Presidenciável
elogia decisão de Serra de desistir da disputa interna e lança cartilha
com propostas para para ser a opção anti-Dilma em 2014.
Aécio apresenta propostas ao debate eleitoral: "Nós encarnamos a mudança de verdade que o Brasil precisa"
Um dia depois do anúncio do ex-governador José Serra (PSDB/SP) de que
não disputará internamente a candidatura tucana ao Palácio do Planalto, o
senador Aécio Neves (PSDB/MG) foi ontem à tribuna do auditório Nereu
Ramos, na Câmara dos Deputados, para lançar uma série de propostas da
legenda com vistas às eleições do ano que vem (veja quadro). “É um
conjunto de ideias colhidas a partir de debates e conversas em todo o
país. Propostas do Brasil real, que se contrapõem ao Brasil virtual da
propaganda oficial”, disse Aécio, alfinetando o governo do PT.
Incorporando cada vez mais o figurino de candidato, Aécio disse que é o
momento de “o país começar um novo ciclo”. Ele elogiou a postura do
ex-governador Serra, que, em sua conta em uma rede social, na
segunda-feira, deixou claro que o candidato do PSDB ao Planalto é o
senador mineiro. “Não deixo de reconhecer que é um gesto importante na
direção da unidade partidária, um gesto que chamaria de desprendimento
do ex-governador”, declarou.
Aécio desconversou, contudo, sobre o conselho de Serra e de outras
lideranças tucanas de que é preciso lançar logo a candidatura
presidencial. “Não é momento para isso. Se eu for candidato, serei
candidato fruto do desejo de um conjunto de forças do partido, não de um
desejo pessoal meu”, completou.
Mais Médicos
A exemplo do que fez em relação ao Bolsa Família, quando assegurou que o
PSDB não extinguirá o benefício caso vença a disputa presidencial de
2014, Aécio incluiu o Programa Mais Médicos na lista de programas que
vão ser mantidos em um eventual governo tucano. E garantiu apoio aos
médicos cubanos que estão no país. “Os médicos cubanos continuarão no
Brasil. Mas vamos pagar para eles o salário de R$ 10 mil porque o
governo brasileiro não pode financiar ditaduras de companheiros a partir
de programas eleitorais”, declarou. Pelo contrato firmado entre o
governo brasileiro e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), os
profissionais cubanos só recebem R$ 4 mil dos R$ 10 mil referentes ao
contrato do Programa Mais Médicos. A defasagem seria uma exigência do
convênio, com base em acordo com o governo cubano.
Aécio lembrou que, em junho, os brasileiros foram às ruas avisar que
não se sentem representados pela classe política. E defendeu que o PSDB
assuma esse papel de catalisador dos anseios da população. “Nós
encarnamos a mudança de verdade que o Brasil precisa neste momento. Nós
estabilizamos a economia com o Plano Real, criamos a Lei de
Responsabilidade Fiscal e universalizamos o ensino básico”, enumerou.
“Temos de acabar com essa divisão entre eles e nós, criada pelo PT”,
finalizou o presidenciável do PSDB.
Líder da conciliação
O deputado Antônio Imbassahy (PSDB/BA) é o novo líder da bancada tucana
na Câmara. A decisão foi tomada na noite de ontem, por aclamação, para
evitar a disputa entre parlamentares mineiros e paulistas pelo cargo. A
escolha de Imbassahy foi influenciada diretamente pelo presidente
nacional do PSDB, senador Aécio Neves, que não queria ver uma queda de
braço que prejudicasse a campanha eleitoral do ano que vem.
Cartilha tucana
Os 12 pontos que o PSDB propõe para o debate eleitoral
Confiança
1) Compromisso com a ética, o combate à corrupção, a radicalização da democracia e o respeito às instituições
2) Recuperação da credibilidade e construção de um ambiente adequado para o investimento e o desenvolvimento do país
Cidadania
3) Estado eficiente, a serviço dos cidadãos
4) Educação de qualidade
5) Superação da pobreza e construção de novas oportunidades
6) Segurança pública como responsabilidade nacional
7) Mais saúde para os brasileiros
Prosperidade
8) Mais autonomia para estados e municípios
9) Meio ambiente e sustentabilidade
10) Agenda da produtividade: infraestrutura, inovação e competitividade
11) Apoio à agropecuária
12) Política externa para reintegrar o Brasil ao mundo
Fonte: Paulo de Tarso Lyra - Correio Braziliense.
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