A ideia é que ela faça campanha autônoma, descasada dos dois tucanos, e transfira aos dirigentes regionais do PSB a agenda conjunta.
A
candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, impôs
restrições a alguns dos acordos regionais costurados com o PSDB por
Eduardo Campos, seu antecessor na cabeça de chapa morto na quarta-feira
da semana passada após a queda de seu avião em Santos, no litoral
paulista.
Dos 14 palanques estaduais que Campos articulou para sua campanha,
Marina e seus aliados da Rede - partido que tentou criar sem sucesso no
ano passado - decidiram que pretendem ficar longe de pelo menos dois:
São Paulo, com Geraldo Alckmin, e Paraná, com Beto Richa. A ideia é que
ela faça campanha autônoma, descasada dos dois tucanos, e transfira aos
dirigentes regionais do PSB a agenda conjunta.
Ficará permitido apenas que os candidatos a deputado federal e estadual
utilizem material de campanha com imagens suas com os dois tucanos.
A premissa parte do pressuposto de que nesses locais estão sendo respeitadas as condições anteriores à morte de Campos.
Marina, que será oficializada nesta quarta-feira, 20, como candidata do
partido, foi contrária às duas alianças e comunicou isso ao então
candidato, que compreendeu sua posição. Tanto que nos locais em que ela
não se opôs, como com a candidatura do tucano Paulo Bauer (PSDB) em
Santa Catarina ou de Lindbergh Farias (PT) no Rio, a Rede aceita a
campanha conjunta.
'Liberdade'
Um dos principais aliados de Marina e um dos fundadores da Rede, o
deputado federal Alfredo Sirkis (PSB/RJ) foi o que defendeu ontem mais
explicitamente esse formato. Ele exemplificou que o próprio Campos não
teve agenda com Alckmin nem com Richa. "Ela (Marina) tem que ter a
liberdade de transitar de uma forma mais ampla do que os acordos
regionais", afirmou ele, em entrevista após a missa de sétimo dia em
homenagem a Campos e aos demais mortos no desastre aéreo.
Para ele, a situação do Rio "é muito peculiar" porque ela tem boa
aceitação no Estado e consegue se impor independentemente do cenário
regional. "A potencialidade da Marina no Rio é gigantesca, ela teve 31%
no primeiro turno (em 2010) e eu acho que ela pode crescer muito mais do
que isso", afirmou.
O PSB concorda com essa linha de atuação. O líder do PSB no Senado e
candidato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou
que o partido não vai criar situações de desconforto para a ex-ministra
Marina Silva nos palanques estaduais onde houve problemas na formação de
alianças. "Alianças conjuntas só acontecem quando os candidatos se
sentem confortáveis", disse. "Marina fará campanha com o partido. Não
vamos obrigá-la a fazer algo que ela não se sinta à vontade."
Documento
O PSB vai entregar hoje a Marina um documento com todos os acordos
firmados por Campos, mas pretende dar liberdade para atuar sobre eles. O
presidente da legenda, Roberto Amaral, disse que o texto procura
resguardar acordos, mas não pode ser encarado como uma condicionante
para Marina. "Não há nenhuma carta de compromissos. Vamos conversar com
ela sobre as novas condições que surgiram com a morte de Eduardo", disse
Amaral, para quem, apesar das discordâncias de Marina, não é possível
desfazer os acordos regionais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Revista ISTOÉ.
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