais.
Entretanto, é fundamental que o partido encontre o seu caminho através
do processo democrático das eleições internas.
Os integrantes do PSDB/DF devem buscar a compreensão de que a dimensão
do partido lhe reserva o lugar de protagonista e não de coadjuvante num
processo eleitoral. Caso contrário, estarão trilhando o caminho do
ostracismo.
Fonte: Guardian Notícias - Por João Zisman
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