Há os que possuem patrimônios milionários e aqueles com só R$ 1 mil no banco
Enquanto pelo menos 10% deles têm patrimônios significativos,
chegando a mais de R$ 7 ou 8 milhões, outros afirmam não contar com
absolutamente nenhuma posse, seja imóvel, carro ou poupança. Há quem
tenha informado apenas o que guarda na caderneta. Mas a relação inclui
também milionários, com fazendas, imóveis de luxo e dinheiro vivo em
casa.
Na lista dos candidatos mais ricos estão nomes de velhos conhecidos
dos brasilienses, como as filhas do ex-governador Joaquim Roriz,
Jaqueline Roriz (PMN) e Liliane Roriz (PRTB). Além delas, os postulantes
ao cargo de deputado federal Izalci Lucas (PSDB) e Eliana Pedrosa (PPS)
possuem patrimônios que somam, respectivamente, R$ 8,9 milhões e R$ 7
milhões.
“O patrimônio que eu declarei ao TSE é o mesmo declarado no meu
imposto de renda. Não vejo demérito nenhum nisso. Aliás, demérito é você
ter um patrimônio e não informar”, afirma Izalci.
Normal
Para o parlamentar, entretanto, seus bens não são motivo para ser
visto como um “deputado milionário”. Ao contrário, ele considera que tem
um patrimônio normal. “Conquistei tudo o que tenho muito antes da
política. Não quero, não gostaria de ser visto pelos eleitores como um
milionário. Ralei muito para ter o que tenho”, explica.
No elenco de pretendentes a uma vaga de distrital com patrimônio alto
constam outros nomes familiares, casos de Agaciel Maia (PTC) e
Cristiano Araújo (PTB), que buscam à reeleição. De todos, o que declara
renda mais alta é Paulo Roriz (PP) que tem mais R$ 6 milhões em imóveis,
terras, carros e aplicações. Em seguida, vem Agaciel com R$ 5 milhões
de patrimônio, a maioria em propriedades rurais.
“Construí meu patrimônio com muito trabalho, ao longo de mais de 35
anos. Parte do que tenho também é fruto da herança deixada por minha
mãe”, afirma Paulo Roriz.
É o que está na poupança
Já entre os candidatos a distrital que alegam não possuir bens está
Ademilton Pavão (PEN). Foi um dos poucos que declararam alguma renda. O
postulante afirma ter exatamente R$ 1.158,73 guardados em uma poupança.
Morador do Guará, ele se declara uma pessoa simples, que ainda paga
prestações do carro financiado. “De fato, o patrimônio declarado procede
de acordo com o que tenho em minha conta-poupança”, afirma.
O possui a menor renda é Rodrigo Germano Delmasso Martins (PTN). Em
2010 ele tentou a eleição e recebeu mais de 6 mil votos, conquistando a
1ª suplência de deputado distrital. Durante o mandato de Agnelo Queiroz
(PT) chegou a assumir a Subsecretaria de Programas e Projetos Especiais
da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF. Assim como
naquele ano, novamente ele afirmou ao TSE ter R$ 1.250.
Não são atuais
De acordo com a lei eleitoral, os candidatos a qualquer cargo devem
entregar declarações do patrimônio assinadas por eles mesmos, porém não
existe qualquer obrigatoriedade de os valores serem atuais. Dessa forma,
o que o candidato oferece ao tribunal, e consequentemente ao eleitor,
baseia-se em sua declaração de Imposto de Renda, na qual os custos dos
bens são os registrados na compra, o que pode ter acontecido há anos.
O Jornal de Brasília tentou contato com os candidatos citados ao
longo da matéria, mas alguns não foram encontrados até o fechamento
desta edição.
Ponto de vista
Para o cientista político David Fleischer, os patrimônios declarados,
na realidade, podem ser muito maiores. “O que a gente sabe é que os
valores informados nem sempre são aqueles que correspondem à realidade
dos candidatos”, diz. De acordo com ele, além disso, candidaturas muito
“simples”, na maioria das vezes, possuem grandes patrocinadores por
trás. “É o que chamamos de testas de ferro”, lembra. Ele diz que não
declarar tudo o que possui é, na verdade, estratégia do candidato de não
exteriorizar a capacidade econômica e não aparecer como rico perante o
eleitor.
Fonte: Jornal de Brasília - Carla Rodrigues / Postado por: Donny Silva.
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