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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Agnelo Queiroz, o primeiro janeiro e o último dezembro como governador, neste mandato

 Começamos um novo ano e com ele novas esperanças. 

As promessas e a realidade que vivemos.

Em dezembro de 2010, os brasilienses, açoitados pelo escândalo da Caixa de Pandora, mas esperançosos, haviam acabado de eleger Agnelo dos Santos Queiroz Filho governador do Distrito Federal. O político do PT, às vésperas de ser empossado, em entrevista ao DFTV, disse que estaria recebendo uma herança maldita. De fato, o trabalho que se via no horizonte tinha que ser árduo e executado com probidade e competência. O governador tampão, Rogério Rosso, era apontado nas pesquisas como o pior governador brasileiro, e apenas 29% dos brasilienses, segundo pesquisa do Datafolha, avaliavam sua gestão como sendo boa ou ótima.

Hoje 31 de dezembro de 2013, passados três anos, faltam poucas horas para iniciarmos um novo ano e com ele os novos sonhos, novos objetivos, novas promessas, novos desejos e uma nova eleição já se aproxima. Iniciamos o quarto ano do que poderá ser o último dezembro de Agnelo Queiroz à frente do GDF, ou não, o eleitor é quem vai decidir.

Ainda era dezembro de 2010 quando em entrevista ao DFTV, Agnelo Queiroz (PT/DF), afirmou que a saúde padecia, “com a falta de controle, manutenção e informatização. Também a falta de controle da verba da saúde e de manutenção; as salas de cirurgias desativadas; equipamentos sucateados; descontrole nos estoques e desabastecimento de remédios”.

Empossado governador, em um de seus primeiros atos,  aumentou o próprio salário, o do vice, e o de seus secretários, afirmando que: “não aumentar os salários, é estimular outras práticas que já aconteceram no DF, coisas que vamos abominar em nosso governo”.

Agnelo Queiroz (PT/DF) disse, na campanha, que assumiria, ele mesmo, a pasta da saúde. No entanto, preferiu delegar, e Rafael Barbosa (PT/DF) foi nomeado secretário de saúde.

Dentre as suas primeiras medidas, exonerou milhares de servidores que ocupavam cargos comissionados e decretou estado de emergência no âmbito da saúde do DF, permitindo, assim, compras em caráter emergencial e sem licitação. Justificou a medida com a constatação de que a saúde pública encontrava-se em “crise profunda e sistêmica”. O novo secretário de Saúde, Rafael Aguiar Barbosa, explicava naqueles idos que, com a decisão, a saúde se tornaria a grande prioridade do GDF — como havia prometido Agnelo durante a campanha. “O decreto coloca toda a estrutura do DF, toda a administração pública, à disposição da saúde. Poderemos requisitar, por exemplo, servidores de outros órgãos e médicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para atuar nos hospitais, caso haja necessidade”, justificava Barbosa.

Garantiu, ainda na posse, que a saúde seria reforçada nos primeiros 100 dias. Também assumiu compromisso com a transparência e afirmou que não decepcionaria o brasiliense.

No primeiro 05 de janeiro pós-posse, Agnelo Queiroz e Rafael Barbosa fizeram uma visita técnica ao Hospital Regional da Ceilândia. Encontraram o caos e prometeram soluções no prazo de 10 dias. Um dia antes, no Hospital Regional do Gama, a dupla disse que pediria auxílio ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT/SP) para estancar a crise da saúde pública no Distrito Federal.

Em seguida, aos 07 dias de governo, acompanhado do vice-governador, Tadeu Filippelli (PMDB/DF), do secretário de saúde Rafael Barbosa e de inúmeros assessores, vistoriou três hospitais e anunciou incontáveis medidas. Em todas as visitas, foi bastante solícito à imprensa. As promessas incluíam colocar fim à carência de leitos.

Nunca antes na história do Distrito Federal, tantas medidas foram anunciadas em prol da melhoria da saúde. O discurso, ecoado pela imprensa, sinalizava dias melhores.

No dia 08 daquele janeiro, o secretário de saúde, Rafael Barbosa, anunciou uma parceria com o HUB para o tratamento de câncer. Em 10 de janeiro anunciaram um posto do SAMU no Hospital de Base.

Mas a realidade começou a se impor frente ao discurso, e no dia 10 de janeiro de 2011, uma liminar do TJDFT determinou que uma criança internada em Planaltina fosse submetida à cirurgia.  Mas ainda haviam só 10 dias de governo e não se podia cobrar resultados do Governador Agnelo Queiroz e do secretário de saúde Rafael Barbosa. As medidas de melhoria continuavam sendo anunciadas e aguardadas pacientemente pelos eleitores, petistas ou não.

Aos 12 de janeiro, o GDF anunciava a contratação temporária de médicos, e no dia seguinte, 13 de janeiro, depois da exoneração de quase 18 mil comissionados, o governador Agnelo Queiroz anunciou a contratação de 10 mil comissionados. Incoerência, diziam alguns. Não, dizia o governo, era o início da arrumação da casa com a economia de 8 mil cargos.

No mesmo 13 de janeiro de 2011, Agnelo Queiroz prometeu que a farmácia central teria controle logístico, e assim evitaria o desperdício, fraudes e falta de medicamentos.

O tempo parecia correr mais rápido pela trilha do novo caminho, todos os dias uma novidade, aos 17 de janeiro, mais uma promessa, a revitalização do Hospital de Sobradinho. A Agência Brasília de comunicação informava que havia sido dito: “um hospital construído há 40 anos, projetado para atender uma população de 40 mil habitantes, e hoje com praticamente a mesma estrutura física, é o responsável pelo atendimento de mais 270 mil pessoas. Em breve, esta realidade do Hospital Regional de Sobradinho deve mudar. Hoje (17), o governador Agnelo Queiroz visitou as instalações daquela unidade de saúde e anunciou que fará o novo plano diretor do hospital, que deve abrigar pelo menos mais um bloco e ampliar áreas superlotadas como o Pronto Socorro. Durante a visita, o governador adiantou ainda que o Pronto Socorro passará por reformas de ampliação e que serão construídos mais leitos de UTI semi-intensiva. Outra medida anunciada é a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Sobradinho II. O que vai ajudar a distribuir o atendimento primário, ou seja, de menor gravidade.
  De acordo com a diretora da regional de saúde de Sobradinho, Joana D’Arc Gonçalves da Silva, 87% das pessoas que buscam hoje o Pronto Socorro poderiam ser atendidas numa UPA. A cobertura básica é fundamental para atuarmos em rede e diminuirmos a demanda emergencial”. Também participaram da vistoria às instalações do hospital, o vice-governador, Tadeu Filippelli; o secretário de Saúde, Rafael Barbosa; o secretário de Obras, Luiz Pitiman; e a secretária de Comunicação, Samanta Sallum.  
 O governador Agnelo anunciou que nos próximos dias serão instalados novos equipamentos no Hospital Regional de Sobradinho. Segundo ele, a rede elétrica da unidade precisa de manutenção e por isso, aparelhos importantes estão encaixotados, como o caso do Tomógrafo, que não funciona há 19 meses.”. Paciente a população da localidade aguardava. Diziam alguns que era a esperança de volta, o governador prometera e já começara o cumprimento das promessas de campanha.

Em 20 de janeiro de 2011, um relatório mostrou o total descontrole na compra de remédios pelo GDF. Novamente foi anunciada a contratação de uma empresa especializada em logística para resolver o problema da falta de medicamentos, falta de controle de estoques, fraudes e desperdício. Também anunciaram que as transformações no Hospital de Base já estavam em curso.

No dia 21, o Governador Agnelo Queiroz, em visita ao HRT disse: “nem na guerra se trata pessoas dessa forma”. A frase foi dita ante a constatação da caótica situação do hospital. Para o Governador, pior do que Taguatinga, apenas o Hospital Regional do Gama. Queiroz inclusive anunciou a construção de um novo hospital no Gama.

No dia 24 de janeiro de 2011, Queiroz anunciou reformas no terceiro andar do HRAN, setor em que funciona a unidade de queimados.

Enquanto isso, os portadores de doenças graves e crônicas, em menor números, tais como os hemofílicos, os portardores de fibromialgia, fenilcetonúricos, da síndrome de down, e outros,  permaneciam esquecidos. Alguns mais engajados, conseguiram a manutenção, mesmo que precária, dos tratamentos, outros, apertando daqui e dali, ficaram sem a maior parte do necessário a um acompanhamento digno.

Passados três anos, a pesquisa CNI/Ibope, divulgada neste 13 de dezembro, mostra que 71% dos entrevistados apontam a saúde como a pior área do governo capitaneado por Agnelo.

Será chegada a hora de em 2014, se cobrar do governador Agnelo dos Santos Queiroz Filho que ele demonstre o cumprimento das promessas feitas na campanha e nos primeiros dias de governo? Ou os eleitores do DF lhe darão um novo crédito para mais quatro anos de mandato, na esperança de que as promessas se tornem realidade?

O caminho que nunca foi novo, parece conduzir o Distrito Federal ao precipício, ao caos absoluto. A saúde, sob a gestão Agnelo Queiroz e Rafael Barbosa, diz a pesquisa do Ibope, não melhorou, pelo contrário, em vários aspectos tomou contornos mais dramáticos do que se via nos governos anteriores.

Em cidades como Taguatinga, a situação segue caótica. No Gama, as últimas reportagens demonstram,  que o cenário pior do que o de guerra, é ainda mais evidente. A estrutura do Hospital Regional de Sobradinho continua horrível. Os investimentos em logística, na aquisição, no manuseio, na guarda e na dispensa de medicamentos continua inexistente, tudo como dantes no quartel de Abrantes.

E a reforma no Hospital Regional da Asa Norte? No setor de queimados, não passou de mais um dos tantos factóides criados pelo governo naquele janeiro? E a construção do novo hospital no Gama? A população segue sofrendo com o descaso.

Faltou boa-vontade? Faltou competência? Ou ambos, competência e boa-vontade? Ou o fantasma da Caixa de Pandora continua a rondar o GDF?

Exigentes, nossos leitores dirão; Sombra, você só fala da saúde, e o resto? Esclareço que nossa preocupação precípua com a saúde tem uma razão de ser, e sei que todos compartilharão da mesma opinião. Ninguém em sã consciência, vive ou trabalha bem, sabendo que ele próprio e outros estão sem saúde. Pode faltar tudo, mas se tiver saúde, o restante fica bem mais fácil.


Desejamos que em 2014, o governador Agnelo Queiroz prove aos brasilienses que a pesquisa do Ibope está errada. Ou os quatro anos foram poucos?

Todas as promessas acima, a exemplo de inúmeras outras, ou foram descumpridas pelo Governador Agnelo dos Santos Queiroz Filho, ou a sua área de comunicacão foi incompetente para demonstrar os avanços que ele diz ter implementado. Tal constatação justifica que, próximo a ingressar no último ano de governo, seus índices de aprovação não cheguem nem ao patamar de 10%? Lembramos que Rogério Rosso (PSD), em um governo tampão e breve, tinha índices quase três vezes melhores do que o atual governador. É o que disse a última pesquisa realizada pelo Ibope.

Desejamos também que a segurança pública que na última pesquisa feita pelo Ibope foi reprovada por 69% da população, volte ser uma das melhores do Brasil, e que o novo secretário de segurança, apareça na televisão também quando a noticia não for boa para o governo.

Desejamos que os policiais e bombeiros militares do DF voltem a ter sua alto estima elevada e suspendam a Operação Tartaruga, mas também esperamos que o governador do Distrito Federal ponha a mão na consciência e cumpra as promessas feitas durante a campanha de 2010, o que não fez durante os últimos três anos.

Desejamos que a CEB volte a ser a empresa que nos orgulhava, e não deixe as cidades tanto tempo sofrendo com os apagões, exemplos tristes vividos por todos os brasilienses durante os últimos três anos.

Desejamos que Agnelo, chefe do  Executivo local, que tem batido o pé para aprovar o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico (PPCUB), que prevê alterações no centro de Brasília, retire o mostrengo em forma de projeto que se encontra na Câmara Legislativa.  Do jeito que foi gestado, irá parir um monstrengo,  desvirtuará o tombamento da capital e não haverá retorno.

Desejamos que o governo cumpra a promessa, e finalmente realize o concurso público para substituir os funcionários comissionados, que hoje ocupam cargos nas 30 administrações regionais do DF, evitando que alguns indicados políticos, façam delas, as extensões de gabinetes de seus deputados distritais, que preferem vender o voto da população que os elegeu.

Desejamos que a Copa do Mundo de 2014, traga muitas manifestações às ruas de Brasília, manifestações de alegria, de felicidade, e que a seleção brasileira contrarie os prognósticos pessimistas, que dizem que ela não será a campeã. Desejamos que as pessoas ganhem as ruas durante a copa, mas transbordando de felicidade.

Desejamos que sejam aprofundadas as investigações e  as denúncias de superfaturamento de tudo, estádio, shows realizados tendo como patrocinadores alguns deputados distritais, através de emendas, e que durante os últimos três anos se valeram delas para se perpetuarem no poder.

Desejamos que durante o ano e na campanha eleitoral até as eleições de 2014, o DF não seja novamente sacudido por tensões, escândalos, sem dossiês, sem fakes, sem difamação e sem o mar de lama de mentiras e calunias de campanhas anteriores.

Desejamos um 2014 sem comoção popular, sem retrocessos e crises. Brasília não merece mais desgastes,  aborrecimentos, e muito menos ser usada para novos mensalões.

Ficamos por aqui, e se Deus quiser, ele nos atenderá e poderemos ter um 2014 menos sofrido e melhor que o ano de 2013.

Nós que fazemos de nosso blog um espaço dedicado ao público que busca a informação, sem censura,  e com isenção, desejamos que em 2014 não tenhamos que relatar tantos fatos que denigram a nossa cidade, como fizemos nos últimos anos. Só queremos um Distrito Federal melhor.

Fiquemos todos com Deus e até o ano que vem!

Edson Sombra e equipe

Fonte: Edson Sombra

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