Ao
se despedir da Câmara dos Deputados, substituído pelo retorno de dois
ex-secretários do Buriti, o deputado brasiliense Augusto Carvalho
(foto) manifestou seu temor de que o julgamento do mensalão seja
retardado ou paralisado por chicanas. “Se esse processo só for julgado
em determinado momento, dois Ministros estarão aposentados, e a escolha
dos substitutos dará margem àquela discussão: será que o Palácio do
Planalto tem a ver com algum voto que será dado por esses novos
Ministros?”, registra Augusto.
Reações dos ministros - Augusto
Carvalho recebeu informações de que empenho do presidente Ayres Britto
em um julgamento mais rápido não vem sendo bem compreendido por seus
pares. Ayres Britto sugeriu que o Supremo Tribunal Federal trabalhe em
julho e que adote um ritmo mais acelerado nas sessões. Entretanto,
observa o deputado, outros ministros discordaram da sugestão, alguns
por motivos de saúde, outros por considerarem inaceitável o novo ritmo.
Risco de chicana - Mesmo
que o Supremo não trabalhe na velocidade proposta pelo ministro Ayres
Britto, Augusto espera que “ao menos não haja uma chicana, verdadeira
afronta ao povo brasileiro, que espera a decisão, qualquer que seja
ela”. Para o deputado, “os ministros devem proferir a sua decisão ainda
neste ano, antes, portanto, de prescreverem certas penas, o que
poderia isentar alguns dos responsáveis”.
Demora tem nome - A
verdade é que todos no Congresso estão convencidos de que os esforços
para retardar o julgamento do mensalão tem nome e endereço. O único
interessado com força suficiente para desencadear a onda de pressão
pela demora no julgamento – com direito à ação do ex-presidente Lula – é
o ex-ministro José Dirceu. Estão convencidos também de que, no balanço
das posições no Supremo, os ventos sopram contra ele.
Buriti insatisfeito com bancada - Por
trás do envio dos secretários Geraldo Magela e Paulo Tadeu ao
Congresso está uma insatisfação do governador Agnelo Queiroz com a
condução das questões relativas ao Distrito Federal no Congresso. Não, o
problema não está na sua equipe de relações institucionais. Está em
especial na bancada brasiliense. Agnelo acha que não contou com uma
articulação eficiente no momento em que precisava.
Contas indicam sete a quatro - Dos
oito deputados da bancada do Distrito Federal, seis são aliados do
governador. No Senado, a relação se inverte. Dos três senadores, o
Buriti conta com um. Mesmo assim, são sete parlamentares federais. A
chegada de Geraldo Magela e Paulo Tadeu não muda a equação, mas Agnelo
acredita que haverá maior capacidade de articulação. Afinal, bastaria
que se mudassem dois votos dos integrantes da CPMI para evitar a
convocação de Agnelo.
Fonte: Eduardo Brito / Do Alto da Torre / Jornal de Brasília
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário