Valério
prestou depoimento nessa terça-feira; no ano passado, ele afirmou a
procuradores que depositou dinheiro na conta de empresa do amigo do
ex-presidente para pagar despesas do petista
Ontem, Valério prestou novo depoimento à PF em Brasília. O operador do
mensalão deixou a sede da polícia por volta das 16 horas. O inquérito
aberto vai rastrear supostos repasses do mensalão para o ex-presidente. A
PF também deve ouvir o auxiliar de Lula nos próximos 10 dias, em São
Paulo.
O pedido de quebra de sigilo de Godoy será encaminhado ainda nesta
semana à Justiça Federal de Minas Gerais. No ano passado, Valério disse
aos procuradores ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos
pessoais" no início de 2003, quando o petista já havia assumido o
Planalto. Os recursos foram depositados, segundo Valério, na conta da
empresa de segurança Caso, de propriedade de Godoy, ex-assessor da
Presidência e uma espécie de "faz-tudo" de Lula. O ex-presidente nega
ter recebido dinheiro do esquema.
Em 22 de fevereiro, o procurador da República Leonardo Augusto Santos Melo solicitou à PF que detalhasse o destino dos recursos do mensalão. No ofício encaminhado à Superintendência da PF em Minas, o procurador transcreveu trechos do depoimento de Marcos Valério e que foi revelado pelo Estado. Uma das grandes dificuldades da investigação será driblar a possível ausência de arquivos bancários anteriores a 2008. Normas do Banco Central indicam a obrigação de armazenamento pelo período de cinco anos, no mínimo.
Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras 25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão por envolvimento no mensalão.
Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por uma equipe da Polícia Federal em Minas.
CPI dos Correios
No depoimento no ano passado, Valério afirmou ter havido um repasse de aproximadamente R$ 100 mil para a empresa de Godoy. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Freud Godoy. O depósito foi feito, conforme informou a CPI, em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98,5 mil.
O operador do mensalão não detalhou, em setembro passado, quais seriam esses "gastos pessoais" do ex-presidente. O dinheiro teria sido gasto no primeiro mês de governo quando "ainda não se sabia como usar o cartão corporativo", disse Valério no depoimento. Na tentativa de embasar a acusação, Valério entregou cópia do cheque destinado à empresa Caso e emitido pela SMPB Propaganda.
Dinheiro para campanha
Freud Godoy afirmou que o dinheiro serviu para o pagamento de serviços prestados durante a campanha eleitoral de 2002 por sua empresa. Esses serviços, admitiu Godoy à época da CPI, não foram formalizados em contrato e não houve contabilização das despesas. O "faz-tudo" de Lula afirmou, em resposta às acusações feitas por Valério, que suas contas foram devassadas pelos órgãos de controle. COLABOROU FAUSTO MACEDO
Cronologia
Em 22 de fevereiro, o procurador da República Leonardo Augusto Santos Melo solicitou à PF que detalhasse o destino dos recursos do mensalão. No ofício encaminhado à Superintendência da PF em Minas, o procurador transcreveu trechos do depoimento de Marcos Valério e que foi revelado pelo Estado. Uma das grandes dificuldades da investigação será driblar a possível ausência de arquivos bancários anteriores a 2008. Normas do Banco Central indicam a obrigação de armazenamento pelo período de cinco anos, no mínimo.
Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras 25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão por envolvimento no mensalão.
Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por uma equipe da Polícia Federal em Minas.
CPI dos Correios
No depoimento no ano passado, Valério afirmou ter havido um repasse de aproximadamente R$ 100 mil para a empresa de Godoy. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Freud Godoy. O depósito foi feito, conforme informou a CPI, em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98,5 mil.
O operador do mensalão não detalhou, em setembro passado, quais seriam esses "gastos pessoais" do ex-presidente. O dinheiro teria sido gasto no primeiro mês de governo quando "ainda não se sabia como usar o cartão corporativo", disse Valério no depoimento. Na tentativa de embasar a acusação, Valério entregou cópia do cheque destinado à empresa Caso e emitido pela SMPB Propaganda.
Dinheiro para campanha
Freud Godoy afirmou que o dinheiro serviu para o pagamento de serviços prestados durante a campanha eleitoral de 2002 por sua empresa. Esses serviços, admitiu Godoy à época da CPI, não foram formalizados em contrato e não houve contabilização das despesas. O "faz-tudo" de Lula afirmou, em resposta às acusações feitas por Valério, que suas contas foram devassadas pelos órgãos de controle. COLABOROU FAUSTO MACEDO
Cronologia
Nome de Freud surgiu em 2006
- 17 de setembro de 2006
"Dossiê dos aloprados"
Freud, o "faz-tudo" de Lula, é apontado pelo advogado Gedimar Passos como o responsável pela compra de um dossiê contra políticos tucanos. À Polícia Federal, Passos diz que recebeu de Freud a missão de pagar R$ 1,75 milhão pela compra do dossiê contra o então candidato a governador de SP José Serra e seu ex-secretário executivo Barjas Negri.
- 18 de setembro de 2006
Fora do Planalto
Após ser apontado como o petista que contratou os intermediários do dossiê, Freud é afastado do Planalto.
- 24 de setembro de 2012
Citado por Valério
Freud é citado em depoimento do operador do mensalão Marcos Valério.
Ele diz à Procuradoria-Geral da República que Lula usou dinheiro do
mensalão para pagar despesas pessoais e que esse dinheiro era passado
para a conta da empresa de Freud, a Caso.
Cheque
Valério envia à procuradoria cópia de cheque no valor de R$ 98,5 mil
destinado à Caso. O cheque foi emitido em 2003 pela SMPB, de Valério.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo - Por Alana Rizzo
Nenhum comentário:
Postar um comentário