O PT guindou o PR ao topo de suas prioridades na costura da coligação que dará suporte à candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. Valorizado, o parceiro potencial decidiu caprichar nas exigências.
Para juntar-se à caravana de Haddad, entregando-lhe os quase três minutos de tevê de que dispõe, o PR pede dois ministérios na Esplanada de Dilma Rousseff. Um para si. Outro para a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Os operadores do PR fizeram saber à cúpula do PT que desejam retomar o controle do Ministério dos Transportes –uma pasta que a legenda geria desde Lula e perdeu com a queda do senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
Com a saída de Nascimento, foi à poltrona de ministro Paulo Passos. Embora filiado ao PR, o partido não o reconhece como um gestor da sua “cota”. Quer trocá-lo pelo deputado federal Luciano Castro (PR-RR), vice-líder do governo na Câmara.
Quanto a Marta Suplicy, o PR quer vê-la na equipe de Dilma para que assuma a cadeira do Senado o primeiro suplente, o vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues, um peérre. A chantagem envolvendo a cadeira de Marta já era conhecida. Fora esmiuçado aqui, há 15 dias.
Informada sobre as “demandas” do PR –a velha e a nova— Dilma não esboçou intenção de atender. A menos que a convençam do contrário, prefere manter Passos nos Transportes e Marta no Senado.
Num esforço para dobrar o PR, o petismo acena com a hipótese de entregar à legenda a posição de vice na chapa de Fernando Haddad. Por ora, não obteve êxito. A negociação prossegue.
Sem o PMDB e às voltas uma resistência interna à composição com o PSD de Gilberto Kassab, o PT passou a enxergar no PR uma peça essencial para vitaminar o tempo de tevê de seu candidato.
Por uma dessas ironias que a política fabrica, as tratativas passam pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) –um personagem que compôs o cenário de ruína moral que retirou os Transportes da área de influência do PR.
Influente no PR federal, o mensaleiro Valdemar dá as cartas no PR estadual. Nada avança sem a concordância dele. Para desassossego do petismo, o aliado tóxico mantém tratativas simultâneas com Gabriel Chalita, o candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo.
Fonte: Blog do Josias - UOL
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