O PT venceu as três últimas eleições presidenciais e está há dez anos no governo federal, mas enfrentará em outubro uma das mais difíceis corridas municipais, com risco de retrocesso. Se, em 2004, o PT conquistou nove capitais, e, em 2008, seis, o partido já reconhece que pode declinar novamente, com a possibilidade de perdas importantes. A escassez de candidatos pode ser apontada como uma das razões para o enfraquecimento da legenda. Nas últimas quatro eleições, o PT lançou entre 19 e 23 nomes nas 26 capitais. Por enquanto, tem apenas 15, podendo chegar a no máximo 18, de acordo com levantamento obtido pelo Valor.
Nestas 15 cidades em que está certo que concorrerá, as  maiores 
chances do PT até o momento se concentram em apenas duas:  Goiânia - 
única onde um prefeito petista disputa a reeleição - e Recife,  cujo 
favoritismo agora está ameaçado com a decisão tomada ontem pelo  
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de romper com o aliado e  
lançar um nome de seu partido, o PSB.
O PT ainda confiava na  manutenção da aliança e apelava para a 
influência do ex-presidente Luiz  Inácio Lula da Silva sobre Campos - o 
que não adiantou Em Fortaleza - a  maior capital governada pelo partido -
 a avaliação é que o rompimento,  também com um governador do PSB, Cid 
Gomes, é inevitável. Pensando  em disputar o governo do Estado, a 
prefeita Luizianne Lins,
 que preside  o PT no Ceará, teria preferido não receber apoio agora 
para não devê-lo  a Cid Gomes e ficar livre para se candidatar em 2014. 
Luizianne fez  força para que o PT indicasse à sucessão seu 
ex-secretário Elmano  Freitas, nome rejeitado pelo governador.
Em outras três capitais, o  PT está na briga, mas disputa em 
condições acirradas. Em São Paulo,  onde o partido joga todas as suas 
fichas - por ser a maior e mais  estratégica cidade e que pode compensar
 eventuais derrotas pelo país - o  pré-candidato Fernando Haddad está 
com 8% das preferências e tenta  chegar perto do favorito, o 
ex-governador José Serra (PSDB). Salvador  é uma esperança, mas o deputado federal Nelson Pelegrino 
tem como  adversário o colega de Câmara ACM Neto, que lidera as 
pesquisas. Em  Porto Velho, a pré-candidata é a ex-senadora Fátima 
Cleide, que tem  todas as siglas mais à direita como concorrentes.
Em capitais  importantes, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 
Curitiba e  Florianópolis, o PT não terá candidatura própria. Na capital
 paranaense,  é uma situação inédita. A política aliancista e a falta de  candidatos contribuem para o 
quadro desfavorável. A legenda ainda  negocia apoio em Aracaju e Cuiabá,
 onde pode ceder para o PSB, e em  Manaus, para o PMDB. "Essa quantidade de casos em que o partido  está abdicando de nome 
próprio é mais resultado do jogo regional e local  do que de um grande 
acerto nacional", afirma o secretário nacional de  organização do PT, 
Paulo Frateschi, que reconhece que o PT não  conquistará sete capitais 
como em 2008.
 
Em Teresina, por exemplo,  ele lembra que o partido teria um bom 
nome, o senador e ex-governador  Wellington Dias. O partido na cidade, 
no entanto, preferiu apoiar o  prefeito Elmano Férrer (PTB), que terá 
dificuldade para se reeleger. Por  outro lado, em Cuiabá, há uma tentativa de interferência do PSB,
 pelo  alto, via direção nacional, para que o PT apoie o empresário 
Mauro  Mendes, que lidera as pesquisas.
Em Teresina, por exemplo,  ele lembra que o partido teria um bom 
nome, o senador e ex-governador  Wellington Dias. O partido na cidade, 
no entanto, preferiu apoiar o  prefeito Elmano Férrer (PTB), que terá 
dificuldade para se reeleger. Por  outro lado, em Cuiabá, há uma tentativa de interferência do PSB,
 pelo  alto, via direção nacional, para que o PT apoie o empresário 
Mauro  Mendes, que lidera as pesquisas.
Em duas capitais, apesar de os  candidatos não estarem bem 
posicionados, Frateschi considera que eles  têm condições de 
crescimento. Em João Pessoa, o partido tenta se  aproveitar do racha 
ocorrido no PSB para impulsionar a candidatura do  deputado estadual 
Luciano Cartaxo. O prefeito Luciano Agra rompeu com a  sigla, ao perder a
 prévia e o direito à reeleição, e o PT busca seu  apoio. Em Rio Branco,
 o líder disparado é o tucano Tião Bocalom, mas a  expectativa é que a 
vantagem do PT de ter as máquinas municipal e  estadual prevaleça.
O levantamento feito pelo PT nas 118 maiores  cidades mostra que a 
despeito de toda reclamação da militância em São  Paulo, devido ao apoio
 do PP de Paulo Maluf a Fernando Haddad, a sigla  de direita é quase 
sempre um acessório nas alianças petistas. O PT apoia  candidato a 
prefeito do PP apenas em Campina Grande (PB), enquanto é  apoiado em 13 
dos maiores municípios. O número ainda pode aumentar já  que há 
negociação em mais 11 cidades acima de 150 mil eleitores. 
(Valor Econômico) 
Fonte: CoroneLeaks - Coturno Noturno
Fonte: CoroneLeaks - Coturno Noturno

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