Fraude.
 Auditoria em outubro de 2012 identificou centenas de cadastros 
irregulares, mas processo administrativo ainda não foi concluído 
 
Uma auditoria realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social do DF no ano passado para conferir a veracidade do cadastro de 255 mil brasilienses que recebiam verbas de programas como o Bolsa Família reveou um dado alarmante. Entre as 50 mil famílias que apresentaram dados falsos estavam as de 367 servidores do GDF.
De acordo com a auditoria, funcionários públicos com salários de 
até R$ 7,7 mil estavam na lista de pessoas carentes que recebiam 
benefícios entre R$ 20 e R$ 300 por mês pagos pelo Estado como forma 
de ajuda.
Desvios O governo não sabia, na época, por quanto tempo os 
investigados haviam recebido irregularmente e, por isso, não havia 
informações sobre o prejuízo total aos cofres. Por mês, no entanto, a
 estimativa era de que fossem desviados R$ 34mil do GDF e R$ 21mil do 
governo federal.
Em 16 de outubro do ano passado, o GDF prometeu punições exemplares 
aos fraudadores. Foi divulgado que os servidores tiveram o pagamento do 
benefício suspenso e deveriam dar explicações em 30 dias.
“Quem não comprovar que tinha direito terá que de- volver os 
recursos”, prometeu o então secretário de Transparência, Carlos 
Higino.
Carlos Higino, então secretário de Transparência, afirmou que os 
transgressores teriam que devolver o dinheiro recebido. Até agora, nada
 foi feito. 
237 servidores do GDF estavam entre as pessoas que apresentaram dados falsos para receber auxílio do Bolsa Família. 
Eles foram desmascarados por uma auditoria da Secretaria de Desenvolvimento Social no ano passado.
Passados mais de três meses do anúncio, o discurso do GDF mudou. O 
pagamento dos benefícios sociais continua suspenso, mas até agora 
ninguém foi punido ou teve de devolver um único centavo aos cofres 
públicos. Recorte Pelas regras do governo federal, o Bolsa Família se 
destina a famílias com renda de até R$ 140 por pessoa. O recorte de 
renda dos programas sociais do GDF é um pouco mais alto, de meio 
salário mínimo mensal per capita.
Por isso, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, uma análise 
mais detalhada da lista de servidores identificou que 130 dos 
investigados inicialmente tinham direito ao benefício porque ganhavam 
até R$ 1.500 por mês e tinham quatro ou mais dependentes.
Os demais 237 funcionários públicos, mesmo sem terem explicado os 
motivos porque estavam nos cadastros, seguem trabalhando normalmente em 
órgãos como as secretarias de Saúde, Educação e Segurança Pública
 e em administrações regionais. 
Secretaria transfere para União 
A Secretaria de Desenvolvimento Social informou, por meio de nota 
oficial, que enviou notificações aos órgãos onde os servidores 
estão lotados solicitando informações.
Não esclareceu, porém, se foi dado um prazo para o envio das 
respostas. Ainda segundo o órgão, um relatório com o cruzamento dos 
dados dos salários dos servidores e dos benefícios que recebiam será 
enviado até o início de fevereiro ao Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome.
Para a Secretaria de Desenvolvimento Social, como existe a suspeita do 
desvio de verbas federais, é a União que deve procurar uma maneira de 
punir os responsáveis.
Fonte: Jornal Metro Brasília - Por Raphael Veleda
 
 
 
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