Quatro
salas não funcionam por falta de anestesistas e técnicos, diz comitê.
Secretaria de Saúde afirma que contratação temporária vai resolver
problema.
Entrada do Hospital de Base, em Brasília
Quatro dos 16 centros cirúrgicos do Hospital de Base de Brasília estão
sem funcionar por falta de anestesistas e técnicos de enfermagem,
segundo o Comitê Distrital de Saúde. O hospital é referência em
cirurgias de alta complexidade na rede pública do DF. Entre os
procedimentos realizados no local estão os de trauma, tratamentos de
câncer e neurocirurgias.
O comitê é formado por representantes do Tribunal de Justiça, da
Justiça Federal, da Defensoria Pública, da Secretaria de Saúde e da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O grupo se reúne, entre outras
razões, para monitorar as ações judiciais que envolvam a prestação de
assistência à saúde.
O relato elaborado pelo comitê sobre a reunião de 6 de dezembro diz que
“de acordo com o secretário [secretário-adjunto de Saúde, Elias
Miziara], desde a sua criação, esta é a primeira vez que o Hospital de
Base tem os 16 centros cirúrgicos preparados para atender a população,
no entanto, quatro unidades estão ociosas pela falta de profissionais.”
Miziara disse ao G1 que os 16 centros cirúrgicos do Hospital de Base
nunca funcionaram integralmente, por falta de estrutura e de médicos.
Segundo ele, parte do problema foi resolvida com a reforma dos espaços,
que começou no fim do ano passado e foi concluída no último semestre, e
com a compra de equipamentos.
O secretário-adjunto calcula que 11 mil cirurgias são realizadas no
Hospital de Base de Brasília por ano. Com os 16 centros em
funcionamento, a expectativa é que esse número suba para 15 mil
intervenções.
O documento do comitê diz ainda que “o principal problema enfrentado
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, atualmente, é a falta de
anestesistas e de técnicos de enfermagem.”
A Secretaria de Saúde reconhece a falta de médicos anestesistas, mas
diz que o problema está sendo resolvido com concurso temporário aberto
no dia 25 de novembro, para a contratação de 443 médicos, dentre os
quais, 30 anestesistas. Atualmente, a rede pública de saúde conta com
364 especialistas dessa área.
“Com os novos contratados, a Saúde poderá oferecer um serviço de mais
qualidade à população. Porém, a demanda sempre aumenta, e é necessário
investir constantemente em recursos humanos”, afirmou a pasta em nota.
Sobre os técnicos de enfermagem, Miziara informou que o número de
profissionais atende à demanda atual, mas não permite uma expansão do
trabalho. “Sempre houve o número de técnicos de enfermagem para o número
de salas, mas nunca o suficiente para os 16 centros.”
De acordo com secretário-adjunto de Saúde, a publicação da
classificação dos aprovados no concurso temporário deve sair ainda esta
semana no Diário Oficial do DF e será prosseguida pela contratação dos
profissionais.
“A falta de médicos é um problema histórico no DF. Pela primeira vez,
os 16 centros estão em condições de atender, com as reformas realizadas e
os equipamentos comprados. Agora, estamos trabalhando na contratação
dos profissionais”, fala.
Fonte: Rafaela Céo - G1/DF.
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